JOSÉ REIS CHAVES
jreischaves@gmail.com
Belo Horizonte, MG (Brasil)
A teoria evolucionista já era defendida, no século VI a.C., pelo filósofo grego Anaximandro, que imaginou que o princípio de tudo era o infinito (indeterminado). Seria essa sua ideia de Deus? E o biólogo francês Chevalier Lamarck, desencarnado em 1829, concebeu a evolução orgânica, antes só se aceitava a geológica. Ele defendeu também as polêmicas teorias da geração espontânea e do transformismo.
Erasmo Darwin, avô de Charles Darwin, já havia levantado a ideia da evolução biológica. Mas coube a Charles Darwin e Alfredo Russel Wallace, um dos criadores da Geografia Zoológica, ficarem consagrados como os verdadeiros criadores da teoria evolucionista. Wallace não tinha nenhum contato com Darwin. Mas havia uma semelhança tão grande entre os seus trabalhos literário-científicos e a obra de Darwin: “A Origem das Espécies” (1859), que até houve um acordo entre os dois cientistas antes da publicação dessa obra.
Darwin não era ateu. Em “A Descendência do Homem” (1871), ele tem uma certa tendência agnóstica. Mas ele cria em Deus, e disse: “Por maiores que tenham sido as crises por que passei, nunca desci até ao ateísmo, nunca cheguei a negar a existência de Deus” – Eliseu F. da Mota Jr., “Que é Deus?”, página 107, Ed. O Clarim, Matão, SP, citando a Revista Globo Ciência. E Wallace foi um dos grandes pesquisadores do Espiritismo científico. A falsa fama de os evolucionistas serem ateus se deve à adesão ao evolucionismo de cientistas materialistas, como T. H. Huxley, criador da palavra “agnóstico”.
As teorias criacionista e evolucionista triunfar-se-ão, pois são consentâneas com a ciência e a filosofia espiritualistas. Pierre Teilhard de Chardin aceitava ambas as teorias. O Espiritismo é também criacionista e evolucionista. A finalidade da reencarnação é justamente a evolução do Espírito. Aliás, o Espiritismo é a religião mais espiritualista que existe, pois lida diretamente com os Espíritos. Também a Igreja Católica e uma parte das outras igrejas cristãs e demais religiões existentes no mundo são criacionistas e evolucionistas. O Vaticano não se desculpa com Darwin, pois nunca o condenou, afirma o padre Juarez de Castro (www.padrejuarez.com.br), secretário de Comunicação da Arquidiocese de São Paulo, citado pelo padre Gladstone Elias de Souza no “Jornal de Opinião”, de 19 a 25-1-2009, da Arquidiocese de BH.
Discordamos de Santo Agostinho, que ensinou que Deus criou o mundo do nada (“ex nihilo”), pois cremos que Deus engendrou o mundo do Todo, que é o próprio Deus! Mas concordamos com ele, quando ele afirma que a criação foi em estado potencial ou de semente, que vai se atualizando com o decorrer dos tempos.
Existem cristãos que ainda não aceitam a realidade do evolucionismo. Que eles comparem o homem da caverna com o de hoje! Eles pregam a criação bíblica literal do mundo, em seis dias de 24 horas, quando esses dias são períodos consecutivos de milhões de anos cada um. E eles creem também que Deus, literalmente, descansou mesmo no sétimo dia, quando Deus é incansável, e quando a Bíblia quer apenas nos mostrar que nós, sim, temos que descansar.
Esses cristãos estão atrasados, mas eles ainda têm um tempo sempiterno para evoluírem e conhecerem a verdade que liberta!
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