a partir de maio 2011

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

O QUE NÃO INFORMAR!



 
  Espíritos perturbados que se manifestam em reuniões mediúnicas não estão habituados à oração.
  Na reunião mediúnica, diz o doutrinador, ou dialogador, como preferem alguns, ao Espírito que ignora sua condição de desencarnado:
  — Meu irmão, tenho uma no­ticia importante a transmitir-lhe.
  — Aconteceu alguma coisa ruim?
  — Depende de como vai encará-la. Pode ser boa. O fato é que você morreu!
  — ?!
  — Entende? Você desencarnou! Bateu as botas! Foi transfe­rido para o Além! Não pertence mais ao mundo dos homens!
  — Socorro! Acudam!
  Esse diálogo insólito repete-se indefinidamente em grupos mediúnicos menos avisados, cujos dirigentes, por falta de estudo, encasquetam a ideia de que a finalidade da manifestação de Espíritos sofredores é revelar-lhes que já não pertencem ao mundo dos "vivos”.
  Há até aqueles com vocação para o sadismo, a afirmar, pe­remptórios:
  — Contemple seu corpo no cemitério! Veja que está em decomposição, devorado pelos vermes!
  Pobre manifestante!
  Certamente há de sentir-se vivendo terrível pesadelo, em câmara de horrores.
  Reflita comigo, amigo leitor. Como você se sentiria se eu lhe afirmasse, na lata:
  — Meu irmão, você morreu! Escafedeu-se! Encantou-se, como diria Guimarães Rosa.
  Certamente não veria ne­nhum encantamento nessa in­formação.
  Haveria isto sim, de expri­mir um misto de surpresa e pa­vor ou consideraria estar diante de um maluco.
  Aqueles que acham que esse sistema funciona que os Espíritos recebem bem a informação, já se deram ao trabalho de estu­dar o animismo, a interferência do próprio médium, que, incons­cientemente, acomoda a situação, atendendo às expectativas do doutrinador?
  Arnaldo Rocha, dedicado trabalhador espírita de Belo Horizonte, participou, durante vários anos, com o médium Francisco Cândido Xavier, do grupo Meimei, em Pedro Leopoldo.
  Em entrevista á revista Reformador (Junho de 2011), reportando-se á sua atividade como dou­trinador, informa, textualmente, a orientação que recebeu de Emmanuel, transmitida pelo médium:
  ... Nunca discutir com a entidade comunicante e nem falar que ela já "morreu".
  Numa mensagem contida no livro Instruções Psicofônicas, assim denominado porque reúne mensagens transmitidas oralmente por Chico, no grupo Meimei, reitera André Luiz:
  Não fale da morte ao Espírito que a desconhece, clareando-lhe a estrada com paciência para que ele descubra a realidade por si próprio.
  A quem esteja interessado no assunto, recomendo a leitura do livro E a Vida Continua..., psicografia do mesmo Chico, em que André Luiz reporta-se a Espíritos desencarnados recolhidos em hospitais da espiritualidade.
  Pasme leitor amigo! Os pacientes não são informados quanto á sua condição. Os mentores deixam que percebam por si mesmos, a fim de que não sejam submetidos a traumas inconvenientes, que dificultem sua adaptação à vida espiritual.
  Tanto cuidado dos mentores, na vida espiritual!
  Tanta displicência dos dialogadores, no piano físico!
  Ah! Se estes se dessem ao trabalho de estudar o assunto, haveriam de perceber que mais atrapalham do que ajudam.
  Consideremos o motivo mais ponderável pelo qual não se deve dizer ao Espirito que ele "morreu": simplesmente, não é essa a finalidade da manifestação!
  Geralmente sem preparo para a vida espiritual, o Espírito comunicante situa-se em estado de grande perturbação, com todas as suas ideias e sensações voltadas para a vida material.
  É um autêntico doente mental, empolgado pelas impressões relacionadas com as circunstâncias de sua morte.
  Observe leitor amigo, que Espíritos perturbados que se manifestam nas reuniões mediúnicas não estão habituados à oração, não cultivaram vida íntima, reflexão, esforço no campo do bem.
  Podem até ter sido religiosos, mas sem religiosidade, ás voltas com o imediatismo terrestre. Não foram maus, mas não foram bons, não se prepararam adequadamente para a vida espiritual. Daí a perturbação que enfrentam.
  Em contato com as energias do ambiente mediúnico, adquirem alguma lucidez.
  A tarefa de quem vai conversar com eles é tirá-los do trauma da morte, que atinge a vasta maioria da população terrestre, despreparada para a grande transição, principalmente aqueles que desencarnaram de forma trágica.
  Costumo, no diálogo, passar-lhes a ideia de que estão num hospital, atendidos por médicos e enfermeiros dedicados e competentes que os ajudarão a recompor-se.
  Insisto para que orem o que favorecerá a interferência dos benfeitores espirituais que os assistem.
  E guardo a regra básica reco­mendada por Emmanuel:

  ...Nunca discutir com a entidade comunicante e nem falar que ela já "morreu”.

Richard Simonetti
 http://kardeconline.com.br

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