Por
Hélio Alves Corrêa
Hélio Alves Corrêa
“... o doutrinador não pode deixar de dispor de cinco qualidades, ou aptidões básicas: formação doutrinária, familiaridade com o Evangelho, autoridade moral, fé e amor.”Diálogo com as Sombras
Hermínio C. Miranda
Hermínio C. Miranda
Os doutrinadores ou dirigentes de reuniões mediúnicas devem realmente estar atentos a essas cinco qualidades de que nos fala Hermínio Miranda, e, também a qualidades desejáveis que ele nos traz nessa obra como: humildade, energia, vigilância, etc. Mas o que nos chama a atenção nos grupos mediúnicos é a última daquelas aptidões por ele citada: Amor. Vemos dirigentes (e nesse particular incluímos não só doutrinadores), com todas as outras quatro qualidades despontando no seu ser, mas com pouco amor no trato com as pessoas. Essas qualidades não devem ser vistas, ou utilizadas apenas no diálogo com os espíritos, mas também com cada participante de um grupo. No mundo atual de problemas materiais ocupando as mentes como uma avalanche sem fim, de situações mentais causadoras de “stress” se avolumando a todo instante na nossa jornada terrena, os dirigentes se obrigam a conscientizar-se de que os trabalhadores da tarefa espírita necessitam ser recepcionados e tratados com muito amor e carinho para o melhor desempenho do seu papel. E o que vemos? Muitas vezes esses trabalhadores chegam e saem das Casas Espíritas, como se tivessem ido a uma jornada diária na empresa em que trabalham. Não são ouvidos, esclarecidos, orientados. Chegam, sentam-se, buscam a concentração, a doação, e saem como chegaram. Muitas reuniões são encerradas sem que haja sequer algum comentário elucidativo sobre as comunicações que nela ocorreram, sem que sejam trocadas opiniões sobre as sensações mediúnicas, etc. E isto basta para completarmos o que Hermínio nos fala sobre a qualidade do amor? Não. O dirigente deve dedicar-se da mesma maneira às comunicações mediúnicas e aos seus médiuns. Se o dirigente sabe que o amor é a melhor ferramenta no esclarecimento aos espíritos que são trazidos ao diálogo, deveria ter consciência que a utilização dessa mesma ferramenta com cada um dos componentes do grupo é que vai trazer o crescimento coletivo desses médiuns que estão sob sua subordinação. O dirigente deve portanto fazer entrevistas individuais com os médiuns, conhecer profundamente os aspectos da mediunidade de cada um deles, conhecer os problemas psicológicos de cada um, os seus temores, enfim, participar da vida de cada um deles como um verdadeiro amigo. Nessas conversas em particular o dirigente esclarece dúvidas do médium quanto à sua mediunidade, orienta-o no aspecto mediúnico, e auxilia-o a compreender melhor os problemas do dia-a-dia, levando-o a conseguir o intento de desligar-se desses problemas de maneira mais fácil durante a reunião mediúnica. Também nesse diálogo, conhece-o melhor psicologicamente, e, auxilia-o no seu crescimento individual. Terá então o dirigente com todo esse material do conhecimento de cada um dos médiuns do seu grupo mais condições de analisar as comunicações mediúnicas. É esta a tarefa que os espera. Amar os médiuns, participando verdadeiramente da vida deles. Antes de sermos dirigente, sejamos o amigo. Isto auxiliará os componentes do grupo a vencerem as suas tribulações particulares e dedicarem-se à tarefa com muito mais afinco, com muito mais amor, pois sabem que terão no dirigente o apoio necessário, a pilastra firme e sólida ao seu auxílio na tarefa mediúnica, e, também na vida particular.
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