POR JOSÉ SOARES - NATAL-RN
Alguns espíritas afirmam que a obra “O CÉU E O INFERNO”, subscrita por Allan Kardec, é bem pouco lida.
Será verdade?
Bem, mourejo, desde os albores de minha mocidade, na Doutrina Espírita e gostaria de lembrar-me de algum evento Espírita, de porte, que abordasse o “CÉU E O INFERNO”. É como se ela não existisse. Que pena, hein?Talvez, por ter sido a primeira obra da Codificação que li, sinto por ela um carinho todo especial: recém saído do catolicismo romano, a sua leitura preencheu - me o mundo interior com suas brilhantes lições a respeito do futuro do homem; não havia lugar para dúvidas, filosoficamente falando, pois o Nada não existia e o nosso destino leva-nos a um ponto seguro- o futuro no “seio de Deus”, na expressão bíblica.
Parece que o Codificador Allan Kardec anteviu o que aconteceria, em seu berço natal, a França que, digamos assim, tornou-se no centro propulsor da principal corrente filosófica,materialista, do século XIX_ o Existencialismo Sartreano, pondo de lado todas as suas conquistas espirituais.
Allan Kardec abre o “CÉU E O INFERNO” com uma análise acerca do “ aqui e o agora”, ao tratar do “porvir e o Nada”. È como se fosse uma resposta-análise, de forma antecipada, da reflexão sartreana, em torno da questão da “nadificação do ser”. Nela (a análise kardequiana) a angústia não tem espaço e a dúvida cede lugar à certeza advinda da lógica argumentativa do Codificador do Espiritismo, ante aos fatos mediúnicos comprovadores da sobrevivência do homem, em termos espirituais.
O livro, num todo, é um cântico à sobrevivência do Espírito: a vida não é um vagar existencial entre o berço e o túmulo, do “moderno pensar do existencialismo”. As bases do existencialismo findaram-se com a análise de o “temor da morte”, em seu capitulo II.
Daí para frente, Allan Kardec adentra o mundo teológico e à maneira de um poeta modernista com seu “martelo pesado todo cheio de barro” (1). Mostra-nos que a vida post-mortem das diversas escolas cristãs não passa de uma cópia das concepções pagãs. Retoma o fio da meada e nos descortina a vida espiritual, em sua real dimensão.
Deus volta a ser,via Doutrina Espírita, um pai justo e bom; para tanto Allan Kardec abre o livro, citando o profeta Ezequiel (33:11), um verdadeiro canto de bondade e de esperança de Deus a todos os seus filhos. Não poderia ser diferente.
A investigação ontológica sartreana é “... precária e frágil” (2), como o viver humano; se o homem acender uma diminuta luz nas trevas do seu viver, com certeza a escuridão se dissipará, porquanto será para quem a acender a verdadeira lanterna de Diógenes (3).
A doutrina Espírita sustenta a sua unidade inicial pelo simples fato de ter seus princípios comprovados pela Ciência, dita oficial.
Allan Kardec, em “O CÉU E O INFERNO” (4), em suas experiências na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, mostra-nos as provas da imortalidade e sobrevivência, após a morte do corpo físico,da alma.
Isso implica em dizer que a Doutrina Espírita matou a morte.
Leiamos a obra monumental “O CÉU E O INFERNO” e libertemo-nos de toda a herança pagã acerca da vida pós-morte que as religiões dogmáticas imprimiram em nossos acervos milenares,de forma subconsciente.
Bibliografia Consultada
(1) “LIVRO DE POEMAS” - Pág. 56, Autor: Jorge Fernandes, Ed. Fundação José Augusto, 1970.
(2) “O SER E A SERENIDADE” - Pág. 11, Autor: José Herculano Pires, Ed. Edicel s/d e s/e.
(3) Diógenes, Filósofo Grego.
(4) “O CÉU E O INFERNO”, SEGUNDA PARTE, Autor: Allan Kardec, Ed. FEB, 60ª edição.
(1) “LIVRO DE POEMAS” - Pág. 56, Autor: Jorge Fernandes, Ed. Fundação José Augusto, 1970.
(2) “O SER E A SERENIDADE” - Pág. 11, Autor: José Herculano Pires, Ed. Edicel s/d e s/e.
(3) Diógenes, Filósofo Grego.
(4) “O CÉU E O INFERNO”, SEGUNDA PARTE, Autor: Allan Kardec, Ed. FEB, 60ª edição.
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