a partir de maio 2011

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

A DOENÇA, SOB A ÓPTICA ESPÍRITA

Berenice Zanini * 
Antes de fazermos uns comentários sobre este assunto e para nos situarmos bem dentro dele, vamos relembrar sucintamente alguns conceitos:
Saúde – estado de total bem-estar: físico, mental e social;
Doença – estado resultante do desequilíbrio do Espírito e que se vai refletir no corpo espiritual e no corpo físico;
Cura – estado que aparece quando o Espírito se reequilibra e que, tal como o anterior, também se reflete nos dois corpos: espiritual e físico.
Lembramos ainda que somos Espíritos. Como tal, temos a envolver-nos um corpo etéreo (o perispírito) e, atualmente, estamos a manifestar-nos por meio de um corpo físico.
Recordamos também que vamos progredindo através de inúmeras encarnações, nas quais vamos somando todas as experiências (boas e más) pelas quais vamos passando – tanto em
termos de relações sociais como de conhecimentos adquiridos – até que atingimos a perfeição relativa. Logo, é através do perispírito que o Espírito se manifesta no corpo físico, tal como todas as impressões recebidas do meio ambiente e das pessoas que o rodeiam, chegam ao Espírito via perispírito. (Fig. 1)
As experiências, os obstáculos, os desafios, e os sofrimentos físicos e/ou morais causam-nos tanto desconforto que, às vezes, fazem com que mudemos de atitude. Mas a mudança que escolhermos vai estar condicionada pelo nosso grau de compreensão do que é
a vida e também pelo nosso livre arbítrio, um parceiro de peso nesta decisão. A ilustração (Fig. 2) tenta ajudar a perceber como se dá este processo. Se cada vez que tivermos conflitos e desafios na vida, escolhermos o lado direito da
Fig. 2, avançaremos rapidamente nos nossos equilíbrio e progresso espiritual; ou, por outras palavras, quando agimos equilibradamente, com fé, serenidade e justiça.
Infelizmente, a maior parte da humanidade ainda opta pelo lado esquerdo da citada Fig.2 e ao fazê-lo, vai agir desequilibradamente, com ódio, injustiça e desespero. A consequência
destes sentimentos negativos é o desequilíbrio do psiquismo espiritual, o qual vai atingir o perispírito e este, por sua vez, vai passá-lo para o corpo físico, sob a forma de doença. A única coisa positiva em todo este processo, é sabermos que temos sempre a oportunidade de
voltarmos à posição inicial, isto é, a que a própria doença sirva de desconforto e nos leve a mudarmos de atitude, até conseguirmos seguir a linha do equilíbrio. Nestes termos, a doença é vista por nós, espíritas, como um instrumento pedagógico de que ainda precisamos para nos empurrar para o progresso. É um remédio amargo, mas
também é um instrumento de retificação.
Para a Doutrina Espírita há três gêneros de doenças, a saber:
• Doenças Cármicas – são as congênitas e as hereditárias, resultantes dos desequilíbrios que tivemos em vidas passadas;
• Doenças Adquiridas – são as provocadas por desequilíbrios tidos nesta vida atual;
• Predisposições (físicas ou espirituais) Para as Doenças – provenientes de um ou vários desequilíbrios das vidas passadas e/ou de tendências genéticas que, ante uma fragilidade na
presente existência, se manifestam sob a forma de doença (a predisposição é cármica, mas a doença é adquirida)

ESPÍRITO
Corpo Ambiente Perispírito
Relação Espírito-Perispírito- Corpo
O Espírito André Luiz explica que: “Os factores que
programam as condições do renascimento no corpo físico, são
o resultado dos atos e pensamentos das existências anteriores”. Por aqui constatamos que no que se refere às doenças cármicas e às predisposições para as mesmas, somos herdeiros de nós próprios.
Há dois comportamentos que marcam negativamente o
perispírito e que provocam as doenças cármicas: um deles, é a
consciência culpada, tanto pelo mal que fizemos – a nós e/ou aos
outros –, como pelo bem que deixamos de fazer (quando está
nas nossas mãos realizar o bem e por egoísmo ou comodismo, optamos por não o fazer); o outro, é o desejo de continuar doente. Há pessoas que querem ficar ou continuar doentes, como uma maneira de substituírem a carência afetiva que sentem. Esta
atitude vai marcar fortemente o perispírito, fazendo com que essa marca passe para outras vidas, onde o atual desprezo pela saúde, será resgatado pelo desejo de a poder recuperar.
O leitor(a) pode pensar: “– Mas não há nada que se possa fazer para suavizar as doenças cármicas?” E a resposta é um rotundo sim!
Vejamos quais são então os meios de que dispomos para isso:
a) aceitar a doença com uma resignação ativa, ou seja, fazendo um esforço constante para superar ou amenizar as limitações desta, quer sejam físicas ou psíquicas;
b) nunca nos revoltarmos;
c) trabalhar a favor do próximo – o Mestre Jesus assegurou-nos há mais de dois mil anos que “o amor cobre a multidão de pecados” e assim, compreendemos que fazer o bem incondicionalmente é uma
excelente maneira de suavizarmos as nossas dívidas do passado e de amenizarmos as marcas no nosso perispírito.
Quanto às doenças adquiridas, estas são o resultado do nosso mau comportamento atual.
Com efeito, as atitudes irresponsáveis, precipitadas, egoístas ou de ódio, os vícios – drogas, tabaco, álcool –, a violência, a agressividade, e a maledicência, provocam emoções
tão perturbadoras que vão ter como desfecho a apresentação de doenças no corpo físico. Por exemplo, as frustrações e os medos causam as hoje tão habituais embora tão temidas,
depressões; e a falta de vigilância dos nossos pensamentos e atitudes, favorecem as obsessões, que podem estar presentes em todos os tipos de doenças, potencializando-as.
A CURA DAS DOENÇAS
A cura está formada por três pontos básicos:
1) Ação terapêutica da Fé
Querermos curar-nos e tornarmos este desejo cada dia mais forte, é fundamental para qualquer cura. Mas para isso, precisamos de acreditar em nós próprios e em Deus, e mudarmos a nossa atitude perante a doença, isto é, temos que vê-la como um obstáculo que
temos que ultrapassar. E para nos ajudar a consegui-lo, devemos usar o recurso da prece sincera e fervorosa, tal como no-lo aconselha O Evangelho Segundo o Espiritismo, no ponto
11 do cap. XXVII. É que, por meio da prece, entramos em sintonia com o Mundo Maior, equilibrando o nosso ser e favorecendo a acção curativa dos Benfeitores espirituais.
“A tua fé curou-te. Vai e não peques mais!” – disse Jesus. Se aplicássemos esta recomendação do Mestre a toda a nossa vida, não voltaríamos a adoecer. 


fonte: http://www.geb-portugal.org/

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