a partir de maio 2011

segunda-feira, 11 de março de 2013

Poder de Ser Filho de Deus - João, 1: 11 e 12


 

Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.
A matéria, que segundo o linguajar espírita é o laço que aprisiona o espírito, não pode compreender este. O mundo físico não consegue apreender o Universo espiritual. A nossa psicologia dominante, a do interesse pessoal, não alcança, por sua vez, a de Jesus.
Jesus é um Espírito de tamanha grandeza que pôde realizar em apenas três anos o que provavelmente vamos demorar três milênios para compreender.
O evangelista pôde, assim dizer, que ele veio para sua casa, para o que era seu, e os seus não o receberam. Pois por mais que estejamos nos esforçando, mesmo assim, ainda não conseguimos compreender todo o processo reeducativo nos oferecido pelo Mestre Galileu.
Talvez por ser grande o nosso gosto pelo imediatismo, quando não conseguimos compreender uma lição, o primeiro impulso que temos é de fazer oposição a ela. Como a filosofia do Evangelho é muito sutil e também por ela contrariar os nossos interesses mais ligados à faixa materialista em que nos situamos, temos tido, em todos os tempos, grande dificuldade em assimilar suas propostas e por isso temos sido ferrenhos opositores da lição iniciada na manjedoura.
Desta feita, nos primeiros momentos não recebemos Jesus; e se hoje já o aceitamos, é preciso acolhê-lo em nossa intimidade com maior fidelidade, pois o seu desejo não é nos fazer crentes, mas sapientes de toda verdade contida em suas doces lições a nós oferecidas na palestina do primeiro século de nossa era.
Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus: aos que crêem no seu nome…
Receber o Cristo é estar aberto às suas propostas, é escuta-lo, ouvi-lo com atenção; é ainda dar acolhimento aos seus ensinamentos. Escutar é tão importante, que o primeiro mandamento inicia assim: “Escuta… escuta Israel…”
Por que a expressão serem feitos filhos de Deus, se todos somos filho do Altíssimo? Jesus foi o grande Mestre espiritual de seus discípulos, tudo o que estes aprenderam foi com Ele. Portanto, se o evangelista neste ponto diz isto, é porque foi assim que Jesus ensinou. Analisemos…
A evolução não dá nada gratuitamente a ninguém, tudo tem de ser conquistado. Deus ao criar as criaturas por um ato pleno de amor, permitiu que todos os seres criados fossem seus herdeiros, todavia cabe a cada um legitimar o estado de filho através do permanecer um com a sua Lei. Por termos desviado do caminho em algum momento, fazendo uso do livre arbítrio, temos de reconquistar o nosso lugar de origem. Isto é o que devemos entender por fazer-nos filhos de Deus conforme a expressão do Evangelho.
Notemos que, conforme nos informa o autor deste iluminado texto que ora analisamos, o acolhimento da Boa Nova trazida a nós pelo Meigo Rabi Galileu é o instrumento que nos dá o poder de realizarmos este desiderato.
Esta tradução fala em crer em seu nome, porém temos no original o verbo pisteuein que designa mais “aderir”, do que propriamente “crer”. Faz-se preciso aderirmos à Jesus através do vivenciarmos o que Ele ensinou, pois segundo o pensamento hebraico o nome não é um simples chamamento, mas é a própria presença do que é chamado; o nome é idêntico ao ser.
Deste modo, é imprescindível realizarmos este processo de adesão ao Cristo. Este é o objetivo do Evangelho como instrumento de auto-iluminação ou de auto-realização de cada um de nós. Esta é a verdadeira educação; educação integral, aquela que põe a criatura em conexão com o Criador.
autor:
Claudio Fajardo de Castro (Juiz de Fora/MG)
é membro da Rede Amigo Espírita
Cláudio Fajardo é bancário, escritor desde 1997, dedica-se ao estudo do Novo Testamento à luz da Doutrina. Coordenou curso de Espiritismo no Centro Espírita Amor e Caridade em Goiânia – GO, denominado de Curso de Espiritismo e Evangelho. A partir daí surgiram seus livros: O Sermão do Monte, Jesus Terapeuta I e II, O Sermão Profético e O Sermão do Cenáculo, todos publicados pela Editora Itapuã.

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