a partir de maio 2011

sábado, 28 de abril de 2012

Confiar Sempre


Por Ricardo Alves da Silva

Sabedor das grandes dificuldades emocionais vivenciadas pelo desencarne de entes queridos, Allan Kardec tratou este tema n’O Livro dos Espíritos, no capítulo sobre as penas e gozos terrestres.

Em resposta à questão 934, que busca avaliar a legitimidade e a irreparabilidade da dor sentida por aqueles que são visitados pelo fenômeno da morte de um parente ou um amigo, os Espíritos superiores afirmam:

“Essa causa de dor atinge assim o rico, como o pobre: representa uma prova, ou expiação, e comum é a lei.”
Conhecedores de nossas fragilidades, complementam a informação, indicando as possibilidades de consolo que o conhecimento da Doutrina Espírita permite, não com exclusividade, uma vez que inerente à natureza, mas com um conjunto maior de argumentos e possibilidades de vivência:

“Tendes, porém, uma consolação em poderdes comunicar-vos com os vossos amigos pelos meios que vos estão ao alcance, enquanto não dispondes de outros mais diretos e mais acessíveis aos vossos sentidos.”

Explica-nos o Espiritismo que são inúmeras as possibilidades de comunicação entre as esferas material e espiritual, ambas integrantes do fluxo da vida, por serem inerentes à nossa realidade como Espíritos imortais, destinados à perfeição relativa como filhos de Deus. Entre estas possibilidades temos o fenômeno mediúnico, que o estudo espírita localiza como de ordem natural.

Ao falar sobre mediunidade, e seu pleno exercício em benefício do próximo, destacamos as comemorações do centenário de nascimento de Francisco Cândido Xavier, ou Chico Xavier, que tiveram relevantes eventos ao longo deste ano que passou. Este mineiro nascido em 02 de abril de 1910 fez de sua vida um constante esforço de dedicação ao próximo, com os recursos que lhe foram permitidos.

Anos de serviço caritativo através de ações beneméritas, seja pela doação integral dos recursos arrecadados na venda dos livros obtidos pelo exercício de sua mediunidade, como também no contato com os mais necessitados e sofridos, prepararam-no para ser intermediário entre os que retornaram ao mundo espiritual através da morte do corpo físico e os que no plano material permaneceram, sofrendo com a dor da separação.

Sendo uma prática mediúnica de delicada realização, pelas dificuldades de identificação do Espírito comunicante como também pela forte carga emocional existente em todos os envolvidos, foi desenvolvida por Chico Xavier com admirável segurança, apesar das equivocadas cobranças pela ausência de notícias espirituais em favor daqueles mais apressados na solução de suas necessidades pessoais, das críticas severas quanto às dúvidas surgidas sobre sua autenticidade e ainda agressões físicas recebidas, quando o teor das mensagens contrariavam expectativas e ilusões.

Servindo de instrumento na arte de despertar a confiança em Deus, momentaneamente perdida frente as adversidades que nos visitam a todos, Chico Xavier teve o mérito de viver plenamente conforme seus ideais, que são os ideais da Doutrina Espírita compreendida em sua plenitude.

Mesmo que os nomes registrados sejam estranhos à nossa realidade, uma vez que originalmente endereçadas a outros olhares, convido os amigos leitores a enxergarem nas cartas psicografadas por Chico Xavier os alertas que os Espíritos amigos nos endereçam de forma contínua, despertando-nos para a confiança que devemos depositar em Deus, que aprendemos a reconhecer como infinitamente bom e justo

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