(...)
Não havia então ali, como não haverá
jamais, nem paz, nem consolo, nem esperança: tudo em seu âmbito marcado pela
desgraça era miséria, assombro, desespero e horror. Dir-se-ia a caverna tétrica
do Incompreensível, indescritível a rigor até mesmo por um Espírito que
sofresse a penalidade de habitá-la.
O vale Aqui, era a dor que nada consola,
a desgraça que nenhum favor ameniza, a tragédia que ideia alguma tranquilizadora
vem orvalhar de esperança! Não há céu, não há luz, não há sol, não há perfume,
não há tréguas!
O que há é o choro convulso e inconsolável dos
condenados que nunca se harmonizam!
(capítulo primeiro, No Vale dos Suicidas)
MEMÓRIAS DE UM
SUICIDA
(Obra
Mediúnica)
YVONNE A.
PEREIRA
O Espírito Camilo Castelo Branco em o livro “Memórias de Um Suicida” descreve em
tintas fortes o que encontrou ao retornar à
Pátria Maior através do suicídio. Conta-nos este espírito que não existe
sofrimento comparável ao daquele que busca fugir da vida aniquilando o corpo de
carne.
A falta de conhecimento, quase ingenuidade, que
caracteriza muitas criaturas as leva a acreditarem que matando-se matarão
também a dor, a mágoa, o desespero. Ao acordarem, defrontam-se com tormentos
inenarráveis, principalmente o sentimento de inutilidade do ato que não fez
cessar as dificuldades, ao contrário, aumentou-as exponencialmente.
O depoimento das almas que partiram nos faz repensar
sobre a necessidade de sermos fortes, termos
bom ânimo perante os desafios a que formos chamados a atravessar. É, de
fato, necessário ter-se coragem para viver, não para morrer. É nos embates do
dia a dia que se mede o caráter robusto, vigoroso dos homens. Viemos a este
mundo para aprender a lutar o bom combate, mister se faz que não fujamos às
provas, pois sabemos que nunca estamos desamparados. Quando menos se espera o
socorro aparece, as situações se modificam, é preciso esperar trabalhando,
orando, acreditando...
O Espiritismo Cristão não tenta convencer pelo medo,
nos oferece a possibilidade da reflexão a respeito das nossas responsabilidades
enquanto filhos de Deus. A estrada de ascensão aos planos superiores da vida é
íngreme, exigindo daqueles mais despertos mais renúncia, mais decisão. Hoje,
não precisamos enfrentar as feras famintas nos circos de horror; o nosso desafio
consiste em vencer a baixa tolerância às frustrações, a buscarmos o reino de
Deus em primeiro lugar, a vencer em cada um de nós a prepotência, o melindre, a
inveja, a indiferença, etc.
Haverá sempre e para todos oportunidade de recomeçar
mas, a que preço? Muito choro e ranger de dentes espera aqueles que tendo
ocasião de evitar o erro a ele se arrojam, vencidos e desanimados. A Lei, no entanto, nos alcança, guiando-nos
pelos caminhos do recomeço nas muitas reencarnações, aonde recomeçaremos com as
marcas do ato gravadas no corpo e na alma lembrando-nos sempre de que só ao Pai
cabe a decisão de quando e como cessar a nossa experiência de vida aqui, na
Terra.
Enquanto é tempo procuremos nos fortalecer na fé
aprendendo a vencer dificuldades, olvidemos as sugestões internas e externas
que possam nos induzir ao suicídio. Reservemos
um momento, sintonizemos com Deus, pela oração sincera, peçamos ajuda ao anjo
que nos tutela os passos, trabalhemos pelas criaturas em geral e a Vida Maior
nos ditará diretrizes seguras, tão seguras que mesmo sentindo dor, nosso
coração estará repleto de gozo e de esperança. Entoaremos hinos de louvor ao
Pai como os primeiros mártires do Cristianismo Nascente, ébrios de felicidade
por poderem dar testemunho de sua fé. Muita Paz!
R. Mercês
Centro Espírita Allan Kardec
Reuniões Públicas: sábados das 20h às 21h
Penápolis[sp]
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