RICARDO BAESSO DE OLIVEIRA kargabrl@uol.com.br
Juiz de Fora, MG (Brasil)
Lembra Jorge Andréa que o processamento da aproximação mãe/futuro filho vai obedecer a uma conjuntura vibratória de afinidades, de sintonias, de verdadeira hipnose, com influências mútuas (mãe e reencarnante), de um mecanismo originário de vidas pregressas.
Escreveu André Luiz:
Filhos e pais, indubitavelmente, ainda mesmo quando se cataloguem distantes uns dos outros, sob o ponto de vista moral, guardam sempre afinidade magnética entre si.[i]
Eventualmente Espíritos não vinculados a determinadas famílias podem ser encaminhados a elas, atendendo a objetivos que atendem ao progresso de todos. Kardec comenta a esse respeito:
Deus permite que, nas famílias, ocorram essas encarnações de Espíritos antipáticos ou estranhos, com o duplo objetivo de servir de prova para uns e, para outros, de meio de progresso. Assim, os maus se melhoram pouco a pouco, ao contato dos bons e por efeito dos cuidados que se lhes dispensam. O caráter deles se abranda, seus costumes se apuram, as antipatias se esvaem. É desse modo que se opera a fusão das diferentes categorias de Espíritos.[ii]
5 - Como reencarnamos?
A lei geral de evolução estabelece princípios básicos que norteiam o processo reencarnatório: um automatismo biológico-espiritual preside o processo.
Lembra André Luiz que:
[...] reencarnações e desencarnações, de modo geral, obedecem simplesmente à lei. Há princípios biogenéticos orientando o mundo das formas vivas ao ensejo do renascimento físico, e princípios transformadores que presidem aos fenômenos da morte, em todos os setores de manifestação. [iii]
Esses “princípios biogenéticos”, citados pelo autor espiritual, seguem, na espécie humana, uma linha mais ou menos definida, particularizada nos processos seguintes:
1 - Embotamento e enfraquecimento geral da entidade em vias de reencarnar com miniaturização de seu corpo espiritual.
Um evento constituinte da fisiologia reencarnatória é o restringimento do corpo espiritual do Espírito reencarnante. Léon Denis elucida:
A reencarnação realiza-se por aproximação graduada, por assimilação das moléculas materiais ao perispírito, o qual se reduz e se condensa [...] [iv]
A condição de torpor e fraqueza do Espírito em vias de reencarnar e a necessidade imperiosa de vincular-se mais uma vez aos fluidos pesados do planeta se acompanham de redução “volumétrica” do corpo espiritual, que se deve, segundo André Luiz, a uma diminuição dos espaços intermoleculares.[v]
André Luiz, referindo-se ao restringimento do perispírito, coloca:
Os candidatos à reencarnação, sem superioridade suficiente de modo a supervisioná-la com o seu próprio critério e distantes da inferioridade primitivista que deles faria escravos absolutos da herança física, são admitidos a instituições-hospitais em que magnetizadores desencarnados, bastante competentes pela nobreza íntima, se incumbem de aplicar-lhes fluidos balsamizantes que os adormeçam, por períodos variáveis, de conformidade com a evolução moral que enunciem, a fim de que os princípios psicossomáticos se adaptem a justo restringimento, em bases de sonoterapia.[vi]
2 - Vinculação psíquica a uma mulher em condições reprodutivas com quem guarda relações de afinidade e assimilação da entidade miniaturizada pelo centro genésico da futura mãe.
Após o restringimento do corpo espiritual, estando a individualidade junto ao campo magnético da futura mãe, o intercâmbio fluídico entre eles vai intensificar-se. As energias psíquicas do reencarnante passam a afunilar-se progressivamente dirigindo-se para a região do aparelho genital feminino.
André Luiz esclarece:
A reencarnação, tanto quanto a desencarnação, é um choque biológico dos mais apreciáveis. Unido à matriz geradora do santuário materno, em busca de nova forma, o perispírito sofre a influência de fortes correntes eletromagnéticas, que lhe impõem a redução automática. Constituído à base de princípios químicos semelhantes, em suas propriedades, ao hidrogênio, a se expressarem através de moléculas significativamente distanciadas umas das outras, quando ligado ao centro genésico feminino experimenta expressiva contração, à maneira do indumento de carne sob carga elétrica de elevado poder. Observa-se, então, a redução volumétrica do veículo sutil pela diminuição dos espaços intermoleculares. Toda matéria que não serve ao trabalho fundamental de refundição da forma é devolvida ao plano etereal, oferecendo-nos o perispírito esse aspecto de desgaste ou de maior fluidez.[vii]
3 - Geração de um campo magnético pelo Espírito reencarnante, com seleção magnética dos gametas, ligação à célula ovo e gerenciamento da formação fetal.
A individualidade reencarnante, com o seu corpo espiritual miniaturizado, acoplada ao centro genésico da futura mãe, gera um campo magnético, de importância fundamental, na seleção dos gametas que formarão seu futuro corpo, na fecundação e no desenvolvimento embrionário/fetal. O psiquismo do Espírito que retorna à gleba planetária, retratando sua condição evolutiva, sua identidade pessoal, seus gostos e tendências, virtudes e vícios, e sua necessidade de progresso, se projeta no espaço onde os fenômenos reprodutivos se darão, participando ativamente da fisiologia reencarnatória.
Como atua, então, o Espírito? A ligação inicial da entidade reencarnante com seu corpo espiritual miniaturizado será ao óvulo materno (gameta feminino). Os ovários da mulher possuem cerca de 400 mil óvulos quando da primeira menstruação. Mensalmente, um óvulo (os ovários se alternam ciclicamente), por influência de hormônios liberados pela glândula hipófise, sofre processo de amadurecimento e é liberado pelo ovário, sendo recolhido pela tuba uterina. Os cientistas admitem, até então, que a ovulação seja um processo aleatório, ou seja, não são conhecidos os fatores que determinam qual óvulo, em detrimento de outros, sofrerá processo de amadurecimento e liberação. Esse processo, todavia, não é aleatório. O psiquismo reencarnante, via seu campo magnético, sintoniza-se com o gameta feminino cujo conjunto de genes se identifica com as suas características pessoais, ou seja, sua identidade espiritual, onde se refletem, de forma automática, suas necessidades evolutivas. As energias da entidade reencarnante projetadas no óvulo “selecionado” vão magnetizar essa célula, disparando o mecanismo fisiológico conhecido pela biologia reprodutiva como ovulação.
Processo idêntico vai ocorrer quando da “seleção” do gameta masculino. No ejaculado humano, milhões de espermatozoides disputam o privilégio de unir-se ao gameta feminino ao término da disputada corrida, através do aparelho genital feminino. Qual espermatozoide vencerá a corrida? O mais apto, afirmam os pesquisadores! Na verdade, vencerá a corrida o espermatozoide que carrega em seus vinte e três cromossomos os genes que sintonizam com o psiquismo reencarnante.
Final do processo
Ao fim da corrida, que se dá, via de regra, no terço posterior da tuba uterina, espermatozoide (carregando 23 cromossomos) e óvulo (igualmente com seus 23 cromossomos) fundem seus núcleos, dando origem à célula ovo, com os 46 cromossomos da espécie humana. Nesse instante, o Espírito reencarnante concentra suas energias na célula que acaba de se formar, ligando-se, então, de forma mais ostensiva, à dimensão material.
Ao término da fecundação, com a constituição da célula ovo, inicia-se o processo de multiplicação celular, que redundará na formação do embrião e posteriormente do feto. Segundo a ciência oficial, o desenvolvimento da célula ovo, a diferenciação das células e a migração das células para os específicos órgãos se dão a partir de uma intricada interação de um conjunto complexo de genes, mecanismo esse muito pouco compreendido. O que se verifica, no entanto, é que o campo magnético gerado pelo psiquismo reencarnante participa ativamente na formação do embrião e do feto, atuando na diferenciação das células e na organização estrutural dos tecidos e órgãos do ser em desenvolvimento. Obviamente, há genes que respondem pelo processo de formação dos órgãos fetais, mas esses genes, como todos os outros, estariam sob a influência das poderosas irradiações do psiquismo reencarnante.
Kardec, examinando o processo encarnatório, comenta:
Para ser mais exato, é preciso dizer que é o próprio Espírito que modela o seu envoltório e o apropria às suas novas necessidades; aperfeiçoa-o e lhe desenvolve e completa o organismo, à medida que experimenta a necessidade de manifestar novas faculdades; numa palavra, talha-o de acordo com a sua inteligência. Deus lhe fornece os materiais; cabe-lhe a ele empregá-los.[viii]
Segundo Emmanuel, no livro Pensamento e vida:
[...] as células germinais, por sementes vivas, reproduzem os nossos clichês da consciência no trabalho impalpável da formação de um corpo novo. Na câmara uterina, o reflexo dominante de nossa individualidade impressiona a chapa fetal ou o conjunto de princípios germinativos que nos forjam os alicerces do novo instrumento físico, selando-nos a destinação para as tarefas que somos chamados a executar no mundo, em certa quota de tempo.
E André Luiz:
Na mente reside o comando. A consciência traça o destino, o corpo reflete a alma. Toda agregação de matéria obedece a impulsos do espírito. Nossos pensamentos fabricam as formas de que nos utilizamos na vida. [ix]
[i] André Luiz/ Chico Xavier. Entre a terra e o céu, cap. 29
[ii] Allan Kardec. O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. IV, item 19.
[iii] André Luiz,/Chico Xavier. Obreiros da vida eterna, cap. XI
[iv] Léon Denis: Depois da morte
[v] André Luiz/ Chico Xavier. Entre a terra e o céu, cap. 29
[vi] André Luiz/ Chico Xavier: Evolução em dois mundos, parte I, cap. 19
[vii] André Luiz/ Chico Xavier. Entre a terra e o céu, cap. 29
[viii] Allan Kardec. A Gênese, cap. XI, item 11
[ix] André Luiz/ Chico Xavier. Entre a terra e o céu, cap. 29.
http://www.oconsolador.com.br/ano8/399/especial.html
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a partir de maio 2011
sexta-feira, 30 de janeiro de 2015
Fisiologia da reencarnação-Parte 2 e final
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