Por José Carlos de Souza
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Breve Relato Histórico sobre a Reencarnação
A abrangência de nossa pesquisa sobre a reencarnação vai desde o papiro egípcio de 3000 anos antes de Cristo, passando pelo Bhagavad Gita, dessa mesma época, até Giórgio Bongiovanni, nascido em 1963, ainda encarnado.
A dificuldade de entendimento desses conceitos pelos povos antigos, foi registrada na citação do Bhagavad Gita[1]. “Krsna[2] informa a Arjuna[3]: ‘Alguns acham que a alma é algo espantoso, outros a descrevem como algo espantoso, e outros ainda ouvem dizer dela como algo espantoso, enquanto outros, mesmo após ouvir sobre ela, não podem absolutamente compreendê-la’ ” [ 1 ].
Apesar das dificuldades intelectuais da época, em parte, mais por sensibilidade que por razão, os antigos acreditavam na reencarnação.
Os conceitos de reencarnação, mesmo sofrendo mudanças ao longo do tempo, tanto pelos povos que o aceitaram, quanto pelo seus pensadores, sempre trouxeram um núcleo básico que é a reencarnação do espírito humano (racional) em corpo humano. Ao redor desse núcleo, aparecem misturadas ideias de metempsicose e transmigração.
Encontramos, nesta pesquisa, opiniões-definições que trazem: reencarnação com a possibilidade da transmigração; reencarnação com a possiblidade de metempsicose; possibilidade de reencarnação em outros mundos; possibilidade de renascimento em outros planos de vida e possibilidade da reencarnação limítrofe na Terra (últimas reencarnações na Terra).
A reencarnação, como conceito dos mais antigos da humanidade, vem, ao longo do tempo, recebendo novas opiniões, novos argumentos, até mesmo, de cientistas que atualmente se interessam pelo assunto e buscam pesquisá-la[4] [ 2 ]. Dentre vários cientistas que se interessaram ou se interessam, podemos citar: Ian Stevenson e seu continuador Jim B Tucker, na Universidade de Virgínia (USA). No Brasil, dentre outros temos: Hernani Guimarães Andrade e João Alberto Fiorini [3] e [4].
O código de comportamento humano indiano, que é o Bhagavad Gita, admite que nasceu para eliminar a influência perturbadora que indivíduos materialistas e cobiçosos, àquela época, (3 000 anos a.C.) exerciam sobre a sociedade indiana [5].
Nesse código, onde ficou registrado o nascimento do conceito de reencarnação na India – cultura Védica-, a metempsicose é admitida, explicitando: “Quando ela (alma) morre no modo da ignorância, nasce em corpo animal” [1].
Daí a necessidade de se introduzir, neste texto, a questão da alma dos animais e suas possíveis reencarnações.
No Egito, nessa mesma época, um papiro já trazia o conceito de reencarnação: “ Antes de nascer, a criança já viveu e a morte não é um fim. A vida é um evento que passa como o dia solar que renasce” [ 6 ] .
Dessas origens - egípcia e indiana - até a época de Jesus, a pesquisa selecionou nove (9) pensadores ou instituições aceitam o conceito de reencarnação, cujo núcleo central é a reencarnação de espírito humano em corpos humanos, porém, incluem, na própria definição-opinião, as questões periféricas, já mencionadas: metempsicose, transmigração, reencarnação em outro planetas, reencarnação em outros planos de vida, e reencarnações limítrofe no planeta Terra (como últimas aqui neste planeta).
De Jesus - Novo Testamento [7] - a Kardec[5], a pesquisa aproveitou dez (10) pensadores ou instituições (se considerarmos os Dalai[6] uma instituição), que aceitaram o conceito de reencarnação. Em alguns aparece a transmigração da alma de um reino para o outro, iniciando-se no mineral. O conceito de reencarnação secundado pela possibilidade de metempsicose não foi encontrado aqui; ao contrario, Al Rumi, num dos conceitos pesquisados, questiona a metempsicose, perguntando: “Por acaso fui rebaixado pela morte”? Após este questionamento, ele continua afirmando ter visto mil homens que ele foi [8].
Jesus referiu-se à reencarnação, porém, sempre tratando de espíritos humanos que voltaram a corpos humanos. Nessa época, o conceito ainda era difícil para o conhecimento da humanidade. Mesmo assim, enfatizou que esse retorno do espírito à vida corporal faz parte da escala ascendente para chegarmos ao Reino de Deus[7].
Algumas religiões polemizam a citação de Jesus, o renascer da água, rejeitando-a como possibilidade de renascimento do espírito num novo corpo. Interpretam-na como possível referência aos batismos feitos por João Batista no Rio Jordão ou, ainda, ao batismo do próprio Jesus, que encerrou essa função do João Batista, vencendo uma etapa da história religiosa em que o reino dos céus era tomado pela força[8].
Na Doutrina Espírita, organizada por Kardec, a reencarnação é uma necessidade da vida espírita como a morte é uma necessidade para a vida do corpo[9]. Essa foi a orientação dada a ele pelos espíritos na organização dessa Doutrina[10] [9].
Na mesma época de Kardec, Arthur Schopenhauer[11] faz crítica à Europa materialista por não aceitar a preexistência da alma e suas reencarnações anteriores.
Pouco depois de Kardec, a pesquisa registrou mais dois pensadores que declararam em seus escritos a aceitação do conceito de reencarnação: Rudolf Steiner[12] e Giórgio Bongiavanni[13], aqui também, como espírito humano encarnado em corpo humano [2].
Após Kardec, encontramos movimentos científicos que começam a voltar a atenção para os conceitos de reencarnação [2] e [6] e ordenar alguns métodos de pesquisa, como, por exemplo a pesquisa das impressões digitais para comprovação da reencarnação [3] e [4].
A Posição de algumas religiões e filosofias sobre o conceito de reencarnação.
No Bhagavad Gita, um tipo de escritura sagrada indiana, aceita-se, para o conceito de reencarnação, a possiblidade de almas reencarnarem em animais (metempsicose) [1] .
Nos papiros egípcios citados, a pesquisa encontrou só conceito de reencarnação de alma humana em corpo humano [6].
No Budismo, embora não se fale em reencarnação, fala-se em renascimentos. Nele, a alma não se mantém inalterada entre duas existências sucessivas e, nem sempre, o renascimento se dá como seres humanos, pois existem, segundo seus conceitos, vários planos nos quais ocorre o renascimento [10].
No Cristianismo, Jesus, no Novo Testamento, referiu-se a reencarnações de almas humanas em corpos humanos. (Elias/João Batista ) [7].
O Dalai Lama - “oceano de sabedoria” - é derivado do budismo baseado nas tradições sânscritas, divulgadas no Tibet. Acredita-se que os Dalais sejam reencarnação de espíritos tibetanos que, pela sua elevação, adquiriram o direito de escolher sua reencarnação para alavancar o progresso da humanidade. O atual Dalai – Tanzin Gyatso – é apontado como a reencarnação de seu antecessor – Thubten Gyatso. [11]. Eles focam as religiões como preparadoras eficazes de reencarnações futuras serenas, pacíficas e equilibradas. Nele – Budismo Tibetano - aceita-se a reencarnação.
Pesquisa Bibliográfica sobre o conceito de reencarnação e confrontos suscitados.
Conforme veremos adiante, no detalhamento desta pesquisa, os vários conceitos de reencarnação vêm sempre girando em torno de almas retornando à vida material, assumindo um corpo novo.
Alguns desses conceitos aceitam, na mesma definição-opinião, aspectos da metempsicose, razão pela qual, torna-se necessário repassarmos o conceito de reencarnação no reino animal.
Hoje, no mundo, incentivados pelas leis de preservação ambiental, temos visto desenvolver-se respeito e amor pela vida do animal. Além do corpo orgânico, aceita - se que o animal tenha uma inteligência fragmentária. Essa inteligência transmigra entre as espécies numa progressão que um dia chegará à razão, à lógica, já animando espíritos humanos. Alguns falam em alma-grupo que se individualiza com a evolução das espécies [12].
Segundo alguns pensadores, o cuidado, tratamento cortês e a ternura com alguns animais, os beneficiarão, mais tarde, quando chegarem à idade da razão, com a possibilidade de reencarnações serenas, equilibradas e pacificas em corpos humano, por já trazerem, em suas almas, o amor[14][12].
A Doutrina Espírita reconhece que o animal tem um princípio que independe da matéria do seu corpo. Esse princípio assemelha-se, guardadas as devidas proporções de liberdade e raciocínio, à alma do homem. Essa alma fragmentária fica numa espécie de erraticidade, após a morte do corpo do animal. Esses Espíritos de animais são cuidados por Espíritos mais elevados encarregados disso que lhes atribuem uma utilidade quase de imediato, não havendo tempo para se relacionarem com outras criaturas ou formar comunidades no espaço. A inteligência dos animais é haurida no mesmo manancial em que é haurida a inteligência do homem. A ascensão do Espírito do animal é sempre crescente, em relação à classificação das espécies, rejeitando-se a possibilidade de reencarnação em espécies anteriores [15] [9].
A informação retro de que a alma do animal é aproveitada, imediatamente, após a morte do corpo, está sendo questionada, pois André Luiz[16] fala da existência de animais no plano espiritual [13].
Nas teorias de Kardec, a reencarnação do ser humano é uma oportunidade de crescimento; se necessário, poderá servir, também, para desfazer alguns senões do espírito imortal. Esses senões são criados pelo próprio indivíduo pelo afastamento das Leis Naturais, gravadas na sua consciência[17].
Kardec, na organização da Doutrina Espírita, acena com a possibilidade de desterro de almas endurecidas, que reencarnariam em planetas mais atrasados que a terra, de acordo com suas inclinações[18] [7]. O espírito Isabel de França, também, aventa essa possibilidade em sua contribuição na elaboração de O Evangelho Segundo o Espiritismo[19][14].
A Igreja cristã primitiva, até certa altura da sua história, aceitou a reencarnação, entretanto, outros interesses acabaram por rejeitá-la, por vários métodos, até mesmo decretando sua extinção por interesse político[20].
Padre Ario[21] - ( 250 – 336 d. C.) - defendia a ideia de que para chegar a Jesus deveria ser por meio de várias existências. Isso abalou os interesses da Igreja Romana e provocou a convocação do Concílio de Niceia, em junho de 325. No Concílio, o debate era Jesus criado (encarnado) versus Jesus Deus, ou seja, a possibilidade de chegar a Jesus pelo esforço próprio ou pelos preceitos da Igreja. Sobreviveu a ideia de Jesus-Deus; com essa sobrevivência, a salvação tornou-se atributo da religião (Igreja Romana), rejeitando-se a oportunidade de crescimento para a meta por meio de reencarnações [15] .
Agostinho[22] - (354 -430 d. C.) – escreveu uma carta ao papa Inocêncio I, advertindo-o sobre o perigo da divulgação dos conceitos das vidas sucessivas minarem a autoridade da Igreja [15].
No ano de 543, novamente, outro Concílio volta ao embate da rejeição da reencarnação. O teólogo Orígenes [23] (185 -235) tinha reconhecido em seus escritos a existência da alma antes do nascimento e sua dependência de ações passadas. Uma cortesã chamada Teodora torna-se esposa do Imperador Justiniano[24]. Ela dominava o Imperador e manejava o poder. O passado dela, já como esposa do imperador, trazia a ordenação da morte de quinhentas (500) antigas colegas, na tentativa de eliminar as testemunhas de seu passado enodoado, do tempo em que foi cortesã. Numa linguagem atual, queima de arquivo. Teodora esforçou-se, para que o marido, por decreto, revogasse a Doutrina da Reencarnação, para não sofrer as consequências desse genocídio noutra encarnação, conforme prescrevia a literatura de Orígenes – Lei do Karma. Justiniano, sem considerar o consenso clerical, força a rejeição da preexistência da alma, condenando-a por meio de um sínodo especial. Ele convoca o segundo Concílio de Constantinopla (atual Istambul na Turquia) no ano 543. O Concílio foi pontuado por ações político-interesseiras, manipuladas por Justiniano que, apoiado por vassalos, conseguiu excomungar a doutrina da preexistência da alma. A igreja, endossando a ousadia dele, aceita essa rejeição e a condenação de todos que ensinarem a preexistência da alma [16].
Nicola de Cusa[25] - (1401 – 1464)-, mesmo dentro do vaticano, com concordância do papa Eugênio IV (1431 -1447) recupera, na Igreja Católica, a crença na pluralidade das vidas e dos mundos habitados . Com isso, surgem novos descontentamentos entre clérigos influentes da Cúria Romana. Essas disputas levaram a Igreja Romana a rejeitar a Reencarnação sob a argumentação de tratar-se de um dogma que obscurece os problemas da vida, impõe dominação, revolta a razão, incentiva a ignorância, provoca apatia, gera graves entraves à autonomia humana e freia o desenvolvimento espiritual da humanidade [16].
Hoje, o Protestantismo está agrupado nas rebatizadas igrejas evangélicas. Elas não aceitam a reencarnação, preferindo a ressureição dos mortos, após o Juízo Final, tomando seus antigos corpos. A Maior parte delas afirma que Jesus se referia às virtudes do Espírito Santo, quando disse em renascer da agua e do espírito[17] .
Voltam, também, aos embates do renascer da água, alegando que, quando Jesus falou à Nicodemos em renascer da água e do espírito queria referir-se à regeneração pela água do batismo[26] [14].
O papa João Paulo II, em 1998, de novo rejeita a reencarnação, dizendo: “O homem ressuscita, não se reencarna” [2].
Fora do combate sistemático, formalizado por instituições que não aceitam o conceito da reencarnação, também encontramos muitas pessoas que o repelem. Muitas vezes, essa rejeição é sustentada mais por interesse que por convicção.
Kardec aponta aqueles que o repelem pelo interesse próprio, por ele não lhes convir, outros porque têm medo de que seja uma realidade e reagem enfurecidos pelo simples fato de terem que voltar a viver uma vida material na Terra[27] [ 7 ].
O Conceito de Reencarnação antes de Jesus.
Os egípcios guardavam seus pensamentos e suas histórias escritos em papiros. Num papiro de 3000 anos antes de Jesus, já se conceituava a reencarnação: “ Antes de nascer, a criança já viveu e a morte não é o fim ” [18] .
Na Índia ao mesmo tempo o Bhagavad Gita, reconhecia a reencarnação: “ Nunca houve um tempo em que Eu não existisse, nem tu, nem todos os reis; nem no futuro algum de nos deixará de existir” [1].
Hermes Trismegisto[28] - (2270 a. C) - compara as reencarnações ao nosso dia-a-dia, em que aquilo que não conseguirmos realizar hoje, conseguiremos realizar amanhã, atribui a ela as nossas questões sociais e as diferenças daí resultantes, fala da necessidade de o indivíduo conhecer sua própria consciência para a sua ascensão a outros níveis e escreve: “ A reencarnação é a escola elementar da consciência cósmica, depende da lei de causa e efeito; como lei de purificação e reequilíbrio emana da lei do amor, um amor que concede até que seja necessária outra e distinta possibilidade para resolver problemas de fundo” [2].
No O Livro Egípcio dos Mortos – 2000 (a. C.), Osíris [29] é tido como Deus do renascimento, capaz de decidir sobre o renascimento dos mortais, que o sacralizam: “ Honra a ti, Osíris, ó governador dos que se encontram no paraíso, tu que fazes renascer os mortais, que renova sua juventude...” [18].
Novo documento egípcio[30] - (1250 a. C) – admite a reencarnação de espíritos inteligentes em outros mundos, o esquecimento das encarnações passadas e o arquivo da memória integral do Espirito ao longo de suas reencarnações: “ Os homens não vivem somente uma vez, partindo em seguida para sempre. Eles vivem numerosas vezes e em numerosos lugares, embora não seja sempre neste mundo. Entre duas vidas, há um véu de obscuridade. A porta abrir-se-á no fim e nos mostrará todas as câmeras que nossos passos atravessaram desde o começo” [19].
Zoroastro -[31] (1000 a. C.) - era adepto da metempsicose, encara a reencarnação como oportunidade de crescimento e, também, como punição para aqueles que ainda não aprenderam a desfrutar das oportunidades que a vida apresenta: “Aquele que retorna para a Terra e faz o bem, segundo seu conhecimento, suas palavras, ações e intenções recebe um dia uma recompensa que convenha aos seus méritos... Aqueles que, durante o período na Terra, vivem na dor e no desgosto, sofrem com isso por causa de suas palavras mesquinhas ou suas más ações num corpo anterior, pelo que são punidos no presente” [18].
Pitágoras -[32] (572 – 492 a. C.) - tinha certeza da reencarnação bem como acenava para a lembrança de algumas delas: “A alma nunca morre, mas recomeça uma nova vida, ela nada mais faz que mudar de domicílio, tomando uma outra forma. Quanto a mim, que vos revelo estas misteriosas verdades, já fui Euforbes numa outra vida, no tempo da guerra de Troia; lembro-me perfeitamente bem de meu nome e de meus pais, assim como do modo como fui morto em combate com o rei de Esparta. Em Micenas, no templo de Jun, vi suspenso, na parede, o meu próprio escudo de um outro tempo. Mas, embora vivendo em vários corpos, a Alma é sempre a mesma, pois só a forma muda” [18].
Sócrates[33] - (469 – 399 a. C.) -. Na sua época, já falava da distinção entre o princípio inteligente e o princípio material, bem como sua independência, por isso trata de reencarnações de alma humana em corpo humano: “Estou convencido de que vivemos novamente e que os vivos emergem dos que morreram e que as almas dos que morreram estão vivas” [18].
Platão[34] - (427 – 347 a. C.) - tentou explicar as condições da reencarnação e aponta a justiça dos céus como indutora de reencarnações e sofrimento entre os iguais: “ Ó tu, moço ou jovem, que te julgas abandonado pelos deuses, sabe que, se tornares pior, irás ter com as piores almas, ou, se melhor, irás te juntar às melhores almas, e, em toda sucessão de vida e morte, farás e sofrerás o que um igual pode merecidamente sofrer nas mãos de iguais. Essa é a justiça dos céus ” [18].
Cícero [35] - (106 – 43 a. C.) - Quando impedido de participar da Política, escrevia obras filosóficas. Acreditava que o homem, ao nascer, já trazia maior parte de seu conhecimento, conforme justificou: “Outro forte indício de que os homens sabem a maioria das coisas antes do nascimento é que, quando crianças, aprendem com enorme rapidez, o que demonstra que não estão aprendendo pela primeira vez, e sim relembrando” [18].
O Conceito de reencarnação com Jesus.
Na época em que Jesus viveu nesta Terra, o povo dos lugares por onde ele passou aceitava a reencarnação. Herodes acreditava que Jesus era a reencarnação de João Batista, que teve a cabeça degolada a mando dele, por solicitação de Salomé, que era coagida por Herodias. Ele ouvira falar de Jesus. E ouviu isto o rei Herodes (porque o nome de Jesus se tornara notório) e disse: João o que batizava, ressuscitou dentre os mortos, e por isso estas maravilhas opera nele. Outros diziam: É Elias. E diziam outros: É um profeta, ou como um dos profetas. Herodes, porém, ouvindo isto, disse: Este é João, que mandei degolar; ressuscitou dentre os mortos[36][7].
As respostas às questões formuladas por Jesus aos apóstolos, narradas pelos evangelistas, não deixam dúvida de que Ele falava de reencarnação de espírito humano em corpo humano; por exemplo: “Quem dizem os homens ser o filho do homem? E eles disseram: ‘Uns, João Batista; outros,Elias, e outros, Jeremias, ou um dos profetas’ ”. Personagem conhecidos da História da Humanidade[37] [7].
O Conceito de reencarnação após Jesus e antes de Kardec.
Diógenes de Laércio[38] - (201 - 250 d. C.) – deu muita importância aos conceitos de Pitágoras, especialmente sobre reencarnações, citando em seus escritos muitas das encarnações deste. Também aceitava filosoficamente a reencarnação: “A alma veste vários corpos em tempos diferentes; e a alma presa ora nesta criatura, ora naquela, assim percorre uma ronda ordenada pelas necessidades” [20].
Al Rumi[39] - (1210 - 1273) – Fazia da vida do cotidiano uma poesia, trazendo para esta os conceitos do dia-a-dia com convicção filosófica e boa dose de misticismo. Com relação à reencarnação, escreveu: “Fui mineral, morri e me tornei planta, morri e depois fui animal, morri e depois fui homem. Por que teria eu medo? Acaso fui rebaixado pela morte? Vi dois mil homens que eu fui, mas nenhum era tão bom quanto souhoje. Morrerei ainda como homem, para elevar-me e estar entre os bem-aventurados anjos. Entretanto, mesmo este estado de anjo, terei que deixar” [8] e [18].
Leonardo da Vinci[40] - (1452 – 1519) –, em seu conceito de reencarnação, vislumbrou algo parecido com o limite das reencarnações na Terra: “Lê-me leitor, se encontras prazer em ler-me, porque muito raramente eu voltarei a este mundo” [18].
Um dos Dalai Lama[41] - (1500 d. C.) já elogiava as religiões como preparadoras da alma para uma futura reencarnação mais serena; “ Se aceitamos a crença na continuação da vida, a prática religiosa se torna uma necessidade que nada pode suplantar, para preparar sua encarnação futura... Seja qual for o nome dessa religião, o fato de compreendê-la e praticá-la torna-se a base essencial de uma mente que está em paz, portanto, de um mundo em paz. Se não há paz na mente, não pode haver relações entre indivíduos e nações” [18].
Giordano Bruno -[42] (1500 – 1600) - foi obrigado às sucessivas mudanças em razão de seus pensamentos a respeito do universo micro e macro. Relembrando a teoria das mônadas[43] de Leibniz[44], assim escreveu: “(...) Tudo se transforma, nada se destrói, a alma não perece com a morte, muda sua primeira vivenda por uma nova (...)”[2].
Benjamim Franklin[45] - ( 1709 – 1790) – Em seu conceito de reencarnação, aceita a evolução como obrigação individual: “ Aqui jaz o corpo de Benjamim Franklin, impressor, semelhante à capa de um livro de páginas arrancadas, abandonadas ao léu, com seus títulos e seus dourados apagados. A obra não se perderá, pois como ele acreditava, ela aparecerá uma vez mais em nova edição mais elegante, revisada e corrigida pelo autor” [18].
Frederico O Grande [46](1712 – 1786) - Não só acreditava na reencarnação como na mudança de status e, também, na responsabilidade dos governantes: “ Sinto que logo deixarei esta vida terrena. Mas como estou convencido de que nada existe na natureza que possa ser aniquilado, tenho como certeza que o mais nobre de mim mesmo não cessará de viver. Embora eu não me arrisque a ser rei em minha próxima vida... Ora, tanto melhor!... Viverei mesmo assim uma vida ativa e, o que é melhor, sofrerei menos por ingratidão” [18].
Goethe[47] - (1749 – 1832 d. C.) -, cuja doutrina era o dever de viver de tal forma, que o maior desejo fosse viver novamente, porque, querendo ou não, viveremos novamente, assim se referiu à reencarnação: “ Estou certo de que estive aqui, como estou agora, mil vezes antes e espero retornar mil vezes... A alma do homem é como a água; vem do Céu e sobe para o Céu, para depois voltar à Terra, em um eterno ir e vir” [18].
Arthur Schopenhauer[48] - (1788 – 1786 d. C.) - Fazendo crítica ao materialismo da Europa em contraposição ao espiritualismo-misticismo oriental, assim se expressa; “Se um asiático me perguntar por uma definição da Europa, serei forçado a responder-lhe do seguinte modo: É aquela parte do mundo perseguida pela incrível ilusão de que o homem foi criado do nada, e que sua existência atual é a primeira entrada na vida” [18].
Honoré Balzac [49]– (1799 – 1850 d. C.) – Escritor francês que publicou dentre outras obras a Comédia Humana, referindo se às vidas anteriores, assim se expressou: “Todos os seres humanos experimentaram vidas anteriores... Quem sabe quantas formas físicas o herdeiro do céu ocupa, antes que ele possa compreender o valor daquele silêncio e solidão, cujas planícies estreladas são apenas a antecâmara de mundos espirituais” [18].
Ralph Emerson[50] – (1803 – 1882) – Insistia na independência do homem na sua liberdade e na sua capacidade de realização. Entendia a transcendentalidade como esforço de introspecção para passar do eu superficial para o eu profundo, este espírito universal alcançável por toda espécie humana e dizia: “A alma vem de fora para o corpo humano, como uma morada temporária e torna a sair dela... passa para outras habitações, pois a alma é imortal ” [20] .
O Conceito de reencarnação nas Teorias de Kardec.
Os espíritos que orientaram Kardec na organização da Doutrina Espírita conseguiram dar objetividade aos conceitos de transmigração, evolução do princípio material, evolução do princípio inteligente, alma dos animais e reencarnação das almas dos animais, que, muitas vezes, aparecem junto aos conceitos de reencarnação pesquisados. Desta forma, exceto a metempsicose, todos os termos que aparecem nas definições ou frases dos pensadores pesquisados encontraram sua aplicação como fenômenos correlatos às funções da alma[51].
Eles responderam a Kardec que; a reencarnação pode acontecer na Terra, enquanto o espírito não alcançar um nível evolutivo para reencarnar em planetas hierarquicamente superiores[52]. Kardec aponta odesterro para os espíritos endurecidos que não acompanharam o desenvolvimento da humanidade terrena e passaram a provocar lesões sociais enquanto aqui viveram materialmente[53][9].
Aqueles que já hauriram o conhecimento possível, neste planeta, podem escolher, por vontade ou cumprimento de uma missão que ficou incompleta, voltar a encarnar aqui, agora, não como necessidade de aprendizado, mas como prática[54][9].
São Luís[55] apresenta a reencarnação como uma tarefa imposta por Deus para exercitar o livre-arbítrio. Não aceita a reencarnação como castigo divino, porém as reencarnações mais difíceis são a consequência da displicência dos homens, retardando o tempo para chegar à meta[56] [14].
No Espiritismo, a reencarnação de seres humanos se dá em corpos humanos, quando aqui na Terra.
O Conceito de reencarnação além dos anteriores.
Rudolf Steiner[57] - (1861 – 1925) - em suas preocupações com as questões sociais, indica O Servir como passaporte para sermos considerados pertencentes à Humanidade. Para ele, a ética social é usar a capacitação de uns para suprir necessidades de outros. Voltando à individualidade do ser humano ele se expressa: “Depois de uma pausa no mais além, organiza-se em torno do eu, um novo corpo astral capaz de habitar um corpo etérico e um corpo físico o qual o homem possui entre o nascimento e a morte. O homem pode passar, então, mais uma vez, pela porta do nascimento e recomeçar uma experiência enriquecida pelas precedentes. (...) A imagem da dor causada a outros gera uma força que incita o eu reencarnado a reparar esse erro do passado. A alma cumpre não só uma evolução individual, mas sim, também, uma evolução cósmica. (...)” [2].
Giórgio Bongiovanni[58] - 05.09.1963 -, ainda encarnado, hoje, mantém a preocupação de melhores esclarecimentos sobre as recomendações da virgem de Fátima; também defensor da reencarnação, assim se manifesta: “(...) Antes de renascer o espírito programa a experiência que deverá viver na vida; depois a interpreta, a vive... [ 2 ]”.
A aceitação do conceito de reencarnação após a organização do Espiritismo, com algum Apoio da Ciência.
De algum tempo para cá, a Ciência começou, acanhadamente, a voltar sua atenção para o conceito da reencarnação. Alguns cientistas (psiquiatras) se debruçam, atualmente, em experiências de regressão hipnótica para uma possível substantivação do conceito de reencarnação [59] [2], [6] e [21]. Outros, pretendendo comprovar a reencarnação, fazem pesquisas com as impressões digitais do encarnado comparando-a, quando possível, com a do personagem que este espírito afirma no passado [3]e [4].
O Conselho Regional de Psicologia do Estado de São Paulo proíbe aos profissionais, a ele subordinados, a prática de Terapia de Vidas Passadas, porém não consegue deter tamanho avanço da Ciência Humana.
CONCLUSÃO.
Tanto quanto os antigos, hoje, a humanidade se distribui entre aqueles que creem no conceito da reencarnação, mesmo frequentando instituições que não o endossam, e aqueles que não creem e, até mesmo, o combatem de forma canônica (repetição da mesma nota por varias vozes), fiéis aos seus orientadores.
A mediunidade, aflorando entre pessoas que não creem na reencarnação, as tem levado a procurar a Doutrina Espírita, principalmente, as sessões de Atendimento Fraterno dos Centros Espíritas, para esclarecimento. Essas pessoas acabam aceitando a reencarnação, porém, boa parte das famílias delas, por tradição, costuma não divulgar sua aceitação do fenômeno. Isso é compreensível pelo nosso modelo cultural milenar ter espalhado, e ainda espalha, ameaças de perseguições porentidades superiores àqueles que se afastam da ortodoxia, dos preconceitos e dos mitos cultivados ao longo dos milênios.
As populações que vivem em contato com a natureza têm, em seu seio, uma maior porcentagem de membros que aceitam a reencarnação, nelas o dogmatismo e o materialismo não inibem a manifestação das percepções [2].
Tanto nos conceitos de reencarnação com metempsicose quanto naqueles que não a aceitam percebe-se a convergência para um objetivo comum, qual seja, oportunidade de arquivamento de experiências vivenciadas, que ficaram gravadas na memória integral (consciência!) do espirito imortal.
A pesquisa abrangeu um leque razoável deconceitos, mas, mesmo que esse leque fosse ampliado, não poderíamos escapar da necessidade de o tema continuar em debate e pesquisas, com absoluta neutralidade, deixando de lado preconceito, emoção, tendências moralistas e outros fragmentos de nossa cultura milenar, que nos cristalizam e impedem nossa liberação para enfrentarmos o assunto com total liberdade de pensamento e ausência de personalismo.
Em todos os conceitos de reencarnação, aqui na Terra, pesquisados, mesmo aqueles que admitem a reencarnação em corpos de reinos anteriores, ele é sempre uma oportunidade de crescimento, de progresso, tanto intelectual quanto moral, correlacionada de acordo com o procedimento do ser humano..
BIBLIOGRAFIA.
1 - Bhagavad – gita e Reencarnação.www.iskconbahia.com.br/joonla/index.php/noticias/395-bhagava-gita-e-reenc.
2 - A Reencarnação LUZES DA VERDADE. Sites.google.com/site/luzesdaverdade/a-reencarnaçao.
3 – Comprovação da Reencarnação.www.espirito.org.br/portal/publicacoes/esp-ciencia.
4 – REENCARNAÇÃO UM TEMA PARA A UNIVERSIDADE. CCEPA opinião, nº197, jun 2012 , Porto Alegre – Brasil, p.1.
5 - Bhagvadgita, a Essência do Conhecimento Védico.www.git.vraja.net/cap/intro.htm.
6 - Reencarnar é uma lei Natural.
www.espirito.org.br/artigos/diversos/reencarne/reencarnar-ch-eh-natural.html.
7 - GIDEÕES. O Novo Testamento.1976.ed.Tradução João Francisco de Almeida, s/l,s/e/s/d.
8 – Al Rumi – Poeta Islâmico | Visão Espírita.visaoespiritabr.com.br/reencarnação/al-rumi.
9 - KARDEC. ALLAN. O Livro dos Espíritos.3.ed. Tradução Matheus Rodrigues de Camargo. Capivari: EME, 2004.
10 - O Budismo e a Reencarnação. www.nossacasa.net/shunya.asp?menu=1263.
11 – Dalai Lama. www.dalailama.org.br/biografia.
12 – ESPIRITISMO E RAZÃO: REENCARNAÇÃO DOS ANIMAIS REENCARNATI. Espiritismoerazao.blogspot.com.br/2012/03/reencarnação-dos-animais-reincarna
13 – Entrevista com Celso Martins – Alma dos Animais.casadeemanuel.org/entrevista
14 KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo do Espiritismo. 120ª ed. Tradução Guillon Ribeiro. Brasília: FEB, 2002..
15 - REENCARNAÇÃO.“O ELO ESQUECIDO” DO CRISTIANISMO cele.org.br/reencarnaçao 020602.html.
16 – Supressão da Reencarnação. www.guia.heu.nom.br/supressao_da_reencarnacao.htm.
17 – Vida Abundante: O significado de “nascer da água e do espírito” de João 3.5.
Prjivaldo.blogspot.com.br/2011/02-significado-de-nascer-da-agua-e-do.html.
18- Reencarnação: Frases ao Longo do Tempo. www.ceismael.com.br/temareencarnacao-frases-ao-longo-do-tempo.htm.
19 – Sociedade Secreta: Mensagem: O PAPIRO DE ANANA.
www,br.groups.yahoo.com/group/Socie3dadeSereta/message/1394.
20 – A REENCARNAÇÃO Já era debatida há milhares de anos em todo o mundo?
[4] - Maria Testaseca em a Reencarnação: Luzes da Verdade.
[4]-Bhagavad Gita, a essência do conhecimento Védico.
[10] - São João Evangelista, Santo Agostinho, São Vicente de Paulo, São Luís, O Espírito de Verdade, Sócrates, Platão, Fénelon, Franklin, Swdenborg, etc.
[42] -Filósofo, Matemático e Astrônomo que previu, antes de Galileu, o Heliocentrismo,por isso, foi morto na fogueira.
[43]- Substância simples, indivisível, que entra na composição das demais. Grosseiramente espécie de fluido Universal.
[44] - Goottfried Wilhelm von Leibiniz -Advogado, Filósofo, Teólogo e Matemático alemão (1646-1716) .
[51] - Dentre outros, São João Evangelista, Santo Agostinho, São Vicente de Paulo, São Luís, O espirito de Verdade, Sócrates, Platão, Fénelon, Franklin, Swedenbborg, etc..
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Breve Relato Histórico sobre a Reencarnação
A abrangência de nossa pesquisa sobre a reencarnação vai desde o papiro egípcio de 3000 anos antes de Cristo, passando pelo Bhagavad Gita, dessa mesma época, até Giórgio Bongiovanni, nascido em 1963, ainda encarnado.
A dificuldade de entendimento desses conceitos pelos povos antigos, foi registrada na citação do Bhagavad Gita[1]. “Krsna[2] informa a Arjuna[3]: ‘Alguns acham que a alma é algo espantoso, outros a descrevem como algo espantoso, e outros ainda ouvem dizer dela como algo espantoso, enquanto outros, mesmo após ouvir sobre ela, não podem absolutamente compreendê-la’ ” [ 1 ].
Apesar das dificuldades intelectuais da época, em parte, mais por sensibilidade que por razão, os antigos acreditavam na reencarnação.
Os conceitos de reencarnação, mesmo sofrendo mudanças ao longo do tempo, tanto pelos povos que o aceitaram, quanto pelo seus pensadores, sempre trouxeram um núcleo básico que é a reencarnação do espírito humano (racional) em corpo humano. Ao redor desse núcleo, aparecem misturadas ideias de metempsicose e transmigração.
Encontramos, nesta pesquisa, opiniões-definições que trazem: reencarnação com a possibilidade da transmigração; reencarnação com a possiblidade de metempsicose; possibilidade de reencarnação em outros mundos; possibilidade de renascimento em outros planos de vida e possibilidade da reencarnação limítrofe na Terra (últimas reencarnações na Terra).
A reencarnação, como conceito dos mais antigos da humanidade, vem, ao longo do tempo, recebendo novas opiniões, novos argumentos, até mesmo, de cientistas que atualmente se interessam pelo assunto e buscam pesquisá-la[4] [ 2 ]. Dentre vários cientistas que se interessaram ou se interessam, podemos citar: Ian Stevenson e seu continuador Jim B Tucker, na Universidade de Virgínia (USA). No Brasil, dentre outros temos: Hernani Guimarães Andrade e João Alberto Fiorini [3] e [4].
O código de comportamento humano indiano, que é o Bhagavad Gita, admite que nasceu para eliminar a influência perturbadora que indivíduos materialistas e cobiçosos, àquela época, (3 000 anos a.C.) exerciam sobre a sociedade indiana [5].
Nesse código, onde ficou registrado o nascimento do conceito de reencarnação na India – cultura Védica-, a metempsicose é admitida, explicitando: “Quando ela (alma) morre no modo da ignorância, nasce em corpo animal” [1].
Daí a necessidade de se introduzir, neste texto, a questão da alma dos animais e suas possíveis reencarnações.
No Egito, nessa mesma época, um papiro já trazia o conceito de reencarnação: “ Antes de nascer, a criança já viveu e a morte não é um fim. A vida é um evento que passa como o dia solar que renasce” [ 6 ] .
Dessas origens - egípcia e indiana - até a época de Jesus, a pesquisa selecionou nove (9) pensadores ou instituições aceitam o conceito de reencarnação, cujo núcleo central é a reencarnação de espírito humano em corpos humanos, porém, incluem, na própria definição-opinião, as questões periféricas, já mencionadas: metempsicose, transmigração, reencarnação em outro planetas, reencarnação em outros planos de vida, e reencarnações limítrofe no planeta Terra (como últimas aqui neste planeta).
De Jesus - Novo Testamento [7] - a Kardec[5], a pesquisa aproveitou dez (10) pensadores ou instituições (se considerarmos os Dalai[6] uma instituição), que aceitaram o conceito de reencarnação. Em alguns aparece a transmigração da alma de um reino para o outro, iniciando-se no mineral. O conceito de reencarnação secundado pela possibilidade de metempsicose não foi encontrado aqui; ao contrario, Al Rumi, num dos conceitos pesquisados, questiona a metempsicose, perguntando: “Por acaso fui rebaixado pela morte”? Após este questionamento, ele continua afirmando ter visto mil homens que ele foi [8].
Jesus referiu-se à reencarnação, porém, sempre tratando de espíritos humanos que voltaram a corpos humanos. Nessa época, o conceito ainda era difícil para o conhecimento da humanidade. Mesmo assim, enfatizou que esse retorno do espírito à vida corporal faz parte da escala ascendente para chegarmos ao Reino de Deus[7].
Algumas religiões polemizam a citação de Jesus, o renascer da água, rejeitando-a como possibilidade de renascimento do espírito num novo corpo. Interpretam-na como possível referência aos batismos feitos por João Batista no Rio Jordão ou, ainda, ao batismo do próprio Jesus, que encerrou essa função do João Batista, vencendo uma etapa da história religiosa em que o reino dos céus era tomado pela força[8].
Na Doutrina Espírita, organizada por Kardec, a reencarnação é uma necessidade da vida espírita como a morte é uma necessidade para a vida do corpo[9]. Essa foi a orientação dada a ele pelos espíritos na organização dessa Doutrina[10] [9].
Na mesma época de Kardec, Arthur Schopenhauer[11] faz crítica à Europa materialista por não aceitar a preexistência da alma e suas reencarnações anteriores.
Pouco depois de Kardec, a pesquisa registrou mais dois pensadores que declararam em seus escritos a aceitação do conceito de reencarnação: Rudolf Steiner[12] e Giórgio Bongiavanni[13], aqui também, como espírito humano encarnado em corpo humano [2].
Após Kardec, encontramos movimentos científicos que começam a voltar a atenção para os conceitos de reencarnação [2] e [6] e ordenar alguns métodos de pesquisa, como, por exemplo a pesquisa das impressões digitais para comprovação da reencarnação [3] e [4].
A Posição de algumas religiões e filosofias sobre o conceito de reencarnação.
No Bhagavad Gita, um tipo de escritura sagrada indiana, aceita-se, para o conceito de reencarnação, a possiblidade de almas reencarnarem em animais (metempsicose) [1] .
Nos papiros egípcios citados, a pesquisa encontrou só conceito de reencarnação de alma humana em corpo humano [6].
No Budismo, embora não se fale em reencarnação, fala-se em renascimentos. Nele, a alma não se mantém inalterada entre duas existências sucessivas e, nem sempre, o renascimento se dá como seres humanos, pois existem, segundo seus conceitos, vários planos nos quais ocorre o renascimento [10].
No Cristianismo, Jesus, no Novo Testamento, referiu-se a reencarnações de almas humanas em corpos humanos. (Elias/João Batista ) [7].
O Dalai Lama - “oceano de sabedoria” - é derivado do budismo baseado nas tradições sânscritas, divulgadas no Tibet. Acredita-se que os Dalais sejam reencarnação de espíritos tibetanos que, pela sua elevação, adquiriram o direito de escolher sua reencarnação para alavancar o progresso da humanidade. O atual Dalai – Tanzin Gyatso – é apontado como a reencarnação de seu antecessor – Thubten Gyatso. [11]. Eles focam as religiões como preparadoras eficazes de reencarnações futuras serenas, pacíficas e equilibradas. Nele – Budismo Tibetano - aceita-se a reencarnação.
Pesquisa Bibliográfica sobre o conceito de reencarnação e confrontos suscitados.
Conforme veremos adiante, no detalhamento desta pesquisa, os vários conceitos de reencarnação vêm sempre girando em torno de almas retornando à vida material, assumindo um corpo novo.
Alguns desses conceitos aceitam, na mesma definição-opinião, aspectos da metempsicose, razão pela qual, torna-se necessário repassarmos o conceito de reencarnação no reino animal.
Hoje, no mundo, incentivados pelas leis de preservação ambiental, temos visto desenvolver-se respeito e amor pela vida do animal. Além do corpo orgânico, aceita - se que o animal tenha uma inteligência fragmentária. Essa inteligência transmigra entre as espécies numa progressão que um dia chegará à razão, à lógica, já animando espíritos humanos. Alguns falam em alma-grupo que se individualiza com a evolução das espécies [12].
Segundo alguns pensadores, o cuidado, tratamento cortês e a ternura com alguns animais, os beneficiarão, mais tarde, quando chegarem à idade da razão, com a possibilidade de reencarnações serenas, equilibradas e pacificas em corpos humano, por já trazerem, em suas almas, o amor[14][12].
A Doutrina Espírita reconhece que o animal tem um princípio que independe da matéria do seu corpo. Esse princípio assemelha-se, guardadas as devidas proporções de liberdade e raciocínio, à alma do homem. Essa alma fragmentária fica numa espécie de erraticidade, após a morte do corpo do animal. Esses Espíritos de animais são cuidados por Espíritos mais elevados encarregados disso que lhes atribuem uma utilidade quase de imediato, não havendo tempo para se relacionarem com outras criaturas ou formar comunidades no espaço. A inteligência dos animais é haurida no mesmo manancial em que é haurida a inteligência do homem. A ascensão do Espírito do animal é sempre crescente, em relação à classificação das espécies, rejeitando-se a possibilidade de reencarnação em espécies anteriores [15] [9].
A informação retro de que a alma do animal é aproveitada, imediatamente, após a morte do corpo, está sendo questionada, pois André Luiz[16] fala da existência de animais no plano espiritual [13].
Nas teorias de Kardec, a reencarnação do ser humano é uma oportunidade de crescimento; se necessário, poderá servir, também, para desfazer alguns senões do espírito imortal. Esses senões são criados pelo próprio indivíduo pelo afastamento das Leis Naturais, gravadas na sua consciência[17].
Kardec, na organização da Doutrina Espírita, acena com a possibilidade de desterro de almas endurecidas, que reencarnariam em planetas mais atrasados que a terra, de acordo com suas inclinações[18] [7]. O espírito Isabel de França, também, aventa essa possibilidade em sua contribuição na elaboração de O Evangelho Segundo o Espiritismo[19][14].
A Igreja cristã primitiva, até certa altura da sua história, aceitou a reencarnação, entretanto, outros interesses acabaram por rejeitá-la, por vários métodos, até mesmo decretando sua extinção por interesse político[20].
Padre Ario[21] - ( 250 – 336 d. C.) - defendia a ideia de que para chegar a Jesus deveria ser por meio de várias existências. Isso abalou os interesses da Igreja Romana e provocou a convocação do Concílio de Niceia, em junho de 325. No Concílio, o debate era Jesus criado (encarnado) versus Jesus Deus, ou seja, a possibilidade de chegar a Jesus pelo esforço próprio ou pelos preceitos da Igreja. Sobreviveu a ideia de Jesus-Deus; com essa sobrevivência, a salvação tornou-se atributo da religião (Igreja Romana), rejeitando-se a oportunidade de crescimento para a meta por meio de reencarnações [15] .
Agostinho[22] - (354 -430 d. C.) – escreveu uma carta ao papa Inocêncio I, advertindo-o sobre o perigo da divulgação dos conceitos das vidas sucessivas minarem a autoridade da Igreja [15].
No ano de 543, novamente, outro Concílio volta ao embate da rejeição da reencarnação. O teólogo Orígenes [23] (185 -235) tinha reconhecido em seus escritos a existência da alma antes do nascimento e sua dependência de ações passadas. Uma cortesã chamada Teodora torna-se esposa do Imperador Justiniano[24]. Ela dominava o Imperador e manejava o poder. O passado dela, já como esposa do imperador, trazia a ordenação da morte de quinhentas (500) antigas colegas, na tentativa de eliminar as testemunhas de seu passado enodoado, do tempo em que foi cortesã. Numa linguagem atual, queima de arquivo. Teodora esforçou-se, para que o marido, por decreto, revogasse a Doutrina da Reencarnação, para não sofrer as consequências desse genocídio noutra encarnação, conforme prescrevia a literatura de Orígenes – Lei do Karma. Justiniano, sem considerar o consenso clerical, força a rejeição da preexistência da alma, condenando-a por meio de um sínodo especial. Ele convoca o segundo Concílio de Constantinopla (atual Istambul na Turquia) no ano 543. O Concílio foi pontuado por ações político-interesseiras, manipuladas por Justiniano que, apoiado por vassalos, conseguiu excomungar a doutrina da preexistência da alma. A igreja, endossando a ousadia dele, aceita essa rejeição e a condenação de todos que ensinarem a preexistência da alma [16].
Nicola de Cusa[25] - (1401 – 1464)-, mesmo dentro do vaticano, com concordância do papa Eugênio IV (1431 -1447) recupera, na Igreja Católica, a crença na pluralidade das vidas e dos mundos habitados . Com isso, surgem novos descontentamentos entre clérigos influentes da Cúria Romana. Essas disputas levaram a Igreja Romana a rejeitar a Reencarnação sob a argumentação de tratar-se de um dogma que obscurece os problemas da vida, impõe dominação, revolta a razão, incentiva a ignorância, provoca apatia, gera graves entraves à autonomia humana e freia o desenvolvimento espiritual da humanidade [16].
Hoje, o Protestantismo está agrupado nas rebatizadas igrejas evangélicas. Elas não aceitam a reencarnação, preferindo a ressureição dos mortos, após o Juízo Final, tomando seus antigos corpos. A Maior parte delas afirma que Jesus se referia às virtudes do Espírito Santo, quando disse em renascer da agua e do espírito[17] .
Voltam, também, aos embates do renascer da água, alegando que, quando Jesus falou à Nicodemos em renascer da água e do espírito queria referir-se à regeneração pela água do batismo[26] [14].
O papa João Paulo II, em 1998, de novo rejeita a reencarnação, dizendo: “O homem ressuscita, não se reencarna” [2].
Fora do combate sistemático, formalizado por instituições que não aceitam o conceito da reencarnação, também encontramos muitas pessoas que o repelem. Muitas vezes, essa rejeição é sustentada mais por interesse que por convicção.
Kardec aponta aqueles que o repelem pelo interesse próprio, por ele não lhes convir, outros porque têm medo de que seja uma realidade e reagem enfurecidos pelo simples fato de terem que voltar a viver uma vida material na Terra[27] [ 7 ].
O Conceito de Reencarnação antes de Jesus.
Os egípcios guardavam seus pensamentos e suas histórias escritos em papiros. Num papiro de 3000 anos antes de Jesus, já se conceituava a reencarnação: “ Antes de nascer, a criança já viveu e a morte não é o fim ” [18] .
Na Índia ao mesmo tempo o Bhagavad Gita, reconhecia a reencarnação: “ Nunca houve um tempo em que Eu não existisse, nem tu, nem todos os reis; nem no futuro algum de nos deixará de existir” [1].
Hermes Trismegisto[28] - (2270 a. C) - compara as reencarnações ao nosso dia-a-dia, em que aquilo que não conseguirmos realizar hoje, conseguiremos realizar amanhã, atribui a ela as nossas questões sociais e as diferenças daí resultantes, fala da necessidade de o indivíduo conhecer sua própria consciência para a sua ascensão a outros níveis e escreve: “ A reencarnação é a escola elementar da consciência cósmica, depende da lei de causa e efeito; como lei de purificação e reequilíbrio emana da lei do amor, um amor que concede até que seja necessária outra e distinta possibilidade para resolver problemas de fundo” [2].
No O Livro Egípcio dos Mortos – 2000 (a. C.), Osíris [29] é tido como Deus do renascimento, capaz de decidir sobre o renascimento dos mortais, que o sacralizam: “ Honra a ti, Osíris, ó governador dos que se encontram no paraíso, tu que fazes renascer os mortais, que renova sua juventude...” [18].
Novo documento egípcio[30] - (1250 a. C) – admite a reencarnação de espíritos inteligentes em outros mundos, o esquecimento das encarnações passadas e o arquivo da memória integral do Espirito ao longo de suas reencarnações: “ Os homens não vivem somente uma vez, partindo em seguida para sempre. Eles vivem numerosas vezes e em numerosos lugares, embora não seja sempre neste mundo. Entre duas vidas, há um véu de obscuridade. A porta abrir-se-á no fim e nos mostrará todas as câmeras que nossos passos atravessaram desde o começo” [19].
Zoroastro -[31] (1000 a. C.) - era adepto da metempsicose, encara a reencarnação como oportunidade de crescimento e, também, como punição para aqueles que ainda não aprenderam a desfrutar das oportunidades que a vida apresenta: “Aquele que retorna para a Terra e faz o bem, segundo seu conhecimento, suas palavras, ações e intenções recebe um dia uma recompensa que convenha aos seus méritos... Aqueles que, durante o período na Terra, vivem na dor e no desgosto, sofrem com isso por causa de suas palavras mesquinhas ou suas más ações num corpo anterior, pelo que são punidos no presente” [18].
Pitágoras -[32] (572 – 492 a. C.) - tinha certeza da reencarnação bem como acenava para a lembrança de algumas delas: “A alma nunca morre, mas recomeça uma nova vida, ela nada mais faz que mudar de domicílio, tomando uma outra forma. Quanto a mim, que vos revelo estas misteriosas verdades, já fui Euforbes numa outra vida, no tempo da guerra de Troia; lembro-me perfeitamente bem de meu nome e de meus pais, assim como do modo como fui morto em combate com o rei de Esparta. Em Micenas, no templo de Jun, vi suspenso, na parede, o meu próprio escudo de um outro tempo. Mas, embora vivendo em vários corpos, a Alma é sempre a mesma, pois só a forma muda” [18].
Sócrates[33] - (469 – 399 a. C.) -. Na sua época, já falava da distinção entre o princípio inteligente e o princípio material, bem como sua independência, por isso trata de reencarnações de alma humana em corpo humano: “Estou convencido de que vivemos novamente e que os vivos emergem dos que morreram e que as almas dos que morreram estão vivas” [18].
Platão[34] - (427 – 347 a. C.) - tentou explicar as condições da reencarnação e aponta a justiça dos céus como indutora de reencarnações e sofrimento entre os iguais: “ Ó tu, moço ou jovem, que te julgas abandonado pelos deuses, sabe que, se tornares pior, irás ter com as piores almas, ou, se melhor, irás te juntar às melhores almas, e, em toda sucessão de vida e morte, farás e sofrerás o que um igual pode merecidamente sofrer nas mãos de iguais. Essa é a justiça dos céus ” [18].
Cícero [35] - (106 – 43 a. C.) - Quando impedido de participar da Política, escrevia obras filosóficas. Acreditava que o homem, ao nascer, já trazia maior parte de seu conhecimento, conforme justificou: “Outro forte indício de que os homens sabem a maioria das coisas antes do nascimento é que, quando crianças, aprendem com enorme rapidez, o que demonstra que não estão aprendendo pela primeira vez, e sim relembrando” [18].
O Conceito de reencarnação com Jesus.
Na época em que Jesus viveu nesta Terra, o povo dos lugares por onde ele passou aceitava a reencarnação. Herodes acreditava que Jesus era a reencarnação de João Batista, que teve a cabeça degolada a mando dele, por solicitação de Salomé, que era coagida por Herodias. Ele ouvira falar de Jesus. E ouviu isto o rei Herodes (porque o nome de Jesus se tornara notório) e disse: João o que batizava, ressuscitou dentre os mortos, e por isso estas maravilhas opera nele. Outros diziam: É Elias. E diziam outros: É um profeta, ou como um dos profetas. Herodes, porém, ouvindo isto, disse: Este é João, que mandei degolar; ressuscitou dentre os mortos[36][7].
As respostas às questões formuladas por Jesus aos apóstolos, narradas pelos evangelistas, não deixam dúvida de que Ele falava de reencarnação de espírito humano em corpo humano; por exemplo: “Quem dizem os homens ser o filho do homem? E eles disseram: ‘Uns, João Batista; outros,Elias, e outros, Jeremias, ou um dos profetas’ ”. Personagem conhecidos da História da Humanidade[37] [7].
O Conceito de reencarnação após Jesus e antes de Kardec.
Diógenes de Laércio[38] - (201 - 250 d. C.) – deu muita importância aos conceitos de Pitágoras, especialmente sobre reencarnações, citando em seus escritos muitas das encarnações deste. Também aceitava filosoficamente a reencarnação: “A alma veste vários corpos em tempos diferentes; e a alma presa ora nesta criatura, ora naquela, assim percorre uma ronda ordenada pelas necessidades” [20].
Al Rumi[39] - (1210 - 1273) – Fazia da vida do cotidiano uma poesia, trazendo para esta os conceitos do dia-a-dia com convicção filosófica e boa dose de misticismo. Com relação à reencarnação, escreveu: “Fui mineral, morri e me tornei planta, morri e depois fui animal, morri e depois fui homem. Por que teria eu medo? Acaso fui rebaixado pela morte? Vi dois mil homens que eu fui, mas nenhum era tão bom quanto souhoje. Morrerei ainda como homem, para elevar-me e estar entre os bem-aventurados anjos. Entretanto, mesmo este estado de anjo, terei que deixar” [8] e [18].
Leonardo da Vinci[40] - (1452 – 1519) –, em seu conceito de reencarnação, vislumbrou algo parecido com o limite das reencarnações na Terra: “Lê-me leitor, se encontras prazer em ler-me, porque muito raramente eu voltarei a este mundo” [18].
Um dos Dalai Lama[41] - (1500 d. C.) já elogiava as religiões como preparadoras da alma para uma futura reencarnação mais serena; “ Se aceitamos a crença na continuação da vida, a prática religiosa se torna uma necessidade que nada pode suplantar, para preparar sua encarnação futura... Seja qual for o nome dessa religião, o fato de compreendê-la e praticá-la torna-se a base essencial de uma mente que está em paz, portanto, de um mundo em paz. Se não há paz na mente, não pode haver relações entre indivíduos e nações” [18].
Giordano Bruno -[42] (1500 – 1600) - foi obrigado às sucessivas mudanças em razão de seus pensamentos a respeito do universo micro e macro. Relembrando a teoria das mônadas[43] de Leibniz[44], assim escreveu: “(...) Tudo se transforma, nada se destrói, a alma não perece com a morte, muda sua primeira vivenda por uma nova (...)”[2].
Benjamim Franklin[45] - ( 1709 – 1790) – Em seu conceito de reencarnação, aceita a evolução como obrigação individual: “ Aqui jaz o corpo de Benjamim Franklin, impressor, semelhante à capa de um livro de páginas arrancadas, abandonadas ao léu, com seus títulos e seus dourados apagados. A obra não se perderá, pois como ele acreditava, ela aparecerá uma vez mais em nova edição mais elegante, revisada e corrigida pelo autor” [18].
Frederico O Grande [46](1712 – 1786) - Não só acreditava na reencarnação como na mudança de status e, também, na responsabilidade dos governantes: “ Sinto que logo deixarei esta vida terrena. Mas como estou convencido de que nada existe na natureza que possa ser aniquilado, tenho como certeza que o mais nobre de mim mesmo não cessará de viver. Embora eu não me arrisque a ser rei em minha próxima vida... Ora, tanto melhor!... Viverei mesmo assim uma vida ativa e, o que é melhor, sofrerei menos por ingratidão” [18].
Goethe[47] - (1749 – 1832 d. C.) -, cuja doutrina era o dever de viver de tal forma, que o maior desejo fosse viver novamente, porque, querendo ou não, viveremos novamente, assim se referiu à reencarnação: “ Estou certo de que estive aqui, como estou agora, mil vezes antes e espero retornar mil vezes... A alma do homem é como a água; vem do Céu e sobe para o Céu, para depois voltar à Terra, em um eterno ir e vir” [18].
Arthur Schopenhauer[48] - (1788 – 1786 d. C.) - Fazendo crítica ao materialismo da Europa em contraposição ao espiritualismo-misticismo oriental, assim se expressa; “Se um asiático me perguntar por uma definição da Europa, serei forçado a responder-lhe do seguinte modo: É aquela parte do mundo perseguida pela incrível ilusão de que o homem foi criado do nada, e que sua existência atual é a primeira entrada na vida” [18].
Honoré Balzac [49]– (1799 – 1850 d. C.) – Escritor francês que publicou dentre outras obras a Comédia Humana, referindo se às vidas anteriores, assim se expressou: “Todos os seres humanos experimentaram vidas anteriores... Quem sabe quantas formas físicas o herdeiro do céu ocupa, antes que ele possa compreender o valor daquele silêncio e solidão, cujas planícies estreladas são apenas a antecâmara de mundos espirituais” [18].
Ralph Emerson[50] – (1803 – 1882) – Insistia na independência do homem na sua liberdade e na sua capacidade de realização. Entendia a transcendentalidade como esforço de introspecção para passar do eu superficial para o eu profundo, este espírito universal alcançável por toda espécie humana e dizia: “A alma vem de fora para o corpo humano, como uma morada temporária e torna a sair dela... passa para outras habitações, pois a alma é imortal ” [20] .
O Conceito de reencarnação nas Teorias de Kardec.
Os espíritos que orientaram Kardec na organização da Doutrina Espírita conseguiram dar objetividade aos conceitos de transmigração, evolução do princípio material, evolução do princípio inteligente, alma dos animais e reencarnação das almas dos animais, que, muitas vezes, aparecem junto aos conceitos de reencarnação pesquisados. Desta forma, exceto a metempsicose, todos os termos que aparecem nas definições ou frases dos pensadores pesquisados encontraram sua aplicação como fenômenos correlatos às funções da alma[51].
Eles responderam a Kardec que; a reencarnação pode acontecer na Terra, enquanto o espírito não alcançar um nível evolutivo para reencarnar em planetas hierarquicamente superiores[52]. Kardec aponta odesterro para os espíritos endurecidos que não acompanharam o desenvolvimento da humanidade terrena e passaram a provocar lesões sociais enquanto aqui viveram materialmente[53][9].
Aqueles que já hauriram o conhecimento possível, neste planeta, podem escolher, por vontade ou cumprimento de uma missão que ficou incompleta, voltar a encarnar aqui, agora, não como necessidade de aprendizado, mas como prática[54][9].
São Luís[55] apresenta a reencarnação como uma tarefa imposta por Deus para exercitar o livre-arbítrio. Não aceita a reencarnação como castigo divino, porém as reencarnações mais difíceis são a consequência da displicência dos homens, retardando o tempo para chegar à meta[56] [14].
No Espiritismo, a reencarnação de seres humanos se dá em corpos humanos, quando aqui na Terra.
O Conceito de reencarnação além dos anteriores.
Rudolf Steiner[57] - (1861 – 1925) - em suas preocupações com as questões sociais, indica O Servir como passaporte para sermos considerados pertencentes à Humanidade. Para ele, a ética social é usar a capacitação de uns para suprir necessidades de outros. Voltando à individualidade do ser humano ele se expressa: “Depois de uma pausa no mais além, organiza-se em torno do eu, um novo corpo astral capaz de habitar um corpo etérico e um corpo físico o qual o homem possui entre o nascimento e a morte. O homem pode passar, então, mais uma vez, pela porta do nascimento e recomeçar uma experiência enriquecida pelas precedentes. (...) A imagem da dor causada a outros gera uma força que incita o eu reencarnado a reparar esse erro do passado. A alma cumpre não só uma evolução individual, mas sim, também, uma evolução cósmica. (...)” [2].
Giórgio Bongiovanni[58] - 05.09.1963 -, ainda encarnado, hoje, mantém a preocupação de melhores esclarecimentos sobre as recomendações da virgem de Fátima; também defensor da reencarnação, assim se manifesta: “(...) Antes de renascer o espírito programa a experiência que deverá viver na vida; depois a interpreta, a vive... [ 2 ]”.
A aceitação do conceito de reencarnação após a organização do Espiritismo, com algum Apoio da Ciência.
De algum tempo para cá, a Ciência começou, acanhadamente, a voltar sua atenção para o conceito da reencarnação. Alguns cientistas (psiquiatras) se debruçam, atualmente, em experiências de regressão hipnótica para uma possível substantivação do conceito de reencarnação [59] [2], [6] e [21]. Outros, pretendendo comprovar a reencarnação, fazem pesquisas com as impressões digitais do encarnado comparando-a, quando possível, com a do personagem que este espírito afirma no passado [3]e [4].
O Conselho Regional de Psicologia do Estado de São Paulo proíbe aos profissionais, a ele subordinados, a prática de Terapia de Vidas Passadas, porém não consegue deter tamanho avanço da Ciência Humana.
CONCLUSÃO.
Tanto quanto os antigos, hoje, a humanidade se distribui entre aqueles que creem no conceito da reencarnação, mesmo frequentando instituições que não o endossam, e aqueles que não creem e, até mesmo, o combatem de forma canônica (repetição da mesma nota por varias vozes), fiéis aos seus orientadores.
A mediunidade, aflorando entre pessoas que não creem na reencarnação, as tem levado a procurar a Doutrina Espírita, principalmente, as sessões de Atendimento Fraterno dos Centros Espíritas, para esclarecimento. Essas pessoas acabam aceitando a reencarnação, porém, boa parte das famílias delas, por tradição, costuma não divulgar sua aceitação do fenômeno. Isso é compreensível pelo nosso modelo cultural milenar ter espalhado, e ainda espalha, ameaças de perseguições porentidades superiores àqueles que se afastam da ortodoxia, dos preconceitos e dos mitos cultivados ao longo dos milênios.
As populações que vivem em contato com a natureza têm, em seu seio, uma maior porcentagem de membros que aceitam a reencarnação, nelas o dogmatismo e o materialismo não inibem a manifestação das percepções [2].
Tanto nos conceitos de reencarnação com metempsicose quanto naqueles que não a aceitam percebe-se a convergência para um objetivo comum, qual seja, oportunidade de arquivamento de experiências vivenciadas, que ficaram gravadas na memória integral (consciência!) do espirito imortal.
A pesquisa abrangeu um leque razoável deconceitos, mas, mesmo que esse leque fosse ampliado, não poderíamos escapar da necessidade de o tema continuar em debate e pesquisas, com absoluta neutralidade, deixando de lado preconceito, emoção, tendências moralistas e outros fragmentos de nossa cultura milenar, que nos cristalizam e impedem nossa liberação para enfrentarmos o assunto com total liberdade de pensamento e ausência de personalismo.
Em todos os conceitos de reencarnação, aqui na Terra, pesquisados, mesmo aqueles que admitem a reencarnação em corpos de reinos anteriores, ele é sempre uma oportunidade de crescimento, de progresso, tanto intelectual quanto moral, correlacionada de acordo com o procedimento do ser humano..
BIBLIOGRAFIA.
1 - Bhagavad – gita e Reencarnação.www.iskconbahia.com.br/joonla/index.php/noticias/395-bhagava-gita-e-reenc.
2 - A Reencarnação LUZES DA VERDADE. Sites.google.com/site/luzesdaverdade/a-reencarnaçao.
3 – Comprovação da Reencarnação.www.espirito.org.br/portal/publicacoes/esp-ciencia.
4 – REENCARNAÇÃO UM TEMA PARA A UNIVERSIDADE. CCEPA opinião, nº197, jun 2012 , Porto Alegre – Brasil, p.1.
5 - Bhagvadgita, a Essência do Conhecimento Védico.www.git.vraja.net/cap/intro.htm.
6 - Reencarnar é uma lei Natural.
www.espirito.org.br/artigos/diversos/reencarne/reencarnar-ch-eh-natural.html.
7 - GIDEÕES. O Novo Testamento.1976.ed.Tradução João Francisco de Almeida, s/l,s/e/s/d.
8 – Al Rumi – Poeta Islâmico | Visão Espírita.visaoespiritabr.com.br/reencarnação/al-rumi.
9 - KARDEC. ALLAN. O Livro dos Espíritos.3.ed. Tradução Matheus Rodrigues de Camargo. Capivari: EME, 2004.
10 - O Budismo e a Reencarnação. www.nossacasa.net/shunya.asp?menu=1263.
11 – Dalai Lama. www.dalailama.org.br/biografia.
12 – ESPIRITISMO E RAZÃO: REENCARNAÇÃO DOS ANIMAIS REENCARNATI. Espiritismoerazao.blogspot.com.br/2012/03/reencarnação-dos-animais-reincarna
13 – Entrevista com Celso Martins – Alma dos Animais.casadeemanuel.org/entrevista
14 KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo do Espiritismo. 120ª ed. Tradução Guillon Ribeiro. Brasília: FEB, 2002..
15 - REENCARNAÇÃO.“O ELO ESQUECIDO” DO CRISTIANISMO cele.org.br/reencarnaçao 020602.html.
16 – Supressão da Reencarnação. www.guia.heu.nom.br/supressao_da_reencarnacao.htm.
17 – Vida Abundante: O significado de “nascer da água e do espírito” de João 3.5.
Prjivaldo.blogspot.com.br/2011/02-significado-de-nascer-da-agua-e-do.html.
18- Reencarnação: Frases ao Longo do Tempo. www.ceismael.com.br/temareencarnacao-frases-ao-longo-do-tempo.htm.
19 – Sociedade Secreta: Mensagem: O PAPIRO DE ANANA.
www,br.groups.yahoo.com/group/Socie3dadeSereta/message/1394.
20 – A REENCARNAÇÃO Já era debatida há milhares de anos em todo o mundo?
JOSÉ CARLOS DE SOUZA. VIRADOURO – SP - BR – 01.04.1938.
GRAU DE ESCOLARIDADE.
Pós-Graduação em Administração Pública.
PROFISSÃO.
Engenheiro Civil (Aposentado).
INSTITUIÇÃO EM QUE ATUA, ATUALMENTE, NO MOVIMENTO ESPÍRITA.
Associação Espírita Allan Kardec. – Atendimento Fraterno.
Associação de Divulgação da Doutrina Espírita – Conselheiro.
União da Sociedades Espíritas – USE- São José do Rio Preto – SP – Conselheiro.
CEPA – Delegado em São José do Rio Preto – SP-
ENDEREÇO ATUAL
Rua Rubião Júnior, 3232 -21 – 15010 – 090 – São José do Rio Preto (SP) – fone (17) 3233-6038 e (17) 9712-8238. jcs1938@bol.com.br
GRAU DE ESCOLARIDADE.
Pós-Graduação em Administração Pública.
PROFISSÃO.
Engenheiro Civil (Aposentado).
INSTITUIÇÃO EM QUE ATUA, ATUALMENTE, NO MOVIMENTO ESPÍRITA.
Associação Espírita Allan Kardec. – Atendimento Fraterno.
Associação de Divulgação da Doutrina Espírita – Conselheiro.
União da Sociedades Espíritas – USE- São José do Rio Preto – SP – Conselheiro.
CEPA – Delegado em São José do Rio Preto – SP-
ENDEREÇO ATUAL
Rua Rubião Júnior, 3232 -21 – 15010 – 090 – São José do Rio Preto (SP) – fone (17) 3233-6038 e (17) 9712-8238. jcs1938@bol.com.br
[4] - Maria Testaseca em a Reencarnação: Luzes da Verdade.
[4]-Bhagavad Gita, a essência do conhecimento Védico.
[10] - São João Evangelista, Santo Agostinho, São Vicente de Paulo, São Luís, O Espírito de Verdade, Sócrates, Platão, Fénelon, Franklin, Swdenborg, etc.
[42] -Filósofo, Matemático e Astrônomo que previu, antes de Galileu, o Heliocentrismo,por isso, foi morto na fogueira.
[43]- Substância simples, indivisível, que entra na composição das demais. Grosseiramente espécie de fluido Universal.
[44] - Goottfried Wilhelm von Leibiniz -Advogado, Filósofo, Teólogo e Matemático alemão (1646-1716) .
[51] - Dentre outros, São João Evangelista, Santo Agostinho, São Vicente de Paulo, São Luís, O espirito de Verdade, Sócrates, Platão, Fénelon, Franklin, Swedenbborg, etc..
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