Conforme nos é ensinado, atraímos para as nossas vidas as afinidades dos espíritos conforme o nosso padrão vibratório. Isto é básico para os espíritas que entenderam a necessidade de conhecer bem a doutrina.
Quem é viciado em bebida alcoólica, por exemplo, tem a tendência de atrair espíritos que também gostam do álcool, que passam a gostar de estar ao lado do viciado por muito tempo, que chegam a influenciar a sua mente, aumentando conseqüentemente a sua dependência do vício, porque assim o satisfaz também.
Quem muito gosta da fofoca normalmente atrai os espíritos afins com a intriga e a desarmonia, porque adora ver o circo dos outros pegar fogo... enfim, a gente atrai para o nosso lado sempre um tipo de espírito afim com aquilo que gostamos.
Vamos passar esta linha de raciocínio para a atividade espírita:
Suponhamos um centro espírita do tipo que restringe as reuniões mediúnicas e por isto quase não tem, porque a sua direção acha que comunicação de espíritos é fenômeno, tentando justificar a não realização dessas reuniões sob a alegação de que “a época dos fenômenos já passou”.
Raciocinemos: Os espíritos que gostam de se comunicar, que gostam de conversar e trocar idéias... eles que são as mesmas pessoas que viveram na Terra... vão querer ficar nesses centros?
Uma pessoa que gosta dançar, tem a tendência natural de procurar pelos clubes e locais onde tem festas dançantes ou práticas de dança de salão, não é verdade?
Isto é óbvio.
O que acontece, então, seguindo esta linha de raciocínio?
Que os espíritos desencarnados que são alegres, felizes, que gostam de sorrir e conversar com naturalidade certamente vão se afinizar com os centros espíritas cuja equipe da mediúnica são também alegres, felizes, gostam de sorrir e conversar naturalmente.
É exatamente isto que está acontecendo em vários centros espíritas do Brasil, a partir do momento em que começou a ser divulgado que tem centro espírita fazendo mediúnicas descontraídas, onde se pode conversar a vontade, sem excessos de formalidades.
Vejam que coisa interessante:
Quando eu comecei a divulgar os diálogos das primeiras reuniões em que apareceu o espírito Alfredo Bastos, com aquela proposta bonita de diálogo livre e aberto, recebi inúmeros emails falando coisas mais ou menos assim:
- “Alamar, me dá o endereço desse centro que eu quero ir lá”.
- “Mas que centro maravilhoso, eu quero saber onde é. Se for perto de casa vou passar a freqüenta-lo”.
- “Alamar, me passe o email ou telefone desse centro, que eu quero entrar em contato com eles”.
- “Estou indo aí pra São Paulo, semana que vem. Me leve lá naquele centro do Alfredo”.
As pessoas começaram a achar que o centro possuía alguma característica especial e exclusiva, alguma fórmula diferente que ninguém conhece, algum médium especial... enfim, algo que outros centros não tem.
Eu comecei a responder:
Gente, pare com isto. Não há nada de especial. O que acontece com este centro é algo que pode acontecer com o centro que você freqüenta, desde que os participantes entendam que desencarnados não devem ser tratados como defuntos, devem ser tratados de igual para igual, nada daquele ambiente de velório (ou melhor: pior do que velório), e que as pessoas se dispunham a dialogar com naturalidade, sem sofisma. Pronto, é só isto.
Tem outro detalhe: O Alamar não foi pioneiro em falar sobre isto e nem este centro do relato foi o primeiro a fazer isto, já que várias pessoas relataram que nos centros em que elas freqüentam, espíritos já fazem isto há muito tempo e não é coisa de hoje. Só que não era divulgado.
Muitas pessoas, de Norte a Sul, começaram a conversar sobre o assunto com outros participantes, que gostaram da idéia, entraram nas suas mediúnicas com astral elevado, pra cima, e... o que aconteceu?
Começaram a aparecer espíritos comunicantes simpáticos à idéia também.
Nenhuma fórmula especial foi aplicada, nenhuma apostila teve que ser estudada para instruir as pessoas, nada, absolutamente nada foi feito a não ser simplesmente naturalidade, espontaneidade, alegria e entendimento de que os desencarnados são exatamente as pessoas que aqui viveram, com as mesmas idéias e os mesmos gostos.
Vários “Alfredos Bastos” começaram a aparecer, sem que nenhum viesse com conversa de mentor, papo de espírito superior, nada disto, apenas um espírito amigo disposto a conversar de igual para igual, como um amigo carnal de papo agradável, nada mais.
As pessoas estão gostando, estão estudando mais, estão se interessando em conhecer melhor a Allan Kardec, lendo a Revista Espírita que sempre foi desconhecida para a esmagadora maioria dos espíritas, só isto.
Os resultados tem sido os melhores possíveis.
Tendo esclarecido isto, vamos então a mais uma reunião mediúnica realizada, dirigida pelo Jarbas Silveira e, mais uma vez, com a presença do amigo Alfredo Bastos.
JARBAS SILVEIRA – Boa noite amigos, que todos estejamos em paz. Iniciamos mais um trabalho de intercâmbio mediúnico na noite de hoje, contando com a proteção dos amigos espirituais e apelando para a vigilância e atenção constante, que deve haver em todos nós participantes.
Conforme ficou caracterizada esta reunião como uma tarefa de diálogo e troca de idéias com os nossos amigos espirituais, já nos colocamos a disposição deles e a declaramos iniciada.
ALFREDO BASTOS – Boa noite ao Jarbas e aos demais amigos. Em obediência à coordenação geral dos trabalhos desta casa, aqui estou mais uma vez para a continuidade aos diálogos com vocês, nesta tarefa de conversa natural entre encarnados e desencarnados, que me tem dado tanta alegria e, pelo que tenho observado, a vocês também.
JARBAS – De fato, Alfredo, a partir do momento que você apareceu por aqui e começou com esta sua proposta, ultimamente temos registrado certa alegria mesmo, por parte dos que participam deste trabalho, vários comentários durante a semana e até uma boa expectativa para o próximo trabalho, coisa que normalmente eu nunca havia visto na minha experiência em trabalhos mediúnicos ao longo de vários anos de Espiritismo.
NEUZINHA – Eu concordo com o Jarbas. Depois que você apareceu, Alfredo, isto aqui mudou, saímos daquela coisa repetitiva de toda semana, onde a gente já vinha sabendo o que iria acontecer, onde nada de novo surgia, onde não se aperfeiçoavam os conhecimentos. Ficamos mais alegres, sim, e agradecemos muito a você.
ALFREDO – Sem ostentação de ilegítima humildade, informo-lhes mais uma vez que o projeto não é meu, é de uma coordenação geral em sintonia com coordenações espirituais de vários centros espíritas, não apenas este aqui.
Este tem sido a fonte de inspiração para vários outros, por conta da divulgação que vem sendo desenvolvida, que tem chamado a atenção de alguns espíritas dispostos a mudanças e ao avanço.
LOURDES – Eu tenho tido conhecimento de centros que se inspiraram mesmo no que vem sendo feito aqui. O Gilberto e a Gorete, que estiveram conosco, num dos trabalhos, ficaram tão entusiasmados, comentaram a idéia lá no centro deles e na primeira mediúnica que ocorreu, apareceu um irmão lá, tipo você, Alfredo, dando comunicação nesse mesmo estilo que você está adotando, e tem aparecido sempre lá, como você aqui.
A Gorete estava fora da casa espíritas há mais de seis anos e voltou por causa disto, está super feliz e trabalhando com uma alegria enorme.
ALFREDO – Algo precisa ser feito, sim, para que milhões de espíritas voltem ao centro. É conforme eu lhes disse, está acontecendo em vários centros espíritas.
Vocês se lembram daquela citação que diz que os espíritos falariam nem que fosse através das pedras?
É o que está acontecendo.
Eles usaram os satélites para chegar às casas das pessoas pelas antenas de televisão, usaram padres, ativos da própria igreja católica para mostrar a mediunidade e, há muito tempo, também optaram por usar a maior rede de televisão do Brasil para levar as idéias espíritas às pessoas, através da programação de maior audiência, que são as novelas.
Chamo-lhes a atenção para um detalhe que todos podem observar: Estão inspirando autores não-espíritas para escreverem conteúdos espíritas para a TV e o cinema.
SEU JOÃO – Eu não concordo com essa vulgarização da doutrina espírita, que está havendo por aí. Isto é muito perigoso e a doutrina não pode ser exposta desta maneira.
ALFREDO – Por que é perigoso, seu João? Por que temos que considerar perigoso? Onde está o perigo em levar as coisas dos espíritos, com naturalidade, para o mundo?
SEU JOÃO – A divulgação do Espiritismo só pode ser feita com muita responsabilidade.
ALFREDO – O senhor parte de um princípio, então, que todas as pessoas, que não estejam necessariamente dentro do seu controle de ação, não tenham responsabilidade?
SEU JOÃO – O senhor, que se diz espírito superior, não sabe que para divulgar o espiritismo é necessário que se tenha o conhecimento doutrinário?
ALFREDO – A condição de septuagenário não implica em que o homem perca a lucidez e a capacidade de armazenar informações na sua memória. O senhor já ouviu aqui, por mais de uma vez, inclusive confirmado pelos participantes, que nunca apresentei-me como espírito superior. Por que insiste tanto em afirmativa equivocada, apesar de já ter sido esclarecida a questão?
Reconhece o verdadeiro espírita pelo esforço que empreende em domar as suas más inclinações.
Se tanto falamos em responsabilidades morais, implica em que devamos estar sempre consciente dessas responsabilidades.
Por outro lado, nobre companheiro, o que leva alguns espíritas e imaginarem que somente eles conhecem o Espiritismo, somente no centro sob sua direção pratica-se o espiritismo escorreito e todos os outros, fora das suas limitações, nada conhecem sobre a doutrina, nada têm de compromissos com a sua fidelidade. Será que são todos tolos?
NEUZINHA – Eu sou testemunha de que esse assunto de espírito superior já foi esclarecido aqui, Seu João, levantado pelo senhor mesmo, o espírito já lhe deu a devida explicação, nós confirmamos que de fato ele nunca se apresentou assim e o senhor insiste em afirmar que ele se diz espírito superior.
CLÓVIS – Me causa preocupação também, seu João, logo o senhor que sempre nos repreendeu para que tenhamos prudência, vigilância e muito cuidado com a nossa conduta.
O senhor me desculpe, mas está muito evidente essa sua animosidade em relação a esse espírito, desde o primeiro dia que veio participar desta mediúnica. Uma companheira nossa, aqui da casa, que prefiro não identificar, informava-nos que o senhor dizia que iria desmascarar esse espírito, mesmo antes de participar da primeira reunião, mesmo depois de já ter conversado com ele várias vezes, mesmo depois de ter feito as suas perguntas e ele, respondido sempre com serenidade, inclusive demonstrando respeito e carinho para com o senhor.
Agora o senhor repete algo que já foi esclarecido, com essa alegação de que o Alfredo se diz espírito superior, coisa que ele nunca disse, e é aí que perguntamos:
Como nós, mais novos, podemos sentir firmeza nas lideranças mais antigas que encontramos na casa espírita, desde os nossos tempos de crianças, diante de tais exemplos?
SEU JOÃO – Vocês agora decidiram fazer complô para me atacar? Não há mais respeito pelas experiências e os anos de prática espírita não significam nada para vocês.
CLÓVIS – Calma, seu João. Nós todos aqui temos a maior consideração e respeito pelo senhor, mas creio que está na hora de certas coisas serem esclarecidas.
Trabalho há vários anos nesta casa e sou testemunha do medo que todo mundo tem do senhor, todos morrem de pavor de contrariar o que o senhor acha, porque ficou determinado que a sua vontade deve ser obedecida, de forma inquestionável.
Agora aparece um espírito amigo que, mesmo demonstrando todo carinho pelo senhor, não teme nada, encara o debate sem receios e sem ter que dizer amém a tudo.
E o senhor simplesmente passa a não gostar do espírito, por causa disto?
JARBAS – Companheiros, eu acho que este não deve ser o caminho por onde devemos caminhar. Creio que esse tipo de discussão não vai levar a nada.
ALFREDO – Se me permitem, creio que não devemos fugir a debate nenhum, quando ele é saudável. Todos estamos em busca das verdades.
Seu João tem as suas verdades formadas ao longo dos seus anos de vivência espírita e tem as suas razões, pois diante de mais de meio século vivenciando um modelo de fazer espiritismo não pode, de uma hora para outra, mudar todos os seus conceitos só por causa de um espírito que aparece com um estilo diferente na sua mediúnica. É absolutamente normal isto que está acontecendo.
Quanto a animosidade identificada por vocês, creio que é algo que pode ser dissipada ao longo do tempo.
Sugiro ao seu João que não veja como complô a disposição dos companheiros em questionar, porque é exatamente isto que temos sugerido neste trabalho, acompanhando o estilo do maior questionador da história do Espiritismo, o próprio Allan Kardec, que na “Viagem Espírita” faz uma observação interessante:
Quando duas criaturas discutem sobre um determinado assunto, aquele que começa a se aborrecer ou parte para a agressão, com certeza não está com a razão.
O diálogo é saudável sempre, é o maior combustível para alimentar a máquina do conhecimento. Desarmemos sempre os espíritos que essa alimentação fica mais saudável e o conhecimento chegará mais rapidamente.
Dentro deste diálogo quero sugerir aos amigos espíritas uma visita ao dicionário da língua portuguesa a fim de consultarem o verdadeiro significado da palavra vulgarizar. A não ser que as edições as quais eu consultei tragam erros dos seus autores, parece-me que a palavra identifica o ato de dar conhecimento ao grande público, em todas as camadas da população, dos menos aos mais esclarecidos e não creio que esse ato represente algum evento reprovável, ilegal ou imoral.
Pejorar a palavra, como vem ocorrendo na sociedade imitada pelos espíritas, constitui-se num erro que deve ser corrigido imediatamente.
A vulgarização do Espiritismo é saudável, necessária e urgente.
FERNANDO – Alfredo, você falou algo aí que me chamou a atenção: Que a espiritualidade está inspirando autores não espíritas para a divulgação da doutrina, se foi isto que entendi.
Não seria muito mais fácil utilizar espíritas, que conhecem a doutrina, que vivem no meio espírita e que asseguram escrever sobre o Espiritismo sem deslizes e sem equívocos?
ALFREDO – Em princípio pense melhor, Fernando, quando assegura que o rótulo de espírita implica em que a pessoa necessariamente conheça a doutrina. A realidade não é esta.
Há padres, que continuam padres, e freiras, que continuam freiras, que estudam e conhecem mais o Espiritismo que muitos espíritas. Observe bem que você vai encontrar pessoas sem religião que tem um conhecimento extraordinário do Espiritismo.
Mais fácil usar espíritas deveria ser, sim, só não seria mais conveniente e nem produtivo para tão abrangente proposta de divulgação.
FERNANDO – Mas por quê?
ALFREDO – Sei que você se refere a autora da novela que difunde as idéias espíritas e a ação dos espíritos e não é a primeira vez que ela escreve uma novela com temática espírita com sucesso, vocês sabem disto, e vai escrever outras.
Foi sábia a providência da espiritualidade para que ela não fosse espírita.
Se fosse, não teria a paz e a tranqüilidade indispensáveis para escrever os seus textos, pois receberia tantas cobranças e críticas do nosso meio, que pesariam tanto a ponto de desequilibrar-se pela tristeza e decepção.
Lamentavelmente existem espíritas excessivamente duros em relação a outros espíritas, sobretudo aos que mais se destacam, e não medem esforços em exercerem pressões, de forma implacável.
Aqueles que não suportam e até odeiam determinados autores, a pressionariam para usar a novela para fazer campanha contra as suas obras, sugerindo até proibição e proscrição.
Os que não gostam da FEB, certamente a pressionariam a escrever contra a FEB.
Os que entendem o Espiritismo sob a ótica X, quereriam que os seus textos fossem formatados conforme a ótica X; os da ótica Y, quereriam sob a ótica Y e as diversidades de visões dos espíritas que muito pressionam talvez a levaria à loucura, mas tudo muito fraternalmente e por muito amor à doutrina.
Por que a Daniel Filho a responsabilidade pelo filme do Chico Xavier? Você acha que seria possível uma obra daquela, que implicou em investimentos de milhões de reais, conduzida pela visão instalada na cultura dos espíritas em relação ao dinheiro, que move o mundo encarnado?
Algum de vocês conhece algum empreendimento espírita, em algum lugar do mundo, que fale em milhões de reais ou de dólares?
A Espiritualidade é sábia, Fernando.
NEUZINHA – Você está falando da Elisabeth Jhin, não é Alfredo?
ALFREDO – Sim, Neuzinha. Estou falando dela mesma.
Há também uma grande escritora do Brasil, a que mais vende livros. Contrária à sua própria vontade teve que abdicar da rotulação espírita, para ter um pouco de paz e continuar a trabalhar nas suas obras que consolam a tantos brasileiros, mas sem abrir mão da conduta conforme a moral espírita.
SEU JOÃO – Não, esta não! Sei muito bem de quem você está falando e agora chego a conclusão do quanto estamos sendo enganados. Esta mulher é uma vergonha para o Espiritismo! Daqui há pouco você vai querer fazer propaganda das tais violetas na janela, falar de menstruação no mundo espiritual e todas essas bobagens que andam falando por aí.
Neste momento Seu João se apresentava muito tenso, e quando percebeu que o espírito falava sobre o trabalho da Zíbia Gasparetto, irritou-se ao extremo, levantou-se da cadeira para falar. Ele, assim como os demais membros da diretoria da casa, tem verdadeiro ódio da referida escritora, embora da boca para fora digam que não tem ódio de ninguém. Citar o nome da escritora naquela casa, é considerado como uma agressão.
ALFREDO – Senhor João, o cidadão que tem conhecimento de ações criminosas de outro, por dever cívico, deve denunciar à polícia ou a autoridade judicial, conforme o caso. A necessidade da compreensão e da indulgência para com as imperfeições alheias não se aplica a todos os casos e é muito relativa.
Lembra-se de Jesus, quando disse o “Quem não é contra mim...”?
Lembra-se dá parábola da árvore e dos frutos que dá?
Essa mulher que o senhor qualifica como uma vergonha para com o Espiritismo, por acaso, constitui-se numa figueira seca, que não dá figos?
Essa tal violetas na janela, que tem aliviado o sofrimento de tantos milhões de pessoas e até direcionado tanta gente ao espiritismo, não significa absolutamente nada para o senhor, porque não corresponde exatamente à forma que melhor lhe apraz de fazer Espiritismo?
Se obras realizadas pelos próprios confrades espíritas são vistas como ações diabólicas, como acabamos de perceber no seu emocional neste instante, senhor João, imagino como o senhor deve avaliar as obras de Dom Helder Câmara, de Irmã Dulce, de Madre Tereza, Sai Baba, Dalai Lama e de tantos outros benfeitores da humanidade que nem ao menos são espíritas.
Tudo de bom que existe nas incontáveis obras de benfeitores da humanidade perdem totalmente o valor só porque não coincidem com o espiritismo e nem atendem a cem por cento da sua visão?
Na casa do Pai tem muitas moradas, já ensinava Jesus.
Entenda, querido amigo, que o Espiritismo não é dos espíritas, é dos espíritos. Portanto, pertence à humanidade inteira, encarnada e desencarnada.
Ninguém pode se apoderar dele.
SEU JOÃO – A quantidade de livros que está sendo publicada aí com conteúdos contraditórios ao Espiritismo é um absurdo, é um perigo e alguma providência tem que ser tomada?
ALFREDO – O senhor fala tanto em perigo, Seu João. Que perigo é esse que tanto pavor lhe causa?
Porque o senhor entende que o Espiritismo é a verdade única, absoluta e indiscutível? Quer exigir que toda a humanidade também ache isto e não veja nenhuma verdade fora do Espiritismo?
O próprio Allan Kardec nunca afirmou isto, sempre respeitou o direito de todos afirmarem o que quiserem e sempre olhou com bons olhos todos os benfeitores da humanidade.
Que apocalipse é esse que o senhor tanto vê nas idéias que não sejam exatamente iguais as suas?
O senhor clama por alguém tomar alguma providência! Que alguém é esse e qual providência é essa? Queimar esses livros em praça pública, punir esses espíritas com chibatadas e aplicar-lhes mordaças?
Ninguém vai conseguir isto, ninguém cala mais ninguém nos dias atuais. Livre-se dessa terrível obsessão, meu irmão.
As boas idéias ficarão e as más serão esquecidas naturalmente. Quanto mais se ataca uma idéia, mais tempo ela sobrevive.
A doutrina espírita nos ensina isto, estimado amigo.
NEUZINHA – Que o senhor me desculpe, Seu João, mas esse incômodo do senhor com determinadas obras parece uma verdadeira obsessão e todo mundo aqui observa isto. O senhor não fala outra coisa a não ser protestar contra Roustaing, Bacelli, Robson Pinheiro. Não há um dia, sequer, aqui no centro, que o senhor não está falando contra essas obras com alguém, seja de manhã, de tarde, de noite.
Não fica com raiva de mim, eu amo o senhor, meu tiozinho, mas alguém tem que dizer isto para o senhor.
CLÓVIS – Seu João, já que este é um trabalho de diálogo entre espíritas, com a presença de espíritos, onde as idéias devem ser apresentadas livremente, quero informar ao senhor, com todo respeito que o senhor é merecedor, que eu, particularmente, jamais vou submeter a escolha dos livros que devo ler àquilo que o centro espírita determina, mas não vou mesmo.
FERNANDO – Faço minhas as palavras do Clóvis.
LOURDES – Eu também, seu João. Durante muito tempo eu me senti obrigada a ler apenas o que esta casa aprovava e fugia, como o diabo foge da cruz, de todo livro que ela condenava. Cheguei, também, a falar mal de obras que nem conhecia, só porque todo mundo aqui falava mal. Ah, meu Deus, como eu fui ridícula.
SEU JOÃO – Vejam a que ponto chegou a mediúnica da casa. Trabalhadores da casa passam a se revoltar contra a própria casa. Será este o papel de uma mediúnica?
CLÓVIS – Não é bem assim, seu João, o senhor está levando para outro lado. Nós sempre comentamos sobre estes assuntos, bem antes do Alfredo Bastos aparecer por aqui. A diferença é que a gente comentava a boca pequena, pelos corredores, na cantina e pelos cantos, com medo de falar junto à diretoria, porque sabemos muito bem o que acontece com quem questiona os métodos e as determinações da casa.
Creio que, com ou sem o Alfredo, um dia este assunto viria a tona.
JARBAS – Companheiros, acho que podemos mudar o tom dos debates em nossa reunião.
NEUZINHA – Mas o tom que está aí é o do diálogo, Jarbas, é o tom da troca de idéias e eu creio que seja saudável. É bom demais exercermos esta liberdade, podendo falar a vontade, porque saímos do medo de falar apenas pelos corredores, como disse o Clóvis.
JARBAS – Eu entendo, Neuzinha, e até acho que você tem razão, mas como dirigente do trabalho a minha preocupação é que descambe para acirramento dos ânimos, incompreensões e conseqüências que não queremos.
FERNANDO – O Alfredo citou aí uma colocação de Kardec que, confesso, eu não conheço, mas me parece muito pertinente: Diante de uma discussão ou divergência, aquele que se aborrecer ou descambar para a irritação, a ofensa e a agressão com certeza está sem razão.
Acho que devemos, sim, levar os diálogos em frente, normalmente, e no seu decorrer identificar onde está e onde não está a razão, seguindo a orientação do amigo.
ALFREDO – Bom, meus amigos. A idéia do Fernando é boa, mas da minha parte eu quero encerrar a participação na noite de hoje. Sugiro que pensem e reflitam em cima do que foi dito aqui, reúnam vocês, não necessariamente na mediúnica, para discutirem essas questões de relacionamentos entre espíritas.
Costumam dizer que não se devem lavar roupas sujas na casa espírita, o que implica na sustentação de que todos devam permanecer sujos, em nome não se sabe de que.
Manter roupas sujas não é bom pra ninguém, pois cheiram mal. Elas devem ser lavadas, sim, pois a limpeza se faz necessária em tudo, na vida humana.
Só não procurem transformar a espuma do sabão em veneno.
Até a próxima oportunidade e que todos tenham uma boa noite.
E assim encerrou mais uma participação do amigo em mais uma reunião.
Tire você a sua conclusão, troque idéias com os amigos e não abra mão da sua liberdade de pensar.
Abração
Alamar Régis Carvalho
Analista de Sistemas, Escritor e ANTARES Dinastia
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