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domingo, 6 de outubro de 2024

Jesus caminhou sobre as águas

Jesus caminhou sobre as águas

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Jesus caminhou sobre as águas

Era uma noite calma no Mar da Galileia, mas o vento começou a soprar com força. Os discípulos de Jesus estavam em um barco, atravessando o mar, enquanto ele havia ficado para trás, subindo uma montanha para orar sozinho. As águas, que antes eram tranquilas, começaram a se agitar com o vento forte. Os discípulos remavam, tentando manter o barco sob controle, mas o esforço era grande, e o mar cada vez mais revolto.

Enquanto eles lutavam contra as ondas, a escuridão da madrugada envolvia o mar, e o cansaço começava a pesar sobre seus corpos e mentes. De repente, ao longe, algo estranho apareceu. No meio da escuridão e das ondas, eles viram uma figura caminhando sobre a água. O medo tomou conta deles, pois achavam que era um fantasma. “É um espírito!” eles gritavam uns para os outros, aterrorizados.

Mas logo uma voz conhecida os tranquilizou: “Tenham coragem! Sou eu. Não tenham medo.” Era Jesus, caminhando sobre as águas em direção a eles. Ainda assim, o espanto era grande, e Pedro, um dos discípulos mais ousados, sentiu um impulso no coração. Ele disse a Jesus: “Senhor, se é realmente tu, manda-me ir até ti sobre as águas.”

Jesus olhou para Pedro com confiança e disse: “Venha.”

Com o coração batendo acelerado, Pedro desceu do barco e começou a caminhar sobre as águas, de maneira surpreendente, em direção a Jesus. No início, ele manteve os olhos fixos em seu Mestre e, incrivelmente, caminhava sobre a superfície do mar. Porém, à medida que sentia o vento forte e via as ondas ao seu redor, o medo tomou conta dele. Pedro começou a afundar nas águas agitadas e, desesperado, clamou: “Senhor, salva-me!”

Imediatamente, Jesus estendeu a mão e o segurou, puxando-o de volta para a superfície. “Homem de pouca fé,” disse Jesus com serenidade, “por que você duvidou?” Então, juntos, subiram de volta ao barco. Assim que Jesus entrou, o vento cessou, e as águas se acalmaram. Os discípulos, cheios de espanto e reverência, prostraram-se diante dele e disseram: “Verdadeiramente, tu és o Filho de Deus.”

E assim, o barco seguiu seu caminho em águas tranquilas, enquanto o amanhecer começava a despontar no horizonte.

Caminhar sobre as águas, além do milagre físico, carrega um simbolismo profundo. As águas, especialmente no contexto bíblico, frequentemente representam o caos primordial e as forças desordenadas da vida. O mar, com suas ondas imprevisíveis, é uma metáfora para as emoções humanas, os desafios e os opostos que encontramos ao longo da nossa jornada. Quando Jesus caminha sobre as águas, ele demonstra seu domínio sobre essas forças caóticas, sua capacidade de manter o equilíbrio em meio à turbulência.

Esse ato pode ser interpretado como um chamado ao desprendimento emocional e ao equilíbrio interno diante das situações imprevisíveis da vida. Caminhar sobre as águas é, portanto, um símbolo da superação do medo e da dúvida, elementos que nos fazem “afundar”, como aconteceu com Pedro. É um convite para confiar no poder superior que nos sustenta mesmo nos momentos mais difíceis, assim como Jesus sustentou Pedro.

Além disso, as ondas podem ser vistas como os opostos da vida — alegria e tristeza, sucesso e fracasso, paz e conflito. O equilíbrio sobre elas simboliza a capacidade de viver sem ser dominado por nenhum desses extremos, mantendo-se sereno e centrado. Esse estado de harmonia com o caos pode ser alcançado através da fé, do desprendimento emocional e do reconhecimento da nossa natureza espiritual, que, assim como Jesus, transcende o caos do mundo material.

Enquanto Deus abriu o Mar Vermelho para Moisés e os hebreus, criando um caminho seguro no meio do caos, Jesus, ao caminhar sobre as águas, demonstra uma nova dimensão de relação com o divino. No episódio de Moisés, a intervenção de Deus é direta e externa, um milagre que altera os elementos da natureza para salvar o povo. Já em Jesus, o milagre é interno e pessoal. Ele mesmo, com seu controle e equilíbrio espirituais, caminha sobre as águas. Isso pode simbolizar uma transição de uma era em que a salvação vinha por meio de uma intervenção divina externa, para uma era em que cada ser humano é convidado a despertar seu próprio poder espiritual, como Jesus fez, superando o caos ao seu redor.

Esse ato sugere que a capacidade de “caminhar sobre as águas” não está limitada a uma intervenção milagrosa de fora, mas é algo que cada pessoa pode desenvolver internamente. Jesus inaugura uma nova consciência, onde o divino se manifesta de dentro para fora, e a humanidade é chamada a elevar-se acima das circunstâncias mundanas por meio do desprendimento espiritual e emocional. Cada pessoa, em sua jornada, pode aprender a manter o equilíbrio e a paz interior diante das dificuldades e desafios, sem depender de intervenções externas, mas reconhecendo o poder que já habita dentro de si. Assim, a mensagem é que o potencial para transcender o caos – colocar-se acima das turbulências da vida material – e alcançar a paz está ao alcance de todos.

(Tradição cristã; adaptação: Hugo Lapa)

Do Livro: O EVANGELHO DA HUMANIDADE: a sabedoria das eras ao alcance de todos.

E-mail: portaldoespiritualismo@gmail.com

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