a partir de maio 2011

domingo, 19 de fevereiro de 2012

ESTUDOS SECRETOS SOBRE JESUS CRISTO : Elizeu Lamosa Prado

 O DOGMA DA DIVINDADE
O termo “Divindade”, segundo o dicionário, é
aplicado a alguém que possui a natureza Divina, isto é,
se refere ao ser infinito, Perfeito e Criador do Universo
a quem chamamos de “Deus”. A palavra “dogma”
indica uma doutrina fundamental e indiscutível. O
Dogma da Divindade de Jesus Cristo é, portanto, a
doutrina que afirma e defende a Divindade de Jesus
Cristo, ou seja, é uma doutrina fundamental da igreja
que prega que Jesus é Deus, ou que Deus e Jesus
constituem um único Ser. Em outras palavras, é o
mesmo que afirmar que além ou acima de Jesus não
existe outro Ser. Segundo o Dogma, Jesus foi “Deus
encarnado” e por este motivo possuiu duas naturezas: a
humana e a Divina. As maiores provas da natureza
Divina de Jesus Cristo, segundo o próprio Dogma, se
encontra nos atributos Divinos que são a ele atribuídos
e manifestados por ele durante sua vida terrena.
Existem pelo menos cinco atributos Divinos atribuídos
a Jesus: Eternidade, Onipresença, Onisciência,
Onipotência e Imutabilidade. Segundo o Dogma da
Divindade, Jesus possuiu todos.
O Dogma da Divindade de Jesus Cristo surgiu
no século IV durante um acalorado debate entre os
bispos católicos de Língua grega e os de Língua latina.
O tema do debate girava em torno do “verbo que se fez
carne” e do “Filho de Deus”. Alguns bispos eram a
favor do conceito de que Cristo tinha sido criado e,
portanto, seria um ser subordinado ao “Pai”. Os outros

bispos, por sua vez, consideravam uma heresia esta
opinião e penderam o debate para a adoração do “Deus
encarnado”. Ambos os lados criam ter a autoridade das
Escrituras a seu favor e com isso as fileiras religiosas se
dividiram nesta questão até que não se pôde mais
prosseguir devido a falta de consenso. Mas como
resolver esta questão polêmica? Haveria um Ser
superior a Jesus ou o próprio Jesus é quem seria Deus?
Os bispos bem sabiam que somente através do
surgimento de um dogma é que se colocaria um ponto
final nas discussões, porque uma vez adotada pela
igreja uma doutrina como ponto fundamental de seu
ensino, jamais poderia ser contestada ou discutida pelo
clero.
Os bispos da Igreja estavam divididos e como
eles gozavam de certo prestígio político, o Império
romano ficou ameaçado. Isso fez com que Constantino,
o Grande, convocasse um outro concílio em 325 E.C.
para decidir de vez esta questão. Organizado em Nicéia,
região de fronte a cidade de Constantinopla, o novo
Concílio proclamou o Dogma da Divindade de Jesus
Cristo que é confessado e defendido até os dias de hoje
tanto pela Igreja Católica quanto pela Protestante.
Entretanto, os registros acusam que neste Concílio
compareceram apenas a minoria dos bispos, e a maior
parte deles era da região de Língua grega. Nem mesmo
o Papa Silvestre I compareceu (A História do Mundo,
de Colúmbia; e Dicionário Oxford de Papas). É difícil
de entender que numa época de acontecimentos
dramáticos para a história da Igreja, o papa tenha se
recusado a participar de um evento tão importante. O
que levou o papa e os demais bispos a não participar do

Concílio de Nicéia? Seria essa ausência motivada por
questões políticas e interesses desconhecidos? Bem, o
fato é que o Concílio deu origem ao Dogma da
Divindade de Jesus Cristo. Será que as decisões
tomadas nesta assembléia foram tomadas a favor da
verdade ou da estratégia político-religiosa de
Constantino?
Desde o século IV que a inteligência humana
vem tentando compreender e explicar o Dogma que
afirma que Jesus foi “Deus encarnado”, isto é, que
Deus se fez humano na pessoa de Jesus Cristo. Os
teólogos da Igreja até hoje não foram capazes de
explicar essa doutrina a luz da razão, permanecendo
desta forma como um dos grandes mistérios da fé
cristã. Mas como alguém pode ser ao mesmo tempo
homem e Deus? Por que em algumas passagens do
Evangelho é possível identificar a existência de um Ser
superior a Jesus? Se Jesus é o próprio Deus, por que
dizia que um outro Ser chamado “Pai” era maior do que
ele? As poucas opiniões que tentam explicar estas
questões, sem ferir o Dogma, não são concludentes e
por isso mesmo esta doutrina é tida por vários
estudiosos como objeto de fé cega, impenetrável a
razão; é algo em que a inteligência humana é incapaz
de compreender.
Esse mistério que envolve o Dogma da
Divindade de Jesus Cristo motivou a Igreja a
patrocinar estudos teológicos por todo mundo para
encontrar elementos mais consistentes em favor do
Dogma, tanto para sua explicação quanto para sua
proteção, uma vez que os argumentos contrários do

primeiro Concílio de bispos permanecem até os dias de
hoje como provas incontestáveis. Os esforços
teológicos do Clero, entretanto, penderam mais para a
proteção do Dogma do que para sua explicação
propriamente dita, pois se chegou a conclusão de que o
aspecto das “duas naturezas” de Jesus não pode ser
explicado devido este assunto estar ligado a um dos
grandes mistérios da fé. Mas muitos estudiosos não se
conformaram em não poder compreender e explicar
algo de fundamental importância e seguiram em frente
em busca do desconhecido. Alguns desistiram em meio
a forte pressão que o clericalismo ocasionou em suas
vidas, outros, empreenderam estudos secretos e
seguiram adiante. Estes, porém, se envolveram demais
nessa causa e descobriram coisas inacreditáveis que se
fosse na época da Igreja medieval, com certeza
estariam em sérios problemas. Eu sou uma dessas
pessoas que decidiram e persistiram até o fim em busca
do inexplicável. Para mim, em particular, foi um grande
choque ao me deparar com a verdade que estava por
detrás do dogma, pois em alguns instantes o grande
edifício que fora construído durante longos anos de
estudos na igreja veio ao chão. Tudo aquilo que havia
aprendido em minha vida sobre o Dogma da Divindade
de Jesus Cristo simplesmente não era real. Isso gerou
dentro de mim um conflito interior que somente pude
superar três anos depois com o meu afastamento da
Igreja. Durante esses longos anos quis fechar os olhos
diante das verdades que minha busca proporcionara e
tentar desenvolver o meu ofício pastoral como se nada
houvesse acontecido. Não consegui... Muitas vezes, nos
momentos solitários de minha vida me perguntei: Por
que teve que ser assim? Por que eu? Já não me sentia

mais o mesmo devido ao peso da grande
responsabilidade que estava sobre os meus ombros. A
responsabilidade da decisão que era preciso tomar:
tornar público o que havia descoberto. Não podia mais
aceitar e muito menos ensinar uma doutrina
erroneamente formulada por um sistema religioso
inconseqüente, porque uma falsa verdade religiosa gera
uma fé cega e esta, a intolerância, a desigualdade e o
fanatismo. A fé cega anula a liberdade de pensar,
enquanto que a fé que enxerga claro todas as coisas
produz uma inteligência perfeita daquilo que se deve
crer.
Agora, após vencer o conflito interior do meu
ser durante estes anos, é chegado o momento de fazer
conhecer tudo aquilo que está por detrás do mistério do
Dogma da Divindade de Jesus Cristo. Por isso,
apresento ao caro leitor, nas páginas seguintes, os
Estudos Secretos que realizei em 1988 acerca do
Dogma, quando exercia o ofício de pastor numa
determinada Igreja protestante. Esse material teve que
ser desenvolvido de forma oculta, isto é, sem que meus
superiores soubessem; nem mesmo a minha família e
amigos próximos puderam tomar conhecimento da
finalidade das minhas pesquisas, pois a censura e o
boicote religioso poderiam frustrar os meus objetivos. É
um material extraído de meu Diário de Estudos e como
tal, poderá nele ser encontrado os vestígios de um
homem relutante em busca da verdade e o seu esforço
em realizar um exame consciencioso e sem idéias
preconcebidas, esgotando todos os meios de convicção
que se possa desejar. Que as luzes hauridas aqui
venham brilhar intensamente nos caminhos daqueles

que estejam seriamente animados de conhecer a
verdade!






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