a partir de maio 2011

sábado, 29 de novembro de 2014

ESPIRITISMO E HOMOSSEXUALIDADE

No meio espírita parece ser a norma taxar a homossexualidade de desequilíbrio, desvio ou de qualquer outro eufemismo que queira na verdade salientar implicitamente o homossexual como aberração, como pervertido. 
 
E como o Centro Espírita busca se colocar aberto a todos não resta outra saída senão receber em seu espaço também os homossexuais, mas cuidando sempre de enxergá-los como pessoas menores necessitadas de apoio e auxílio. 
 
Essas ideias não chocam se observarmos a série de livros psicografados no Brasil, propagando esse senso comum sobre a homossexualidade, isentos de avaliação crítica, onde o caráter de psicografia autoriza uma verdade absoluta. 
 
Mesmo nas obras da codificação ou na de autores como Léon Denis encontra-se mensagens que sustentem argumentos como os acima descritos. Mas aí o que falta é uma análise hermenêutica do tempo histórico, político, social e cultural. 
 
Na verdade o que essas opiniões sobre homossexualidade ressaltam é uma ignorância profunda da filosofia doutrinária espírita, bem como o de uma completa incapacidade de interpretar fatos recorrentes a partir de entendimentos e conceitos novos. 
 
Se a relação básica entre os seres humanos é de amor, como Kardec ressaltou avaliando a partir de um critério lógico a mensagem de Cristo, este pode se manifestar sobre diversas formas. 
 
Para que ele seja efetivado deve estar amparado pela construção do conhecimento, onde sua legitimidade se faz na valorização do outro e da vida, dentro de um equilíbrio harmônico e sustentado numa lógica conjuntiva. 
 
Por isso, o amor tem um caráter transdisciplinar, uma vez que é uma essência manifesta em diferentes existências. 
 
O que contraria o amor é a banalização do outro, sua utilização para fins particulares. Neste caso toda e qualquer relação de devassidão, libertinagem e com vistas exclusivas ao prazer da matéria nega o exercício do amor, comprometendo o crescimento evolutivo. 
 
Neste caso se for comprovado estatisticamente que há maior libertinagem entre homossexuais, deve-se criticar este comportamento e não a 
homossexualidade em si. 
 
Associar a devassidão à homossexualidade incorre em uma falácia lógica, uma vez que tal comportamento também é verificado entre heterossexuais. 
 
O que pode ser feito é avaliar sociologicamente o motivo pelo qual homossexuais tenderiam a ser mais devassos, o que não exclui a possibilidade de se encontrar diversos casais homossexuais que contribuam mutuamente para um crescimento e realizem uma relação de dignidade e defesa ampla e integral da vida, expressando desta forma o amor. 
 
Com isso é possível concluir que a homossexualidade também é uma forma pela qual o amor pode se manifestar. 
 
O Espiritismo não deve condenar ou defender a homossexualidade em si, mas fazer avaliação dos valores que sustentam uma relação. 
 
Se forem de dignificação da vida são positivos, independente da forma em que se manifestem. 
 
Portanto, não se pode julgar a homossexualidade, mas sim relações homossexuais a partir dos valores que a edificam, o que significa que afirmar a homossexualidade como aberração ou desvio reflete desconhecimento grave da filosofia espírita. 
Fonte: site "Mensagens Espíritas"

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