a partir de maio 2011

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Juízo Final

Tendo que reinar na Terra o bem, necessário é sejam dela excluídos os Espíritos endurecidos no mal e que possam acarretar-lhe perturbações.
Deus permitiu que eles aí permanecessem o tempo que precisavam para se melhorarem; mas, chegado o momento em que, pelo progresso moral de seus habitantes, o globo terráqueo tem de ascender na hierarquia dos mundos, interdito será ele, como morada, a encarnados e desencarnados que não hajam aproveitado os ensinamentos que uns e outros se achavam em condições de aí receber.
Serão exilados para mundos inferiores, como o foram outrora para a Terra os da raça adâmica, vindo substituí-los Espíritos melhores.
Essa separação, a que Jesus presidirá, é que se acha figurada por estas palavras sobre o juízo final: “Os bons passarão à minha direita e os maus à minha esquerda”. (G XVII 63)1
O juízo pelo processo de emigração, conforme ficou explicado acima, é racional.
Funda-se na mais rigorosa justiça, visto que conserva para o Espírito, eternamente, o seu livre-arbítrio.
Não constitui privilégio para ninguém.
A todas as suas criaturas, sem exceção alguma, concede Deus igual liberdade de ação para progredirem.
O próprio aniquilamento de um mundo, acarretando a destruição do corpo, nenhuma interrupção ocasionará à marcha progressiva do Espírito.
Tais as consequências da pluralidade dos mundos e da pluralidade das existências.
Segundo essa interpretação, não é exata a qualificação de juízo final, pois que os Espíritos passam por análogas fieiras a cada renovação dos mundos por eles habitados, até que atinjam certo grau de perfeição.
Não há, portanto, juízo final propriamente dito, mas juízos gerais em todas as épocas de renovação parcial ou total da população dos mundos, por efeito das quais se operam as grandes emigrações e imigrações de Espíritos. (G XVII 67)
Não há no Universo lugares circunscritos para as penas e gozos dos Espíritos, segundo seus merecimentos.
As penas e os gozos são inerentes ao grau de perfeição dos Espíritos.
Cada um tira de si mesmo o princípio de sua felicidade ou de sua desgraça.
E como eles estão por toda parte, nenhum lugar circunscrito ou fechado existe especialmente destinado a uma ou outra coisa. Quanto aos encarnados, esses são mais ou menos felizes ou desgraçados, conforme é mais ou menos adiantado o mundo em que habitam.
Por toda parte há Espíritos ditosos e inditosos.
A localização absoluta das regiões das penas e das recompensas só na imaginação do homem existe. Provém da sua tendência a materializar e circunscrever as coisas, cuja essência infinita não lhe é possível compreender. (L. E. 1011)2
Passai à minha direita, diz o pastor às suas ovelhas, vós que agistes bem, segundo as vistas de meu Pai; quanto a vós, que vos deixastes dominar pelas paixões da Terra, passai à minha esquerda; estais condenados a recomeçar o caminho percorrido, em nova existência terrena, até que vos vejais saciados de matérias e iniquidades, e que, enfim, tenhais expulsado o impuro que vos domina.
Jesus virá julgar os vivos e os mortos.
Os vivos: os justos, os da direita.
Os mortos: os impuros, os da esquerda, até saiam vencedores dos combates contra a impureza e enfim se despojem, para sempre, de sua crisálida humana (Revista Espírita, fevereiro de 1868, pág. 53).

Nota: uma contribuição para reflexão, sobre o tema, existe na página final do livro Alvorada Nova, publicado pela Casa Editora O Clarim.

 1. KARDEC, Allan. A Gênese.
2. ____. O Livro dos Espíritos. http://www.oclarim.org/site/

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