Sérgio Biagi Gregório
Diz-se, com freqüência, que Umbanda e Espiritismo são a mesma coisa, com uma ou outra variante. Os que assim pensam não refletiram o suficiente sobre os fundamentos de cada doutrina.
Uma análise mais acurada nos mostrará que há, entre essas duas correntes espiritualistas, pontos concordantes e discordantes.
Vejamos as opiniões concordantes:
A Umbanda é espiritualista; o Espiritismo também o é.
A Umbanda rende culto a Deus; o Espiritismo também.
Nas práticas de Umbanda ocorrem fenômenos mediúnicos; no Espiritismo também.
A Umbanda aceita a reencarnação; o Espiritismo também.
Na Umbanda se faz caridade; no Espiritismo também.
Vejamos os pontos discordantes:
O Espiritismo NÃO tem culto material; a Umbanda TEM.
O Espiritismo NÃO prescreve qualquer forma de paramento nem comporta o formalismo de funções sacerdotais; a Umbanda TEM "pais" de terreiro com vestimenta e prerrogativas equivalentes ao exercício de funções sacerdotais.
O Espiritismo NÃO admite uso de imagens; a Umbanda TEM imagens e altares.
O Espiritismo NÃO têm sinais cabalísticos nem símbolos; a Umbanda TEM sinais, "pontos riscados" etc.
O ESPIRITISMO REGE-SE POR UM CORPO DE DOUTRINA HOMOGÊNEA, CODIFICADA POR ALLAN KARDEC; A UMBANDA NÃO SE REGE PELA DOUTRINA CODIFICADA POR ALLAN KARDEC.
O professor J. H. Pires, no capítulo VI - O Mediunismo - de seu livro Mediunidade trata a Umbanda como uma forma de mediunismo.
A sua explicação baseia-se na noção de que mediunismo - definição dada pelo Espírito Emmanuel - designa as formas primitivas de Mediunidade.
Assim, ele discorre sobre a construção racional da Mediunidade através dos ensinamentos de Allan Kardec. A Umbanda, sendo apenas a prática do fenômeno mediúnico, não consegue abarcar o grau de positivação alcançado pela Doutrina dos Espíritos. Esta é a grande diferença.
Fonte:
AMORIM, Deolindo. O Espiritismo e as Doutrinas Espiritualistas, publicado pelo C. E. Léon Denis.
PIRES, José Herculano. Mediunidade: Vida e Comunicação, publicado pela Edicel.
Uma análise mais acurada nos mostrará que há, entre essas duas correntes espiritualistas, pontos concordantes e discordantes.
Vejamos as opiniões concordantes:
A Umbanda é espiritualista; o Espiritismo também o é.
A Umbanda rende culto a Deus; o Espiritismo também.
Nas práticas de Umbanda ocorrem fenômenos mediúnicos; no Espiritismo também.
A Umbanda aceita a reencarnação; o Espiritismo também.
Na Umbanda se faz caridade; no Espiritismo também.
Vejamos os pontos discordantes:
O Espiritismo NÃO tem culto material; a Umbanda TEM.
O Espiritismo NÃO prescreve qualquer forma de paramento nem comporta o formalismo de funções sacerdotais; a Umbanda TEM "pais" de terreiro com vestimenta e prerrogativas equivalentes ao exercício de funções sacerdotais.
O Espiritismo NÃO admite uso de imagens; a Umbanda TEM imagens e altares.
O Espiritismo NÃO têm sinais cabalísticos nem símbolos; a Umbanda TEM sinais, "pontos riscados" etc.
O ESPIRITISMO REGE-SE POR UM CORPO DE DOUTRINA HOMOGÊNEA, CODIFICADA POR ALLAN KARDEC; A UMBANDA NÃO SE REGE PELA DOUTRINA CODIFICADA POR ALLAN KARDEC.
O professor J. H. Pires, no capítulo VI - O Mediunismo - de seu livro Mediunidade trata a Umbanda como uma forma de mediunismo.
A sua explicação baseia-se na noção de que mediunismo - definição dada pelo Espírito Emmanuel - designa as formas primitivas de Mediunidade.
Assim, ele discorre sobre a construção racional da Mediunidade através dos ensinamentos de Allan Kardec. A Umbanda, sendo apenas a prática do fenômeno mediúnico, não consegue abarcar o grau de positivação alcançado pela Doutrina dos Espíritos. Esta é a grande diferença.
Fonte:
AMORIM, Deolindo. O Espiritismo e as Doutrinas Espiritualistas, publicado pelo C. E. Léon Denis.
PIRES, José Herculano. Mediunidade: Vida e Comunicação, publicado pela Edicel.
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Quadro oferecido pelo companheiro Laurindo Francisco Diana, adepto da Umbanda.
SINOPSE COMPARATIVA | ESPIRITISMO | UMBANDA |
País de origem | França | Brasil |
Data de surgimento | 18.04.l857 | 15.11.1908 |
Codificador | Allan Kardec | ----------- |
Fundador | ----------- | Zélio F.de Morais |
Adereços e caracterizações | Não | Sim |
Altar e/ou oratório | Não | Sim |
Autonomia das associações | Sim | Sim |
Cânticos (pontos) cantados | Não | Sim |
Classificação dos espíritos em categorias | Sim | Não |
Comidas, bebidas, fumo, etc. | Não | Sim |
Cultos exteriores | Não | Sim |
Dogmas | Não | Sim |
Doutrina | Sim | Em formação |
Ervas e banhos | Não | Sim |
Fé | Racional | Emocional Devocional |
Jogos premonitórios | Não | Sim |
Mediunidade | Sim | Sim |
Mediunismo e/ou animismo | Sim | Sim |
Messiânica | Não | Não |
Método | Sim | Sim |
Oferendas materiais | Não | Sim |
Revelada | Sim | Não |
Literatura básica | As obras (5) de Allan Kardec | --------------- |
Rituais e cerimoniais | Não | Sim |
Roupas especiais e/ou paramentos | Não | Sim |
Sacerdotes | Não | Sim |
Sacramentos | Não | Sim |
Símbolos (pontos) riscados | Não | Sim |
Sincretismo | Não | Sim |
Sistema organizacional | Federativo | Federativo |
Tipificações espirituais | Não | Sim |
Tradição oral | Não | Sim |
Velas, flores, defumações, etc. | Não | Sim |
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS | ||
Crença em Deus único | Sim | Sim |
Comunicabilidade recíproca com os espíritos | Sim | Sim |
Crença nos elementais | Não | Sim |
Evolução progressiva dos espíritos | Sim | Sim |
Existência dos espíritos que sobrevivem à morte do corpo | Sim | Sim |
Influência dos espíritos sobre as pessoas | Sim | Sim |
Lei de causa efeito | Sim | Sim |
Pluralidade dos mundos habitados | Sim | Sim |
Prática da caridade | Sim | Sim |
Reencarnações sucessivas | Sim | Sim |
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Contribuição do Núcleo de Estudos Umbandistas
Tive a oportunidade de ler em seu site o breve artigo abordando a questão da suposta dicotomia entre Umbanda e Espiritismo. Confesso que fiquei bastante feliz por perceber que os irmãos trataram o tema de forma objetiva, clara e respeitosa, sem desferir ataques - ainda que velados - à Umbanda. Cumprimento-os por isso.
Contudo, gostaria de fazer alguns reparos quanto ao que foi dito:
- primeiramente o artigo afirma que a umbanda não se rege pela doutrina codificada por Allan Kardec. Isso não é inteiramente verdade. Todo o contexto de cunho filosófico abarcado pelo pentateuco é abraçado pelos umbandistas. O que ocorre é que a Umbanda não adota orientações de caráter prático, as quais foram inclusive bem enumeradas no artigo, como o uso de imagens, entre outras.
- Em segundo lugar, o artigo faz alusão à função sacerdotal. Quanto a isso, vale dizer que a Umbanda propriamente dita não tem sacerdotes. A função de direção dos trabalhos é conferida a pessoas de evidente ascendência intelectual e moral e com notórios conhecimentos dos fundamentos da religião, além, é claro, de capacidade de liderança sobre o grupo.
Vale ainda informar que, em consonância com a orientação do plano espiritual, a Umbanda em seu segundo século de existência começou a passar por um processo de renovação tendente a orientá-la no sentido de um corpo de doutrina próprio e mais homogêneo, abolindo práticas que nunca foram típicas dos mentores que compõem a Corrente Astral de Umbanda. Nesse momento, por todo o país, inúmeros grupos já se organizam nesse sentido.
De resto, não há dúvidas de são religiões diferentes e acho mesmo desejável que assim o seja. Os umbandistas, no entanto, insistem em se afirmarem espíritas e entendo que o somos latu sensu. Seria importante que os espíritas de orientação kardekiana entendessem essa tendência como um apelo a uma convivência fraterna e construtiva que, entendo, pode e deve existir.
Parabéns novamente pelo artigo.
Saudações em Cristo.
Núcleo de Estudos Umbandistas - http://neumbanda.blogspot.com
Brasília, 16/04/2011.
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