a partir de maio 2011

sábado, 28 de fevereiro de 2015

Carnaval e falência nacional



JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF

Amigos, como já lhes dissemos alhures, o carnaval veio para o Brasil com o nome de entrudo e aqui foi introduzido por nossos irmãos galegos. Interessante é que a palavra é formada pelas sílabas de car (carne), na (nada) e val (vale): carne nada vale.
Mas será que a carne nada vale, mesmo? Vá a um açougue, amiga, e peça um quilo de filé mignon, depois me diga quanto pagou pela carne. E aí, a carne nada vale mesmo ou vale o olho da cara?
Por falar em "olho da cara", dizem que, no carnaval, as pessoas se mascaram, mas há controvérsia. Um filósofo cujo nome não me lembra, no momento, garante que é o contrário, elas se desmascaram.
Sei que muitas pessoas vão ficar furiosas com este "médium psicógrafo", por externar meu pensamento a respeito dessa festa pagã, mas a verdade tem que ser dita. Para o país, pesados os prós e os contra desses dias, que na Bahia e no Nordeste, em geral, se transformam em semanas, os contra falam muito mais alto. E ainda mais agora, que a PETROBRAS, o BNDS, a Vale sambaram antes mesmo do carnaval e agora, também, nada valem. Que tragédia!
O que se gasta com a festa não compensa a vinda dos "gringos" para o Brasil, mesmo que o real tenha caído na real ante o dólar e agora pouco valha. O perigo de morrer esfaqueado, nas avenidas cariocas e outras mais, por este Brasil a fora é enorme. Assim, até mesmo as boas famílias desta terra tupiniquim ou vão para os salões sambar, onde há relativa segurança, ou ficam em casa, curtindo o desfile da Mangueira, da Beija-Flor, da Vai-Vai (campeã paulista), da Vila Izabel e até da rebaixada Mancha Verde (Que pena! Ainda bem que não sou palmeirense).
Então, meu caro amigo, não se iluda com a festa de rua, que de rua não tem mais nada, em nossos dias, a não ser trombadinhas, estupradores, bêbado, homens e mulheres despudorados. Mas isso nós vemos no Big Brother, como já dissemos crônica atrás.
Feito o balanço do que se gastou com o que foi arrecadado, avaliadas as consequências familiares para as dezenas de pessoas assassinadas, roubadas ou mortas em acidentes violentos, o que sobra do carnaval é mais lamento do que alegria.
A alegria real é a da família unida, que se reúne com outras famílias e participam de agradáveis encontros, nos quais as crianças brincam em segurança e os adultos conversam animadamente sobre diversos assuntos, inclusive... carnaval.
Este ano, o Brasil não vai crescer economicamente, já está certo, na previsão dos mais otimistas contadores e agentes econômicos. Para infelicidade maior, é o ano em que a seca nordestina se transferiu, de mala e cuia, para São Paulo; e o Rio de Janeiro, além do Centro Oeste, correm idêntico perigo.
Ainda assim, o povão brasileiro, em seu incorrigível otimismo e escracho com os usurpadores das nossas empresas e salários, cai na folia, como se nada visse, nada ouvisse e, consequentemente, nada soubesse. Se é que sabe de alguma coisa...
Mas, como diria Vítor Hugo, cuidado com as manifestações de revolta popular. Mais cuidado ainda com o grito de um povo que, durante séculos, vem sendo usurpado pelo coronelismo, voto de cabresto e urna eletrônica, cosa nostra.
Como ninguém é cabra, a não ser o paraibano, que, como todo nordestino, além de "cabra da peste", é "paraíba masculina, muié macho, sim senhor", uma hora dessas o "rebanho" estoura. Principalmente, sem a bolsa-família.
Depois não digam que não avisei!
Boa Quaresma para todos.
Saudações do Machado.


http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2015/02/carnaval-e-falencia-nacional.html

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