a partir de maio 2011

domingo, 5 de agosto de 2012

SUICÍDIO

  

(...) Não havia então ali, como não haverá jamais, nem paz, nem consolo, nem esperança: tudo em seu âmbito marcado pela desgraça era miséria, assombro, desespero e horror. Dir-se-ia a caverna tétrica do Incompreensível, indescritível a rigor até mesmo por um Espírito que sofresse a penalidade de habitá-la.
O vale Aqui, era a dor que nada consola, a desgraça que nenhum favor ameniza, a tragédia que ideia alguma tranquilizadora vem orvalhar de esperança! Não há céu, não há luz, não há sol, não há perfume, não há tréguas!
O que há é o choro convulso e inconsolável dos condenados que nunca se harmonizam!

(capítulo primeiro, No Vale dos Suicidas)
 MEMÓRIAS DE UM SUICIDA
  (Obra Mediúnica)
  YVONNE A. PEREIRA

O Espírito Camilo Castelo Branco em  o livro “Memórias de Um Suicida” descreve em tintas fortes o que encontrou ao retornar à  Pátria Maior através do suicídio. Conta-nos este espírito que não existe sofrimento comparável ao daquele que busca fugir da vida aniquilando o corpo de carne.
A falta de conhecimento, quase ingenuidade, que caracteriza muitas criaturas as leva a acreditarem que matando-se matarão também a dor, a mágoa, o desespero. Ao acordarem, defrontam-se com tormentos inenarráveis, principalmente o sentimento de inutilidade do ato que não fez cessar as dificuldades, ao contrário, aumentou-as exponencialmente.
O depoimento das almas que partiram nos faz repensar sobre a necessidade de sermos fortes, termos  bom ânimo perante os desafios a que formos chamados a atravessar. É, de fato, necessário ter-se coragem para viver, não para morrer. É nos embates do dia a dia que se mede o caráter robusto, vigoroso dos homens. Viemos a este mundo para aprender a lutar o bom combate, mister se faz que não fujamos às provas, pois sabemos que nunca estamos desamparados. Quando menos se espera o socorro aparece, as situações se modificam, é preciso esperar trabalhando, orando, acreditando...
O Espiritismo Cristão não tenta convencer pelo medo, nos oferece a possibilidade da reflexão a respeito das nossas responsabilidades enquanto filhos de Deus. A estrada de ascensão aos planos superiores da vida é íngreme, exigindo daqueles mais despertos mais renúncia, mais decisão. Hoje, não precisamos enfrentar as feras famintas nos circos de horror; o nosso desafio consiste em vencer a baixa tolerância às frustrações, a buscarmos o reino de Deus em primeiro lugar, a vencer em cada um de nós a prepotência, o melindre, a inveja, a indiferença, etc.
Haverá sempre e para todos oportunidade de recomeçar mas, a que preço? Muito choro e ranger de dentes espera aqueles que tendo ocasião de evitar o erro a ele se arrojam, vencidos e desanimados.  A Lei, no entanto, nos alcança, guiando-nos pelos caminhos do recomeço nas muitas reencarnações, aonde recomeçaremos com as marcas do ato gravadas no corpo e na alma lembrando-nos sempre de que só ao Pai cabe a decisão de quando e como cessar a nossa experiência de vida aqui, na Terra.
Enquanto é tempo procuremos nos fortalecer na fé aprendendo a vencer dificuldades, olvidemos as sugestões internas e externas que possam nos induzir ao suicídio. Reservemos um momento, sintonizemos com Deus, pela oração sincera, peçamos ajuda ao anjo que nos tutela os passos, trabalhemos pelas criaturas em geral e a Vida Maior nos ditará diretrizes seguras, tão seguras que mesmo sentindo dor, nosso coração estará repleto de gozo e de esperança. Entoaremos hinos de louvor ao Pai como os primeiros mártires do Cristianismo Nascente, ébrios de felicidade por poderem dar testemunho de sua fé. Muita Paz!

R. Mercês
Centro Espírita Allan Kardec
Reuniões Públicas: sábados das 20h às 21h
Penápolis[sp]

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