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sexta-feira, 27 de julho de 2012

Planejamento Reencarnatório


O espírito sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem nem para onde vai; assim é todo aquele que foi gerado do Espírito. (Jesus - João 3:8)*


No diálogo com Nicodemos, o Doutor da Lei, Jesus diz que o Espírito sopra onde quer.

O fato de querer nos remete a idéia de consciência a respeito do que se quer, e por isso mesmo quem quer algo ou alguma coisa tem motivos, necessidades, objetivos.

Depreende-se do texto que a imortalidade é apresentada, com a existência do espírito antes e depois da formação e decomposição do corpo físico, e que o espírito tem consciência daquilo que está querendo. Por extensão, se o espírito quer soprar a vida em determinado lugar, tem consciência de quem serão seus pais, se há irmãos o aguardando, a posição moral de todos, condição social, educacional, material e financeira, a religião praticada pela família, etc.

Com isso podemos dizer que o espírito sabe onde vai reencarnar, e quais as condições externas gerais que o aguardam, e como há reencarnações em todos os tipos de famílias e condições, das mais favoráveis às mais críticas, podemos ainda deduzir que quanto às dificuldades, os espíritos as escolhem em função de suas necessidades e objetivos.

Esta interpretação nos remete a questão 258 e seguintes de O Livro dos Espíritos, onde o Codificador interpela a Espiritualidade Superior sobre o conhecimento, por parte do espírito, do tipo de vida que terá em sua próxima reencarnção, e a resposta é afirmativa, e que o próprio espírito planeja sua futura existência, baseado na sua condição atual, e quanto e o que lhe falta para se aproximar da perfeição. Planeja então suas provas e expiações, visando seu progresso.

Naturalmente, pode-se entender, que o espírito não pode simplesmente determinar sua vida futura, sem consultar os envolvidos, porque estes também têm seus planejamentos, seus direitos e livrearbítrio. Isto significa que temos que “negociar” nossa presença em programas alheios, a começar pelos pais, mas principalmente pela mãe, quando não, pedir , ou até mesmo implorar pelo aceite de nossa participação em suas vidas, o que nos leva a necessidade de sermos gratos àqueles que caminham conosco em nossas vidas, principalmente os que nos causam problemas e repulsões, porque estes representam a Misericórdia Divina nos concedendo a oportunidade de nos reconciliarmos “enquanto estamos a caminho”.

Portanto, as provas e expiações que se apresentam em nossas vidas foram escolhidas por nós mesmos, em função de nossas necessidades espirituais, visando uma condição melhor para nossos espíritos no futuro, e foram concedidas por Deus a fim de que possamos nos aproximar da perfeição.

Não podemos reclamar de nada e de ninguém, senão de nós mesmos, entendendo que só há uma saída para as dificuldades que nos envolvem: adaptarmo-nos à Lei de Amor, que nos remete a necessidade de espalharmos o Bem em todas as oportunidades de nossas vidas, para todas as pessoas, e à Lei de Progresso, que nos dá ensejo de crescermos primordialmente como espíritos e não necessariamente como ser social.

Temos teimado, até agora, em reclamar e acusar, desculpando-nos baseados em comportamentos alheios, fugindo de nossos próprios compromissos espirituais, mas o Consolador nos dá, de maneira clara e lógica, a explicação necessária para que nos assentemos no compromisso que assumimos antes de encarnarmos, e a consciência de que somos os construtores de nossa própria felicidade ou desgraça, que é ratificada por Jesus no ensinamento “a cada segundo suas obras”.

Pensemos nisso, e tomemos a decisão de vivermos a vida como ela se nos apresenta, buscando soluções inteligentes, fundamentadas no Evangelho, e seremos mais felizes desde já, porque agindo no bem alivia-se a consciência, e esta, por sua vez, nos proporcionará a felicidade possível nesta terra de expiação e provas.

*Novo Testamento – Tradução de Haroldo Dutra Dias
antônio carlos navarro antoniocarlosnavarro@gmail.com
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