a partir de maio 2011

domingo, 8 de outubro de 2017

Quem escolhe as nossas doenças?

É a herança espiritual que comanda a herança genética.

Todo espírito ao reencarnar escolheu para si o necessário para evoluir na sua caminhada purificadora rumo à perfeição. Traz na sua linha do destino as metas (provas e expiações) a serem cumpridas, e quando superadas avança na escala evolutiva. André Luiz[1] esclarece que no plano reencarnatório o espírito prevê a forma física, a paisagem doméstica, o ambiente social, o concurso materno, bem como as principais dificuldades a serem vencidas. É um plano construtivo e não um fatalismo. Não existe um destino fixo e sim flexível, pois todos reencarnam com independência relativa.
O espírito reencarnante traz consigo a somatória de todos os seus reflexos, bons ou não, colhidos através do tempo (herança espiritual), que agora farão parte do molde espiritual fornecido à formação e à estruturação do corpo físico, quando a este se ajusta célula a célula, organizando todo o seu desenvolvimento e comandando o seu fisiologismo. É a herança espiritual que comanda a herança genética.
A mente (espírito) age sobre o meio interno do citoplasma da célula influindo na configuração genética do reencarnante, fornecendo ao corpo todas as suas características, que nada mais são que os reflexos do estado do espírito. Portanto, da mente comandante se originam as energias espirituais que chegam aos trilhões de células do organismo físico, que quando perturbadas emitem raios magnéticos de alto poder destrutivo, provocando alterações no fisiologismo físico: as doenças.
A própria consciência do espírito faz as escolhas que poderá suportar e cumprir no traçado do destino que seguirá ao reencarnar-se. É a conta do destino criada por ele mesmo, como ensina André Luiz. É o espírito que terá que enfrentar as consequências dos seus próprios atos.
Dentro dessas escolhas estão as propensões às doenças de todos os tipos conforme a necessidade para a sua evolução. O espírito pode estar predeterminado a ter uma doença, mas não necessariamente a terá. Existem inúmeros fatores para que isso não ocorra durante a sua atual vida na Terra, uma vez que o traçado do destino não é absoluto e pode ser alterado conforme o trabalho no bem, pois a postura moral clara e correta interfere em todas as funções celulares através da harmonia das vibrações da alma.
Diante das escolhas, o homem-espírito pode aliviar as suas provas tornando a passagem na Terra mais prazerosa e extasiante, dando à vida um sabor agradável. Por outro lado, ao contaminar-se em excesso com as tentações da matéria, certamente haverá alterações em suas condutas sadias e com isso poderá sentir dor e sofrimento, deixando à vida o sabor da amargura. Tudo nos leva a crer que o homem não utiliza adequadamente os atributos do espírito, em especial o livre-arbítrio. Em consequência, quase sempre, não escolhe o melhor para si. Nesta ocorrência poderão advir o sofrimento, as dores e as doenças. É bom sempre lembrar do Apóstolo Paulo[2]: “Tudo o que o homem semeia, colherá.”
Quem escolhe as nossas doenças? A resposta é óbvia: somos nós mesmos. Como? Quando elaboramos a programação reencarnatória, quando praticamos ações inadequadas nesta nova vida corporal, ou ainda, uma associação dessas duas possibilidades.
As Leis da Natureza, elaboradas com absoluta perfeição, mostram que para receber alguma coisa, seja o que for, precisamos merecê-la. Cada um de nós sofre pela própria evolução conquistada durante toda a existência. Neste momento temos aquilo que merecemos. O corpo físico, veículo de expressão do espírito, exterioriza o equilíbrio ou a desarmonia vibracional no mundo da matéria, no plano inferior da evolução. Dessa forma, fica claro que o nível evolutivo, ainda a desejar dos humanos, é o responsável pelo sofrimento e pela dor e, quase sempre, está ligado às mais diferentes doenças.
É interessante notar que quando se busca a causa primordial dos sofrimentos de qualquer espécie, direta ou indiretamente, se chega, invariavelmente, ao espírito. “Ninguém poderá dizer que toda enfermidade, a rigor, esteja vinculada aos processos de elaboração mental, mas todos podemos garantir que os processos de elaboração da vida mental guardam positiva influenciação sobre todas as doenças.”[3]
Comumente observamos que uma dor moral, uma mágoa, uma preocupação intensa, um estresse no trabalho, podem trazer sintomas físicos como dores musculares, falta de apetite, cansaço fácil, insônia etc. Todos esses estados angustiantes provocam excitações nas vibrações do espírito que repercutem, via centros nervosos, no organismo humano. Podemos dizer que todos os transtornos emocionais acabam afetando o corpo físico quando exterioriza os sintomas referentes ao desequilíbrio dessas vibrações. Em sentido inverso, uma lesão ou qualquer alteração funcional do corpo físico é transmitida, via sistema nervoso, ao corpo astral (perispírito), proporcionando alterações em suas vibrações que serão sentidas no organismo.
Devemos entender que nem todos os estados de doença são fruto das experiências remotas (vidas passadas), contudo, esse passado reflete o estado do espírito em nova vida. Existem estados que são gerados pela conduta atual do homem-espírito quando age comandado por suas imperfeições, como orgulho, egoísmo, vaidade, desamor etc. Seja qual for o caso, o espírito, com os seus corpos sutis, está sempre envolvido nas manifestações das doenças através do seu desequilíbrio energético.
As doenças congênitas, muito estudadas pela ciência espírita, são efeitos físicos dolorosos com muito sofrimento, proporcionando ao espírito uma enorme contensão em suas ações presentes, decorrentes das lesões do seu corpo astral em vidas anteriores, quando abusou do dom da vida, contrariando as leis maiores. São exemplos de graves lesões perispirituais: suicídio, Síndrome de Down, paralisia cerebral, oligofrenia (deficiência mental), desvios de caráter e de personalidade, dependências químicas, distúrbios sexuais e muitas outras enfermidades. Diante da consciência em débito, o espírito escolhe o mais necessário para a sua evolução.
Aproveitando a oportunidade, perguntamos: quem escolhe as nossas curas? Também é óbvia a resposta: nós mesmos. Como? Interagindo com Deus e procurando seguir as suas leis. Com isto, estamos cuidando de nossas imperfeições e corrigindo nossos equívocos, na busca da cura de feridas que infligimos a nós mesmos e aos outros. Estamos procurando o equilíbrio das vibrações das nossas almas. Estamos buscando a saúde.

1. XAVIER, Francisco Cândido. Missionários da Luz. Pelo espírito André Luiz. 41.ed. Cap. 13 (Reencarnação). Brasília: FEB, 2006.
2. Bíblia de Jerusalém. Epístola aos Gálatas. VI.7. São Paulo: E. Paulinas, 1980.
3. XAVIER, Francisco Cândido. Pensamento e Vida. Pelo espírito Emmanuel. 7.ed. p. 127. Rio de Janeiro: FEB, 1983.

José Luiz Condotta
jlcondotta@gmail.com
01/10/2017

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