a partir de maio 2011

sábado, 8 de dezembro de 2012

Transfiguração

Podendo o Espírito operar transformações na contextura do seu envoltório perispirítico e irradiando-se esse envoltório em torno do corpo qual atmosfera fluídica, pode produzir-se na superfície mesma do corpo um fenômeno análogo ao das aparições.
Pode a imagem real do corpo apagar-se mais ou menos completamente, sob a camada fluídica, e assumir outra aparência; ou, então, vistos através da camada fluídica modificada, os traços primitivos podem tomar outra expressão.
Se, saindo do terra-a-terra, o Espírito encarnado se identifica com as coisas do mundo espiritual, pode a expressão de um semblante feio tornar-se bela, radiosa e até luminosa; se, ao contrário, o Espírito é presa de paixões más, um semblante belo pode tomar um aspecto horrendo.
Assim se operam as transfigurações, que refletem sempre qualidades e sentimentos predominantes no Espírito.
O fenômeno resulta, portanto, de uma transformação fluídica; é uma espécie de aparição perispirítica, que se produz sobre o próprio corpo. (G. XIV 396)1
A transfiguração (de Jesus) é um fato muito comum que, em virtude da irradiação fluídica, pode modificar a aparência de um indivíduo; mas, a pureza do perispírito de Jesus permitiu que seu Espírito lhe desse excepcional fulgor. (G. XV 44)1
A transfiguração consiste na mudança de aspecto de um corpo vivo.
Uma mocinha, de mais ou menos quinze anos, gozava de singular faculdade de se transfigurar, isto é, de tomar, em dados momentos, todas as aparências de certas pessoas mortas. Tão completa era essa ilusão, que os que assistiam ao fenômeno julgavam ter diante de si a própria pessoa, cuja aparência ela tomava, tal a semelhança dos traços fisionômicos, do olhar, do som da voz e, até, da maneira particular de falar. Tomou, em várias ocasiões, a aparência de seu irmão, que morrera alguns anos antes. Reproduzia-lhe não somente o semblante, mas também o porte e a corpulência. (L.M. 122)2
Nesse estado, o peso da moça era quase duplo do seu peso normal. (ibidem)
A transfiguração, em certos casos, pode originar-se de uma simples contração muscular, capaz de dar à fisionomia expressão muito diferente da habitual, ao ponto de tornar quase irreconhecível a pessoa. Temo-la observado frequentemente com alguns sonâmbulos. (L.M. 123)2
No fenômeno de transfiguração pode haver dois efeitos: I – alteração dos traços do corpo real, por força de uma contração nervosa; II – aparência variável do perispírito, tornado visível. (R.E. 1859, pág. 68, 7)3
O Espírito pode dar ao seu perispírito todas as aparências; mediante uma modificação na disposição molecular, pode dar-lhe a visibilidade, a tangibilidade e, por conseguinte a opacidade; o perispírito de uma pessoa viva, isolado do corpo, é passível das mesmas transformações; essa mudança de estado se opera pela combinação dos fluidos.
O perispírito de uma pessoa viva, não isolado, mas irradiando-se em volta do corpo, de maneira a envolvê-lo uma espécie de vapor: nesse estado, passível se torna das mesmas modificações de que o seria, se o corpo estivesse separado.
Perdendo ele a sua transparência, o corpo pode desaparecer, tornar-se invisível, ficar velado, como se mergulhado numa bruma. Poderá então o perispírito mudar de aspecto, fazer-se brilhante, se tal for a vontade do Espírito e se este dispuser de poder para tanto.
Um outro Espírito, combinando seus fluidos com os do primeiro, poderá, a essa combinação de perispíritos, imprimir a aparência que lhe é própria, de tal sorte, que o corpo real desapareça sob um envoltório fluídico exterior, cuja aparência pode variar à vontade do Espírito. (L.M. 123)2

1. KARDEC, Allan. A Gênese. 
2. ____. O Livro dos Médiuns.
3. ____. Revista Espírita.

http://www.oclarim.org/

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