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domingo, 3 de novembro de 2024

O Dia de Todos os Santos - comemoração dos mortos

O Dia de Todos os Santos - comemoração dos mortos
01 / NOVEMBRO / 2024

   O Sr. Allan Kardec, exemplo de sabedoria, humildade e de gratidão, costumava fazer anualmente, na Sociedade espírita que dirigia, uma sessão especial comemorativa dos mortos. Tal exemplo pode ser seguido pelos espíritas sinceros que se importam com seus afetos mortos, sem esquecer daqueles a quem devem as instruções recebidas e a proteção durante a vida no corpo: os anjos guardiães e demais guias.

   Vamos reproduzir abaixo algumas das comunicações que foram publicadas na Revista do Sr. Allan Kardec, obtidas nas Sessões Comemorativas dos Mortos.

 

O Dia de Todos os Santos

(Sessão de 1º de novembro de 1868, Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas)

 

   "A festa de Todos os Santos, meus bons amigos, é uma festa que, para a maior parte dos que não possuem a verdadeira fé, os entristece e lhes faz derramar lágrimas, em vez de se alegrarem. Observai que desde a humilde choupana até o palácio, quando o dobre a finados lembra o nome do esposo ou da esposa, de um pai, de uma mãe, de um filho, de uma filha, eles choram. Parece que tudo está acabado, que eles nada mais têm a esperar aqui embaixo, contudo, eles oram! Que é, então, essa prece? É um pensamento dirigido ao ser amado, mas sem esperança. O choro abafa a prece. Por quê? Ah! É que eles duvidam; eles não têm essa fé viva que infunde a esperança, que vos sustenta nas maiores lutas. É que eles não compreenderam que a vida na Terra não é senão uma separação momentânea; numa palavra é que aqueles que lhes ensinaram a orar não tinham, também eles, a fé verdadeira, a fé que se apoia na razão.

   "Mas é chegada a hora em que estas belas palavras do Cristo vão ser, enfim, compreendidas: "Meu pai deve ser adorado, não mais apenas nos templos, mas em toda parte, em espírito e em verdade." Tempo virá em que elas se realizarão. Belas e sublimes palavras! Sim, meu Deus, não sois adorado apenas nos templos, mas sois adorado no monte e por toda parte. Sim, aquele que molhou os lábios na taça bendita do Espiritismo, ora não só neste dia, mas diariamente; o viajante ora em seu caminho, o operário durante o seu trabalho; aquele que pode dispor de seu tempo o emprega no alívio de seus irmãos que sofrem.

   "Meus irmãos, alegrai-vos, pois dentro de pouco tempo vereis grandes coisas! Quando eu estava na Terra, eu via a Doutrina grande e bela, mas eu estava bem longe de poder compreendê-la em toda a sua grandeza e em seu verdadeiro objetivo. Assim, vos direi: Redobrai de zelo; consolai os que sofrem, porque há seres que foram de tal modo afligidos durante a sua vida, que necessitam ser amparados e ajudados na luta. Sabeis quanto a caridade é agradável a Deus. Praticai-a, pois, sob todas as formas; praticai-a em nome dos Espíritos cuja memória festejais neste dia, e eles vos bendirão!"

H. DOZON.

 

   "Depois das preces de costume, trinta e duas comunicações foram obtidas pelos médiuns presentes, em número de dezoito." (Allan Kardec)

   Vamos reproduzir aqui apenas algumas dessas comunicações, indicando abaixo os links onde se poderá ler na íntegra o que foi publicado na Revista Espírita pelo Sr. Allan Kardec.

 

III

 

   O perfume que exala de todos os bons sentimentos é uma prece constante que se eleva para Deus, e todas as boas ações são ações de graça ao Eterno. (SRA. VICTOR HUGO).

 

   O devotamento pelo reconhecimento é um impulso do coração; o devotamento pelo amor é um impulso da alma. (SRA. DAUBAN).

 

   O reconhecimento é um benefício que recompensa aquele que o merece. A gratidão é um ato do coração que dá, ao mesmo tempo, o prazer do bem àquele a quem se deve ser reconhecido, e àquele que o é. (VÉZY).

 

   A ingratidão é punida como ação má pelo abandono de que é objeto, como a gratidão é recompensada pela alegria que proporciona. (LECLERC).

 

   O dever da mulher é trazer ao homem todas as consolações e os encorajamentos necessários à sua vida de vicissitudes e penosos trabalhos. A mulher deve ser seu sustentáculo, seu guia, o facho que ilumina o seu caminho, e deve impedi-lo de falir. Se ela faltar à sua missão, será punida, mas se, malgrado o seu devotamento, o homem repele os impulsos de seu coração, ela é duplamente recompensada por haver persistido no cumprimento de seus deveres. (DELPHINE DE GIRARDIN).

 

   A dúvida é o veneno lento que a alma faz a matéria absorver e da qual recebe o primeiro castigo. A dúvida é o suicídio da alma, que traz infalivelmente a morte do corpo. Uma alma suicidar-se é difícil de compreender. Mas não é morrer o viver na sombra, quando se sente a luz em volta de si? Afastai, pois, do vosso Espírito, o véu que encobre os esplendores da vida, e vede esses sóis radiosos que vos dão o dia: aí está a verdadeira luz; aí está o objetivo a que deveis chegar pela fé. (JOBARD).

 

   O egoísmo é a paralisação de todos os bons sentimentos. O egoísmo é a deformidade da alma, que traspassa a matéria, fazendo-vos amar tudo o que a ela se dirige e repelir tudo o que se dirige aos outros. O egoísmo é a negação da sublime sentença do Cristo, sentença invertida ignominiosamente: "Fazei aos outros o que gostaríeis que eles vos fizessem." (PLÁCIDO).

 

   A susceptibilidade, eis um defeito para uso de todos, e cada um, não ides dizer o contrário, dele está um pouco carregado. Ufa! Se soubésseis quanto é ridículo ser suscetível e quanto esse defeito torna desajeitado, eu vos asseguro que ninguém mais desejaria ser por ele atingido, porque se gosta de ser belo. (GAY).

 

   O orgulho é o guarda-chuva social de todos e que cada um arroja sobre o gracioso amor-próprio; certamente é preciso ter amor-próprio e orgulho, é o que dá a ambição do bem (sem jogo de palavras), mas demasiado, estraga o espírito e corrompe o coração. (MANGIN).

 

   A ambição, ele acaba de dizer, mas sabeis qual a ambição que não impede a alma de elevar-se para os esplendores do infinito? Pois bem! É a que vos induz a fazer o bem. Todas as outras ambições vos levam ao orgulho e ao egoísmo, flagelos da Humanidade. (BONNEFON).

 

   "Meus caros amigos, os Espíritos que vos vêm falar, não só estavam felizes por manifestar sua presença, mas têm a alegria de pensar que cada um de vós esforçar-se-á para se corrigir e pôr em prática as sábias lições que vos deram e as que vos trazem em cada uma de vossas sessões. Crede, os Espíritos são para vós o que vossos pais foram ou deveriam ter sido. Eles repreendem quando vos aconselham e vos ajudam, e enquanto não os escutais, dizem que vos abandonam; revoltam-se contra vós, e logo depois de vos terem falado duramente, voltam vos encorajando e se esforçando para impelir constantemente os vossos pensamentos para o bem. Sim, os Espíritos vos amam como o bom pai ama a seus filhos; eles vos têm piedade, cuidam de vossos dias e afastam de vós todo mal que vos pode acontecer, como a mãe cerca o filho de todos os cuidados mais delicados, de todas as atenções necessárias à sua fragilidade. Deus lhes deu essa missão; deu-lhes a coragem para cumpri-la e nenhum desses bons Espíritos, seja qual for o seu grau na hierarquia espiritual, falhará na sua tarefa. Eles compreendem, sentem, veem esses esplendores divinos que devem ser a sua recompensa; eles vão adiante e desejariam levar-vos atrás deles, impelir-vos adiante deles, se o pudessem. Eis por que vos repreendem; eis por que vos aconselham. Por vossa vez, orai por eles, para que a vossa indocilidade não os impeça de continuar prodigalizando-vos seus benefícios, e que Deus continue a lhes dar a força de vos ajudar."1

 

SÃO LUÍS

(Médium: Sr. Bertrand)

 

(Sessão de novembro de 1864)

 

   "Meus filhos, uma estreita comunhão liga os vivos aos mortos. A morte continua a obra esboçada e não rompe os laços do coração. Esta certeza enriquece o tesouro de amor derramado na Criação.

   "Os progressos humanos obtidos a preço de sacrifícios dolorosos e de hecatombes sangrentas aproximam o homem do Verbo Divino e lhe fazem soletrar a palavra sagrada que, caída dos lábios de Jesus, reanimou a Humanidade desfalecente. O amor é a lei do Espiritismo; ele dilata o coração e faz amar ativamente aqueles que desaparecem na vaga penumbra do túmulo.

   "O Espiritismo não é um som vão, caído dos lábios mortais e levados por um sopro. Ele é a fé poderosa e severa proclamada por Moisés no Monte Sinai, a fé afirmada pelos mártires, ébrios de esperança, a lei discutida pelos filósofos inquietos e que, enfim, os Espíritos vêm proclamar.

   "Espíritas! O grande nome de Jesus deve flutuar como uma bandeira acima de vossos ensinos. Antes que fôsseis, o Salvador levava a revelação em seu seio, e sua palavra, medida prudentemente, indicava cada uma das etapas que hoje percorreis. Os mistérios cairão ao profético sopro que vos abre as inteligências, como outrora as muralhas de Jericó.

   "Uni-vos pela intenção, como fazeis nesta reunião abençoada. A quente eletricidade desprendida do coração vence a distância que nos separa e dissipa os vapores da dúvida, da personalidade, da indiferença, que muitas vezes obscurece a faculdade espiritual.

   "Amai e orai por vossas obras."

 

JOÃO EVANGELISTA

(Médium: Sra. Costel)

 

   "Amigos e irmãos em Espiritismo, estais hoje reunidos para dirigir ao Senhor votos e preces por Espíritos que vos são caros e que aqui cumpriram a sua missão. Muitos dentre eles, meus caros amigos, realizaram essa tarefa dignamente e receberam a recompensa de seu trabalho nessa vida de expiação e de miséria. Oh! meus caros espíritas! Esses velam por vós; eles vos protegem e hoje participam dos vossos votos e das súplicas que dirigis ao nosso Pai comum. Na maioria estão entre vós, felizes por verem o recolhimento em que estais neste momento solene.

   "Mas é sobretudo para os Espíritos que não compreenderam sua missão neste mundo de passagem que devem elevar-se os vossos pensamentos e as vossas preces. Oh! Esses necessitam que corações amigos, que almas compassivas lhes deem uma lembrança, uma prece, mas uma prece sincera, uma prece que suba ao trono do Eterno! Ah! Quantos desses Espíritos são abandonados, esquecidos, mesmo por aqueles que deveriam neles mais pensar, por parentes por vezes muito próximos! É que esses, meus amigos, não são espíritas; é que eles não conhecem o efeito que sobre o Espírito pode produzir a ação das preces. Não, eles não conhecem a caridade; eles não acreditam numa outra existência depois desta; eles creem que a morte nada deixa depois dela.

   "Quantos, nestes dias de luto, com o coração frio e seco, vão aos túmulos dos que conheceram! Eles lá vão, mas por hábito, por conveniência; sua alma não sente nenhuma esperança; eles nem mesmo imaginam que essas almas para as quais eles vêm render uma homenagem lá estão, perto deles, e deles esperando uma prece vinda do coração.

   "Oh! Meus amigos, fazei vós, por vossas preces, o que não fazem os vossos irmãos.

   "Eles não veem na morte senão os despojos, o corpo, e esquecem que a alma vive para sempre. Orai, porque vossas preces serão ouvidas pelo Altíssimo.

   "Um Espírito que pede também uma participação em vossas preces,

 

LALOUZE

(Médium: Sra. Lampérière)

 

   Reproduzimos aqui parte de uma comunicação de Santo Agostinho, ditada na mesma sessão.

   "Ah! Vossos caros mortos não esperaram este dia para virem a cada um de vós. Em todos os momentos não os sentis acercando-se de vós e vos dando, por essa voz que chamais consciência, os segredos castos e divinos do dever? Não os sentis aproximarem-se muito em vossas horas de tristeza e de desfalecimento? Eles vos dizem: Coragem! E sobretudo a vós, espíritas, eles vos mostram o céu e as inumeráveis estrelas que rolam sobre o seu azul, em sinal de aliança entre o Senhor e vós.

   "Não, meus caros amigos, eles não vos deixam pelo pensamento. A ti, mãe, tua filha vem dizer: Eu parti primeiro, como se destaca do tronco vigoroso o galho quebrado pela tempestade, mas vivo ainda de tua seiva e de teu amor na imensidade, e neste rosário de pérolas que a minha alma carrega, não há algumas esmeraldas que me vieram de ti?

   "Pai, ouço teu filho dizer: Parti para voltar a ajudar-te, em tuas preces, a melhor amar a Deus. Parti porque tua fronte não se inclinava diante do grande dispensador de todas as coisas; ele quis que te lembrasses dele, fazendo-te ouvir as modulações de além-túmulo pela voz de teu filho.

   "Irmão, ouço teu irmão falar-te das vossas brincadeiras de outrora, de vossas lutas, de vossas alegrias, de vossos sofrimentos. Eu parti para o além antes de ti, diz ele, mas não estou morto. Eu te preparei o caminho: nele se encontra mais glória do que na Terra. Lança fora teu manto de púrpura e veste o burel para fazer a viagem, pois o Senhor ama a pobreza mais do que a riqueza.

   "Eu escuto suaves suspiros responderem aos vossos suspiros; os do amante responderem à amante; os do esposo à esposa. Bela harmonia!

   "Rejubilai-vos, pois! Quantas lágrimas felizes! Quantos tocantes impulsos! Esposas, senti vossas mãos pressionadas pelas mãos invisíveis de vossos esposos. A esta hora, eles vêm renovar a promessa de vos amarem para sempre; eles vêm dizer-vos o que eu mesmo vos disse: que a morte não rompe os laços do coração e que as uniões continuam no além-túmulo.

   "Como eu gostaria de nomear todos esses mortos queridos, mas não posso. Escutai vós mesmos as suas vozes. Cada um de vós as reconhecerá no concerto sagrado que sobe ao Céu. Elas cantam juntas um canto de ação de graças ao Senhor."2

 

SANTO AGOSTINHO


(Médium: Sr. E. Vézy)

 

__________

1 Revista Espírita, dezembro de 1868 - Sessão anual comemorativa dos mortos.

2 Revista Espírita, dezembro de 1864 - Da comunhão do pensamento - Sessão comemorativa na Sociedade de Paris.

https://www.revistaespirita.net/pt-br/artigo/252/o-dia-de-todos-os-santos---comemoracao-dos-mortos


Tesouros e Revelações da Revista Espírita de Allan Kardec

 Extraímos a comunicação seguinte do jornal espírita Salut, que se publica em Nova Orléans, número de 1o de junho de 1868:– Filhos, eu vos escrevi: “Quando vossa boa união me chamar, virei a vós.”

E como vossa boa união me chamou eis-me aqui.

Na Revista Espírita editada desde janeiro de 1858 até junho de 1869, Kardec propôs estudar todas as fontes que fornecessem observações instrutivas e interessantes sobre os fatos espíritas ainda pouco conhecidos, com explicações baseadas nos princípios do ensino dado pelos Espíritos e sem acrescentar suas próprias ideias. Para tanto pediu que lhe fosse enviado tudo o que se relacionasse aos vários assuntos de que queria tratar: manifestações materiais, fatos de lucidez sonambúlica e de êxtase, segunda vista, previsões, pressentimentos, algum poder oculto das pessoas, lendas e crenças populares, visões e aparições, fenômenos psicológicos que ocorrem no instante da morte, problemas e ocorrências morais, fatos de devotamento e abnegação para servir de exemplo, além de opiniões sobre o relacionamento dos Espíritos com os homens, em épocas distantes ou na atualidade, etc, etc.

Neste livro os leitores irão encontrar as entrevistas realizadas por Kardec com inúmeros Espíritos, a maioria composta de pessoas como nós, sem fama, que desencarnaram pelos motivos mais diversos, desde mortes naturais a crimes ou suicídios, falando de si mesmas e do mundo espiritual que encontraram após a morte.

É um apanhado da Revista, de modo condensado e em linguagem simples, esclarecendo essas inúmeras comunicações para o conhecimento de todos e também como auxiliar de possíveis pesquisas e estudos visando a popularização da Doutrina.

São depoimentos emocionantes, muitas vezes curiosos, outras vezes engraçados.

Procuramos tornar bem compreensível a todos as incríveis lições que trazem e os magníficos esclarecimentos que esses Espíritos amigos deixaram a respeito do mundo que iremos encontrar um dia em nosso futuro. Temos a certeza de estar lançando, assim, novas luzes sobre a Codificação.

Lembramos que, além das entrevistas, juntamos vários fatos curiosos ocorridos na época.

Na última parte, encerramos com uma coletanea de mensagens incríveis, poéticas e proféticas, cheias da melhor esperança, que os Espíritos deixaram nos alertando sobre o futuro.

No segundo volume, REVELAÇÕES da Revista Espírita de Allan Kardec, encontramos uma condensação dos acontecimentos mais importantes que cercaram o nascimento do Espiritismo no século XIX juntamente com a explosão da Mediunidade.

Kardec deixou com a Revista Espírita uma documentação importante para um conhecimento mais aprofundado do seu trabalho e das comunicações espirituais ou, como ele mesmo o diz, servir de complemento da Codificação.

Com ele, conheceremos as dificuldades que os primeiros espíritas enfrentaram no século XIX , os ataques que vieram das colunas de vários jornais e dos púlpitos das igrejas católicas em sermões e epístolas; que vieram em processos que os médiuns sofriam por “exercício ilegal da medicina”. Os médicos atacavam, julgando-se prejudicados em seus interesses financeiros pelas soluções espíritas de casos que eles mesmos não conseguiam resolver mas que o Espiritismo solucionava. Como ainda hoje acontece.

Além disso, o Espiritismo trouxe as evidências da reencarnaçâo, uma das maiores provas do amor de Deus por todos nós, e que implicava em esforço para desenvolver a tão necessária reforma íntima.

Como curiosidade principalmente, Kardec acrescentou ao seu trabalho uma comunicação de Jesus e a justificou com as seguintes palavras:

O Jornal Salvação, de Nova Orleans publicou a seguinte comunicação em junho de 1868. Publicou sem dar informações sobre as circunstâncias nas quais foi obtida; parece ter sido numa festa comemorativa da Última Ceia ou uma reunião fraterna entre os componentes do Centro Espírita.

Seja como for, ela leva, na forma e no fundo dos pensamentos, na simplicidade bem como na nobreza do estilo, uma marca de identidade que não podemos ignorar.

Comprovamos por ela que as instruções dadas na América sobre a caridade e a fraternidade são idênticas as que são dadas na Europa, provando que esse é o laço que unirá os habitantes dos dois mundos.

QUE FIZERAM DE MIM?

Filhos, vocês hoje são como meus apóstolos de antigamente. Façam como os bons e não como os maus; que ninguém me renegue, que ninguém pratique uma traição!

Que nenhum de vocês seja nem Pedro, nem Judas!

Oh! Meus bons filhos, olhem ao seu redor e vejam! Minha cruz, o instrumento glorioso do meu suplício indigno, domina os edifícios da tirania… e eu, eu vim somente para pregar a liberdade e a felicidade. Com minha cruz, afogaram os corpos no sangue e as consciências na mentira! Com minha cruz, disseram aos homens: “Obedeçam a seus patrões; curvem-se diante dos opressores!” E eu, eu dizia: “Vocês são todos filhos de um mesmo pai, sem diferença, a não ser a de seus méritos que resultam de sua liberdade.

Eu havia dito aos grandes: “Humilhem-se!” e aos pequenos “Ergam-se”, mas exaltaram os grandes e humilharam os pequenos.

Que fizeram de mim, da minha memória, da minha lembrança, do meu apostolado? Um sabre! Oh! Se fosse possível sofrer na morada celeste, eu sofreria… e vocês devem estar prontos a tudo para a redenção que eu comecei, nem que seja para hastear sobre a mesma montanha o mesmo sinal de reunião!… Ele será visto e compreendido e tudo será deixado de lado para o defender, para o abençoar, para o amar.

Filhos, vão na direção do céu com a fé e a humanidade inteira os seguirá sem medo e com amor! Vocês vão saber logo, na prática, o que é o mundo, se a teoria não os ensinou.

Tudo o que foi explicado a vocês para a prática do verdadeiro cristianismo não passa de uma sombra da verdade! O triunfo que os espera está tão acima dos triunfos humanos e do que se pensa quanto as estrelas do céu estão acima dos erros da terra!

Oh! Quando chegarão a ver como Tomé! Quando tiverem tocado!… Vocês verão! Vocês verão ! As paixões serão obstáculos, depois elas irão socorre-los, porque serão as boas paixões depois das más paixões.

Pensem em mim quando forem partir meu pão e beber meu vinho, dizendo que hastearão para toda a eternidade a bandeira dos mundos…

Oh! Sim, dos mundos, porque ela reunirá o passado, o presente e o futuro em Deus.

JESUS

AS PROFECIAS

Observação de Kardec – As revelações que publicamos a seguir foram recebidas de vários centros espíritas da França e do exterior, todas sobre o mesmo assuntoe e com o mesmo pensamento. Estamos divulgando algumas delas porque é chegado o momento para que todos saibam e também para que os espíritas conheçam o sentido da maioria das comunicações dos Espíritos.

• {Recebida em Sétif, Argélia, África -1861) Todos já sabem que as religiões irão se unir um dia numa só crença. Daqui até lá devem ocorrer muitos fatos importantes para aplainar os caminhos. Vocês talvez venham a conhecer o verdadeiro Evangelho de Jesus Cristo que será feito pelo novo Missionário do Criador e também assistirão à grande mudança trazida pelas pregações desse Menino abençoado: ouvindo sua palavra poderosa os homens de inúmeras crenças irão dar-se as mãos.

Acreditem, irmãos, vocês mesmos é que receberão essas comunicações. Mas não divulguem esta mensagem secreta até nova ordem.

SÃO JOSÉ

• 2 – (Constantine, Argéiia, África – 1861) O aperfeiçoamento da Humanidade ocorrerá a partir do século XX; o que vai se cumprir agora são apenas as preliminares da renovação. O homem chamado a completar os acontecimentos já nasceu, seu caminho está delineado e será percebido pela depravação dos costumes.

A corrupção no meio religioso é o principal sinal de sua decadência; os que estão corrompidos arrastam a Humanidade a um destino funesto.

Já aconteceu a mesma coisa com as religiões que substituíram o culto da Divindade pelo culto do dinheiro e das honras, com os que anseiam mais pelos bens materiais da Terra do que pelos bens espirituais do céu.

FÉNELON

• (Paris, 1862) Ao chegar a hora de uma transformação da Humanidade, Deus envia um Espírito em missão capaz de dominar seus contemporâneos por seus pensamentos e inteligência superior e transmitir às futuras gerações as ideias para uma revolução moral e civilizadora.

Jesus Cristo foi um desses missionários excepcionais; teremos, para a época atual, um Espírito que irá dirigir a ação conjunta, unindo as forças do Espiritismo que se encontrarão dispersas.

Quando surgir algum fato novo, aguardem e orem, porque ocorre sob as leis da justiça divina que comanda o universo.

BALUZE

•(Paris, 1866) – Inúmeros Espíritos superiores estão colaborando com a obra regeneradora, mas nem todos são Messias.

1º Há Espíritos superiores que agem livremente, seguindo sua própria vontade;

2º Há os Espíritos marcados, quer dizer, indicados para uma missão importante,

embora existam outros, também preparados no caso de alguma falha.

3º Há os Messias, seres superiores que atingiram a mais alta posição celeste, infalíveis e acima das fraquezas humanas, mesmo quando encarnados.

São os Espíritos pertencentes a essas três categorias que irão colaborar com o grande movimento de regeneração que já começou.

•(Le Havre, 1862) – Cristo trouxe ao seu planeta Terra a vontade de Deus. Mas os homens não conseguiram guardar no coração o amor ao próximo, caíram na senda do egoísmo e, com o orgulho, esqueceram seu Criador.

LAMENNAIS

•(Paris, 1863) – Os fatos ocorrem com tanta rapidez que não podemos ignorar a intervenção dos Espíritos. Há um grande abalo em todo o globo; são as novas raças que vêm das altas esferas e estão à espera de sua encarnação messiânica, estudando as questões que emocionam hoje a Terra.

A bela lei da solidariedade universal tem em seu interior a norma sublime de um por todos e todos por um.

ERASTO

•(Paris, 1865) – A Humanidade não tem má índole por natureza; é somente ignorante e se deixa levar pelas paixões. É progressiva, porém, e deve progredir em direção ao seu destino. Todos devem esclarecê-la, mostrar os inimigos escondidos nas trevas, desenvolver sua essência moral repleta ainda de maus instintos; assim irão reavivar a chama da verdade eterna, da consciência do infinito, do bom e do belo que sempre residirão no coração dos homens, até mesmo dos mais cruéis.

MONTAIGNE

•(Paris, 1866)- Povos! Escutem!… Ouve-se uma grande voz de um lado a outro do mundo: é o precursor, anunciando a chegada do Espírito da Verdade que vem endireitar os caminhos tortuosos em que o espírito humano se perdia em sofismas falsos. É o anjo a despertar os mortos para que saiam dos túmulos.

Agora que chegou o tempo para que ocorram essas predições, vocês irão aprender seu sentido figurado e ler no livro deste discípulo.

JOÃO EVANGELISTA

•(Paris, 1867) – A reunião de seres, encarnados e desencarnados que compõem a população de um planeta, não passa de uma grande criança coletiva. E precisa atravessar todas as fases, desde o nascimento até a velhice e também tem suas doenças de crescimento, idade adulta e perturbações morais e intelectuais.

Em certas ocasiões, as desgraças que destroem o resultado do esforço de um ano inteiro são anunciadas a tempo para que se tomem todos os cuidados e se evite a devastação. Só que, desta vez, isso não vai acontecer. O céu, cheio de nuvens, parecerá ficar mais claro, as nuvens se desmancharão e então, como fúria contida há longo tempo, tudo irá estourar com estranha violência.

Infeliz o fanfarrão, o contador de vantagens que resolver enfrentar o perigo como se fizesse um brinde à infelicidade, de taça na mão! Que decepção! Sua taça não conseguirá chegar aos lábios que já estarão feridos!

CLÉLIE DUPLANTIER

•“Naquela hora não haverá gritos nem luto, nem trabalho, porque tudo o que era antes já terá passado,”

Já está ocorrendo essa profecia do Apocalipse, ditada há dezoito séculos.

Por que tantos se inquietam e gritam? Não se lembram da afirmação de Jesus

que dizia: “antes que passe esta geração acontecerão grandes coisas?”

A ideia plantada pelos Espíritos cresceu com a rapidez de uma inundação e, lógico, encontrou inimigos, opositores e descrentes. Mas ela não seria a fonte de vida, se fosse vencida pelas zombarias com que a receberam no início. Esse pensamento é guiado pelo próprio Deus sobre a Terra e ninguém o destruirá!

Ouçam bem, liguem-se à bandeira onde se escreveu Fora da caridade nâo há salvação e aguardem, porque aquele que recebeu a missão de regenerar a todos vai retornar, e ele disse: Bem-aventurados os que conhecerem o meu novo nome!

UM ESPÍRITO

Com a leitura da Revista Espírita, que Kardec considerou um complemento da Codificação, poderemos conhecer mais a fundo não apenas como se implantou o Espiritismo no mundo, como ter uma análise profunda de depoimentos feitos pelos próprios Espíritos, encarnados e desencarnados.

São mais de 200 artigos em cada um dos volumes, entre fatos curiosos de manifestações espíritas de efeitos físicos, narrativas das mais espantosas e que provocavam verdadeiro pavor naquela época e também provocariam hoje em dia mas que fizeram o mundo conhecer o Espiritismo.

ALCEU NUNES

Bibliografia:

Tesouros da Revista Espírita de Allan Kardec – Alceu Nunes, Edições FEESP;

Revelações da Revista Espírita de Allan Kadec – Alceu Nunes, Edições FEESP


https://www.feesp.com.br/2017/05/12/tesouros-e-revelacoes-da-revista-espirita-de-allan-kardec/