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terça-feira, 23 de abril de 2013

OBSESSÃO


Estudo com base in O Livro dos Médiuns,
Cap.XXIII, Da obsessão
Obra codificada por Allan Kardec
Pesquisa: Elio Mollo
Em 22/04/2013


Variedades de obsessões:
·        obsessão simples,
·        fascinação
·        subjugação
·        possessão

A obsessão simples verifica-se quando um Espírito malfazejo se impõe a um médium, intromete-se contra a sua vontade nas comunicações que ele recebe, o impede de se comunicar com outros Espíritos e substitui os que são evocados.

A fascinação trata-se de uma ilusão criada diretamente pelo Espírito no pensamento do médium e que paralisa de certa maneira a sua capacidade de julgar as comunicações.

A subjugação é um envolvimento que produz a paralisação da vontade da vítima, fazendo-a agir malgrado seu. Esta se encontra, numa palavra, sob um verdadeiro jugo.

Na possessão (1), em lugar de agir exteriormente, o Espírito livre se substitui, por assim dizer, ao Espírito encarnado; faz eleição de domicílio em seu corpo sem que, contudo este o deixe definitivamente, o que não pode ter lugar senão com a morte. A possessão é, pois, sempre temporária e intermitente porque um Espírito desencarnado não pode tomar definitivamente o lugar e dignidade de um Espírito encarnado, atentando que a união molecular do perispírito e do corpo só pode se operar no momento da concepção.

A obsessão e a possessão são mais frequentemente individuais, mas, por vezes, são epidêmicas. Quando uma nuvem de maus Espíritos se abate sobre uma localidade e como quando uma tropa de inimigos vem invadi-la. Neste caso, o número de indivíduos atingidos pode ser considerável. (2)

Reconhece-se a obsessão num médium pelas seguintes características:

1) Insistência de um Espírito em comunicar-se queira ou não o médium, pela escrita, pela audição, pela tiptologia etc., opondo-se a que outros Espíritos o façam.

2) Ilusão que, não obstante a inteligência do médium, o impede de reconhecer a falsidade e o ridículo das comunicações recebidas.

3) Crença na infalibilidade e na identidade absoluta dos Espíritos que se comunicam e que, sob nomes respeitáveis e venerados, dizem falsidades ou absurdos.

4) Aceitação pelo médium dos elogios que lhe fazem os Espíritos que se comunicam por seu intermédio.

5) Disposição para se afastar das pessoas que podem esclarecê-lo.

6) Levar a mal a crítica das comunicações que recebe.

7) Necessidade incessante e inoportuna de escrever.

8) Qualquer forma de constrangimento físico, dominando-lhe a vontade e forçando-o a agir ou falar sem querer.

9) Ruídos e transtornos contínuos em redor do médium, causados por ele ou tendo-o por alvo.

De todas as disposições morais, a que maior entrada oferece aos Espíritos imperfeitos é o orgulho. Este é para os médiuns um escolho tanto mais perigoso quanto menos o reconhecem. É o orgulho que lhes dá a crença cega na superioridade dos Espíritos que a eles se ligam porque se vangloriam de certos nomes que eles lhes impõem. (3)

Antes de esperar dominar o mau Espírito, é preciso dominar-se a si mesmo. A prece fervorosa e os esforços sérios por se melhorar são os únicos meios de afastar os maus Espíritos, que reconhecem como senhores aqueles que praticam o bem. Por vezes, entretanto, acontece que a subjugação chega a ponto de paralisar a vontade do obsedado e que deste não se pode esperar nenhum concurso valioso. É sobretudo então que a intervenção de um terceiro se torna necessária, quer pela prece, quer pela ação magnética. (4)

Como dissemos, a prece é um poderoso recurso, por ela chama-se a si a assistência de Deus e dos bons Espíritos, aumenta-se a própria força; mas conhece-se o preceito: Ajuda-te e o céu te ajudará; Deus quer muito nos assistir, mas com a condição de que façamos, de nossa parte, o que é necessário. (5)

NOTAS:

(1) Na Revista Espirita de outubro de 1858 Allan Kardec escreveu sobre a possessão: “Para nós, a possessão seria um sinônimo de subjugação. Se não adotamos esse termo, foi por dois motivos: primeiro, porque implica a crença em seres criados e votados perpetuamente ao mal, enquanto apenas existem seres mais ou menos imperfeitos e todos podem melhorar; segundo, porque pressupõe igualmente a ideia de tomada de posse do corpo por um Espírito estranho, uma espécie de coabitação, quando só há constrangimento.”

Em 1861 quando Allan Kardec lançou o livro dos médiuns, o codificador do Espiritismo se exprimiria assim sobre a possessão: para nós, não existem possessos, no sentido vulgar do termo, mas apenas obsedados, subjugados efascinados”, mas, não demoraria muito tempo, foi na Revista Espirita de dezembro de 1863, Um Caso de possessão (Senhorita Julia) (4), quando narrou o caso da sonâmbula Sra. A, que de repente mudou de voz tomando atitudes absolutamente masculinas,  isso fez com que Kardec muda-se de opinião em relação a possessão, levando-o, logo no primeiro parágrafo desse artigo a escrever de maneira contundente o seguinte: “Temos dito que não havia possessos, no sentido vulgar do vocábulo, mas subjugados. Voltamos a esta asserção absoluta, porque agora nos é demonstrado que pode haver verdadeira possessão, isto é, substituição, posto que parcial, de um Espírito errante a um encarnado.”

(2) Ler mais sobre a possessão no livro A Gênese (A. Kardec), cap. XIV, itens de  47 à 49.

(3) Ver Allan Kardec), Revista Espírita de fevereiro de 1859, Escolho dos Médiuns.

(4) Ver Allan Kardec), Revista Espírita de dezembro 1862, Causas da Obsessão e Meios de Combate.

(5) Ver Allan Kardec), Revista Espírita de setembro 1859, Processos para Afastar os Maus Espíritos .

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