por Liszt Rangel

O termo Espiritismo apareceu pela primeira vez em meados do século XIX. O professor e pedagogo Hipollyte Léon Denizard Rivail, conhecido pelo pseudônimo de Allan Kardec, foi quem formulou tal expressão.
Ao iniciar suas pesquisas acerca de certos fenômenos, até então considerados pela sociedade como pertencentes à ordem do maravilhoso e do sobrenatural, Kardec reconheceu que necessitava de uma nova nomenclatura para designar tais fenômenos, haja vista já existir a palavra espiritualismo. "Em vez das palavras espiritual,espiritualismo, empregamos para indicar a crença a que vimos de referir-nos, os termos espírita e espiritismo, cuja forma lembra a origem e o sentido radical e que, por isso mesmo, apresentam a vantagem de ser perfeitamente inteligíveis, deixando ao vocábulo espiritualismo a acepção que lhe é própria¹", esclarece Kardec.
Para o francês Kardec, nem toda pessoa espiritualista aceita os princípios que a Doutrina Espírita defende, entre eles, a reencarnação e a comunicação com os mortos. As ideias espiritualistas têm por objetivo combater tanto os conceitos doniilismo quanto do materialismo, no que diz respeito à sobrevivência de algo que escapa dos domínios da matéria, mas ser espiritualista não implica necessariamente qualquer relação de busca pela comprovação da sobrevivência do espírito após a morte do corpo. Portanto, como estes vocábulos já eram de domínio público, Kardec propõe o termo "Espiritismo" a fim de que os que entrassem em contato com esta Doutrina compreendessem de imediato a diferença. Ele leva então à conclusão de que todo espírita é um espiritualista, mas nem todo espiritualista é espírita.
Ao iniciar suas pesquisas acerca de certos fenômenos, até então considerados pela sociedade como pertencentes à ordem do maravilhoso e do sobrenatural, Kardec reconheceu que necessitava de uma nova nomenclatura para designar tais fenômenos, haja vista já existir a palavra espiritualismo. "Em vez das palavras espiritual,espiritualismo, empregamos para indicar a crença a que vimos de referir-nos, os termos espírita e espiritismo, cuja forma lembra a origem e o sentido radical e que, por isso mesmo, apresentam a vantagem de ser perfeitamente inteligíveis, deixando ao vocábulo espiritualismo a acepção que lhe é própria¹", esclarece Kardec.
Para o francês Kardec, nem toda pessoa espiritualista aceita os princípios que a Doutrina Espírita defende, entre eles, a reencarnação e a comunicação com os mortos. As ideias espiritualistas têm por objetivo combater tanto os conceitos doniilismo quanto do materialismo, no que diz respeito à sobrevivência de algo que escapa dos domínios da matéria, mas ser espiritualista não implica necessariamente qualquer relação de busca pela comprovação da sobrevivência do espírito após a morte do corpo. Portanto, como estes vocábulos já eram de domínio público, Kardec propõe o termo "Espiritismo" a fim de que os que entrassem em contato com esta Doutrina compreendessem de imediato a diferença. Ele leva então à conclusão de que todo espírita é um espiritualista, mas nem todo espiritualista é espírita.
Partindo da premissa de que os fenômenos estudados eram produzidos pelos espíritos, ele apropriou-se do termo "espírito" e juntou a este o sufixo ismo, surgindo então, a palavra Espiritismo. O Espiritismo é definido por ele como uma Ciência que tem como princípio estudar os contatos que ocorrem entre o mundo dos espíritos e o mundo físico¹. O Codificador, como é chamado Allan Kardec pelos adeptos da Doutrina, em nenhum momento propôs que a nova ideia seria uma religião, mas sim uma "doutrina filosófica e moral". "Se o Espiritismo se dissesse uma religião, o público não veria aí mais que uma nova edição, uma variante se se quiser, dos princípios absolutos em matéria de fé" ².
Assim, Allan Kardec vai examinando a relação cultural e até mesmo de linguística acerca do uso da palavra religião. No Espiritismo não há sacerdotes, nem hierarquia sacerdotal. Não existe culto, nem credo, nem rituais, dogmas, sacramentos, liturgias, sinais exteriores ou sequer as pessoas são estímuladas a fazer orações repetitivas, genuflexões ou recitarem mantras e fórmulas. As práticas espíritas não admitem ideias místicas, muito menos há espaço em suas atividades para o uso de imagens, fitinhas, crucifixos, oferendas, altares ou roupas paramentadas e cânticos.
O Espiritismo não pratica o comércio da fé, nem admite uma fé cega, mas ensina que a fé verdadeira é aquela que caminha ao lado da razão. Allan Kardec chegou mesmo a asseverar que "a doutrina espírita é deduzida pelo trabalho do homem, da observação dos fatos que os Espíritos lhe põem sob os olhos e das instruções que lhe dão, instruções que ele estuda, comenta, compara, a fim de tirar ele próprio as lições e aplicações" ³.
Também é curioso observar que o Espiritismo, quando chegou ao Brasil na década de 60 do século XIX, começou a percorrer um caminho distante e diferente do que foi difundido por Kardec e praticado na Europa. O sincretismo religioso nas terras brasileiras conferiu à Doutrina Espírita um status que ela não tem em sua origem e essência, o de religião. Entretanto, Kardec só admite o Espiritismo ser chamado de religião, se for no sentido filosófico, pois reconhece o seu caráter ético e suas consequências morais, especialmente, quando investe na fraternidade entre os homens. Segundo ele, apresentar o Espiritismo à sociedade como religião seria descaracterizá-lo em seus princípios. "Não tendo o Espiritismo nenhum dos caracteres de uma religião, na acepção usual da palavra, não podia nem devia enfeitar-se de um título sobre cujo valor inevitavelmente se teria equivocado. Eis que simplesmente se diz: Doutrina filosófica e moral"².
BIBLIOGRAFIA:
1 KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Rio de Janeiro: FEB, 1944.
2 KARDEC, Allan. Revista Espírita, dezembro de 1868. Rio de Janeiro: FEB, p.487-495.
3 KARDEC, Allan. A Gênese. Rio de Janeiro: FEB, 1944.
Assim, Allan Kardec vai examinando a relação cultural e até mesmo de linguística acerca do uso da palavra religião. No Espiritismo não há sacerdotes, nem hierarquia sacerdotal. Não existe culto, nem credo, nem rituais, dogmas, sacramentos, liturgias, sinais exteriores ou sequer as pessoas são estímuladas a fazer orações repetitivas, genuflexões ou recitarem mantras e fórmulas. As práticas espíritas não admitem ideias místicas, muito menos há espaço em suas atividades para o uso de imagens, fitinhas, crucifixos, oferendas, altares ou roupas paramentadas e cânticos.
O Espiritismo não pratica o comércio da fé, nem admite uma fé cega, mas ensina que a fé verdadeira é aquela que caminha ao lado da razão. Allan Kardec chegou mesmo a asseverar que "a doutrina espírita é deduzida pelo trabalho do homem, da observação dos fatos que os Espíritos lhe põem sob os olhos e das instruções que lhe dão, instruções que ele estuda, comenta, compara, a fim de tirar ele próprio as lições e aplicações" ³.
Também é curioso observar que o Espiritismo, quando chegou ao Brasil na década de 60 do século XIX, começou a percorrer um caminho distante e diferente do que foi difundido por Kardec e praticado na Europa. O sincretismo religioso nas terras brasileiras conferiu à Doutrina Espírita um status que ela não tem em sua origem e essência, o de religião. Entretanto, Kardec só admite o Espiritismo ser chamado de religião, se for no sentido filosófico, pois reconhece o seu caráter ético e suas consequências morais, especialmente, quando investe na fraternidade entre os homens. Segundo ele, apresentar o Espiritismo à sociedade como religião seria descaracterizá-lo em seus princípios. "Não tendo o Espiritismo nenhum dos caracteres de uma religião, na acepção usual da palavra, não podia nem devia enfeitar-se de um título sobre cujo valor inevitavelmente se teria equivocado. Eis que simplesmente se diz: Doutrina filosófica e moral"².
BIBLIOGRAFIA:
1 KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Rio de Janeiro: FEB, 1944.
2 KARDEC, Allan. Revista Espírita, dezembro de 1868. Rio de Janeiro: FEB, p.487-495.
3 KARDEC, Allan. A Gênese. Rio de Janeiro: FEB, 1944.
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