a partir de maio 2011

sábado, 28 de fevereiro de 2015

A contradição dos espíritos!

"VOCÊ ACREDITA EM TUDO O QUE DIZEM OS ESPÍRITOS?
Neste artigo acerca da comunicação dos espíritos, o pesquisador Liszt Rangel levanta questões importantes acerca do exercício de uma fé cega, da falta de instrução no contato com o mundo dos mortos e das inverdades implantadas que não refletem a essência do pensamento do Codificador do Espiritismo, muito menos a dos espíritos que o assistiram. Além disso, esclarece a postura passadista que ainda nos acompanha desde os tempos antigos."
A contradição dos espíritos!
por Liszt Rangel
  Allan Kardec definiu o Espiritismo como uma Ciência que estuda os espíritos. Para ele, os espíritos são os verdadeiros reveladores da mensagem espírita. Ele apenas observa seus fenômenos e os estuda, bem como analisa suas mensagens e faz compreender como se operam as relações destes espíritos com o mundo material. O Codificador aprendeu diretamente com os espíritos como esta Doutrina seria sedimentada e quais seus objetivos morais na Terra.
  Os espíritos foram observados através de suas comunicações, quando se manifestaram em centenas de lugares na França e em outros países da Europa. "Na nossa posição, recebendo as comunicações de perto de mil centros espíritas sérios, disseminados sobre os diversos pontos do globo...¹".
  Desta forma, Allan Kardec estabeleceu um método de pesquisa sobre as comunicações dos espíritos e o chamou de "Controle Universal do Ensinamento dos Espíritos". Através deste método, ele reconheceu a necessidade de se obter aconcordância dos ensinos dos espíritos por médiuns que não se conheciam e assim, a partir deste processo, qualquer informação que lhe fosse revelada como verdade, para ser aceita como tal, precisaria se repetir em várias localidades, por muitos médiuns e espíritos diversos.
  Se um espírito lhe revelasse algo, ele analisaria a mensagem com o uso da razão e aguardaria com prudência, para que este ensino se repetisse. "O primeiro controle é, sem contradita, o da razão, ao qual é preciso submeter, sem exceção, tudo o que vem dos Espíritos; toda teoria em contradição manifesta com o bom senso, com uma lógica rigorosa e com os dados positivos que se possui, com qualquer nome respeitável que esteja¹"(Grifo nosso).
  Allan Kardec após 15 anos de estudo e codificando o ensino dos espíritos percebeu que eles não sabiam de tudo. "Sabe-se que os Espíritos, em consequência da diferença que existe em suas capacidades, estão longe de, individualmente, estarem na posse de toda a verdade¹". Então, por que aceitar tudo que vem dos espíritos como verdade instantânea e imediatista? Não agiam assim também os adivinhos e os consultores dos oráculos?
  Quando, portanto, ele define que a concordância no ensino dos espíritos seria uma garantia para não ser ludibriado por eles, é porque sabia que suas informações poderiam ser contraditórias e refletir apenas a opinião pessoal destes espíritos ou muitas vezes as falácias ensinadas por eles para enganarem os que lhes dão inquestionável credibilidade."Disso resulta que, para tudo o que está fora do ensinamento exclusivamente moral, as revelações que cada um pode obter têm um caráter individual, sem autenticidade; que elas devem ser consideradas como opiniões pessoais de tal ou tal Espírito, e que haveria imprudência em aceitá-las e promulgá-las levianamente como verdades absolutas¹"(Grifo nosso).
  Tais espíritos estão a revelar mudanças catastróficas na face do planeta, repetindo posturas apocalípticas de outras religiões e que acompanham a Humanidade desde a Antiguidade. Estas mensagens ao invés de consolar e esclarecer, espalham o terror e o medo entre indivíduos que anseiam por uma rápida libertação de seus sofrimentos atrozes. Também falam de sistemas avançados de tecnologia que facilmente se tornam vulgarizados nas mãos de "espíritos" que implantam chips, cuja finalidade seria a de controlar o comportamento alheio, sem qualquer referência e respeito ao principal instrumento da liberdade humana, o livre-arbítrio e assim, reforçam posturas neuróticas e delírios persecutórios.
  Semeiam inverdades que geram descrença e provocam deboche de homens esclarecidos, considerados no século XIX pelo codificador, como Positivos, ou seja, pessoas que pensam e não apenas creem. Estas ditas revelações foram consideradas por Kardec como utopias. "...deixemos que o dia seguinte realize a utopia da véspera, porém não atravanquemos a Doutrina de princípios que possam ser considerados quiméricos e fazer que a repilam homens positivos²".
  Revelações sensacionalistas como as que dizem que o famoso médium Chico Xavier reencarnou também como Platão, Hatchepsut, a rainha faraó egípcia, Francisco de Assis e até foi o próprio Allan Kardec, refletem opiniões pessoais de um espírito ou de um pequeno grupo de indivíduos e com isso, demonstram que além do método deixado pelo Codificador não ser utilizado, é também ignorado. Estas mensagens seriam classificadas pelo pedagogo Kardec como de natureza suspeita.
  A Doutrina Espírita, segundo Kardec, ainda reflete a incompreensão dos que lhes seguem os princípios, mesmo tendo passado mais de 150 anos de sua codificação e o mais curioso no tocante a isto é que apesar do Espiritismo não ter sido considerado uma religião pelo Codificador, em sua marcha ele repete o mesmo erro que o Cristianismo, desviando-se de sua origem ainda no segundo século de sua propagação. "O Espiritismo, que apenas acaba de nascer, é ainda muito diversamente apreciado, muito pouco compreendido em sua essência por um grande número de adeptos...³"(Grifo nosso)

BIBLIOGRAFIA:
1 KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. São Paulo: IDE, 1978.
2 KARDEC, Allan. Obras Póstumas. Rio de Janeiro: FEB, 1944.
3 KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. São Paulo: IDE, 1987.

FONTE:

Um comentário:

  1. Passando para conhecer teu Blog! Seguindo aqui no Blog! Um abraço!
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