a partir de maio 2011

terça-feira, 15 de abril de 2014

Casamentos provacionais

Uma sintonia automática nos aproxima daquele que realmente precisamos encontrar e conviver.

 •  Ricardo Di Bernardi
Dois espíritos que, na romagem terrena, se unem visando conviver sexualmente, fazem-no normalmente buscando uma complementação física, emocional e sentimental... No entanto, a história de cada casal é muito mais antiga.
O planeta que habitamos é definido ou classificado pelos espíritos superiores como um mundo de provas e expiações. Os seres humanos que aqui na Terra renascem estão, em percentual maior, sob o regime de testes para verificação de aprendizado, isto é, sob o regime das provas. Muitos outros há ainda que renascem para reequilíbrio de desarmonias em sua estrutura psíquica, necessitando eliminá-las ou expiá-las: são as reencarnações expiatórias.
Importante lembrar que nossas vidas apresentam mais de um conteúdo com relação à programação reencarnatória. Todos nós nos defrontamos com aspectos provacionais, expiatórios e – por que não? – até missionários com relação à família e ao trabalho. Da mesma forma, os casamentos também apresentam diversos conteúdos que, tentaremos classificar didaticamente conforme a característica mais significativa do programa reencarnatório. 
Seguindo a concepção clássica, sobejamente conhecida dos estudiosos da vida espiritual, as uniões estáveis ou casamentos podem ser classificados em provacionais, sacrificiais, acidentais, afins e transcendentais. 
Interessam-nos especialmente os casamentos provacionais, que ainda constituem a maioria dos reencontros programados para os que renascem em nosso planeta. São duas criaturas que trazem em seu inconsciente um registro comum ou histórico de vivências anteriores, já tendo estado presente entre ambos a questão do amor sexual.
Como somos, todos nós, seres em aprendizado na escola da vida, muito já erramos e já fizemos sofrer aos companheiros de jornada, gerando em nós mesmos núcleos energéticos em desarmonia que ficaram registrados em nosso “computador de dados” denominado perispírito, psicossoma ou corpo astral.
Os dados computados e registrados em nosso corpo astral ocasionam um campo de energia que terá específica luminosidade, brilho, frequência de onda, coloração e outras particularidades que determinam uma irradiação peculiar, toda nossa. O antigo parceiro, com quem partilhamos uma ou mais vidas, traz em sua estrutura íntima os mesmos registros, alusivos à vida pretérita em comum.
Uma questão, frequentemente mencionada em seminários que efetuamos sobre amor, sexo e vidas passadas: Como é possível que duas pessoas se sintam atraídas profundamente a ponto de se unirem de forma estável, se afinal não são almas afins, já que se trataria de um casamento provacional?...
Trata-se da autoprogramação inconsciente que nossas estruturas extrafísicas determinaram. Quando aqueles que conviveram de forma tumultuada no passado se reencontram na vida atual, estabelece-se um fluxo de energia entre ambos, motivado pela similaridade de seus registros energéticos. Uma sintonia automática ocorre, motivando um envolvimento ou encantamento no qual ambos imaginam estar diante do Ser mais especial que poderiam encontrar. É, na verdade, o Ser que precisam reencontrar; o automatismo perfeito das leis da natureza assim o programou.
Sem dúvida, a espiritualidade superior acompanha cada caso, mas é importante que saibamos ser a “Natureza” o livro divino onde Deus escreve a história de sua sabedoria...
Qual seria a finalidade de um casamento provacional? Sofrer? Estariam ambos destinados a um convívio desagradável? O “pagamento” das dívidas de um ou de ambos dar-se-ia pelo sofrimento? Não, de forma alguma. A ideia de que sofrer “paga” dívidas é resquício da idade medieval e dos conceitos de penitência. As provas, seja em casamentos ou não, existem para serem vencidas, superadas, abrindo caminhos para horizontes de felicidade. 
Casamentos provacionais com o esforço dos parceiros poderão se tornar casamentos afins, se não nesta vida pelo menos em uma próxima encarnação, desde que o convívio atual crie estímulos novos e produtivos. Não se reencarna com finalidade de sofrer, mas para crescer, mudar, evoluir e amar. Por outro lado, não se está fazendo apologia da aceitação de convívios agressivos ou francamente nocivos e improdutivos, nos quais a separação seria o caminho inexorável.
Temos notícia que, em determinados casos, a superação dos problemas determinará no final da vida presente um convívio fraterno e respeitoso. A superação das dificuldades mútuas ocasionará a liberação de ambos que, chegando à espiritualidade com a agenda terrena já atendida, poderão renascer em outro contexto, isto é, junto à sua alma afim.


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