a partir de maio 2011

sexta-feira, 20 de abril de 2012

A vida não tem sentido!


Roosevelt Andolphato Tiago
Estava próximo de realizar mais uma palestra, quando a coordenadora do evento me chamou e disse que havia uma pessoa que gostaria de falar comigo. Coloquei-me disponível para estabelecer o diálogo, mas a lembrei que faltavam quinze minutos para iniciar a apresentação, que seria às vinte horas.
Ela disse que seria breve, ele estava nervoso e recém saído da penitenciária, mas desejava falar. Eu confesso que estas últimas informações alteraram minha disposição em falar com ele, afinal, creio que a conversa seria longa. Mas vamos lá.
Apresentou-se a mim um homem no vigor de seus 45 anos que foi diretamente, sem devidamente apresentar-se, dizendo:
- A vida não tem sentido!
Mediante ao descontrole da situação, não do rapaz que parecia certo do que estava dizendo, ele, diante do meu silêncio insistiu:
- A vida não tem sentido!
Nisso faltavam apenas três minutos para a apresentação e o máximo que pude dizer a ele é que precisava iniciar o trabalho, mas tentaria, durante a palestra esclarecer sobre suas inquietações.
Realizei meu trabalho e ao término da apresentação não pude ver mais o homem, que se perdeu no tumultuo das pessoas e dos autógrafos dos livros. Mas a expressão dele afirmando sua descoberta sobre a vida, me perseguia o pensamento.
Naquela noite retornei para casa viajando quatro horas, e pensando na expressão contundente daquele homem, sobre sua impressão da vida e tudo mais.
Após horas de reflexão, guardando sempre o olhar fixo e forte do homem, cheguei a uma conclusão pessoal sobre o assunto:
- A vida não tem sentido! É isso mesmo, percebi que o homem tinha razão, a vida não tem nenhum sentido. Deus, em sua grandeza e sabedoria, respeita a liberdade de cada criatura e nos oferece uma vida sem sentido algum, para que cada um possa colocar o sentido que quiser.
A partir desta data, sempre que alguém me diz que a vida não tem sentido, eu respondo: – Você pois algum? Se não colocou, claro que não tem!
Cabe a cada um de nós, encontrar algo na vida que faça com que ela valha a pena, compete a cada um dar um sentido à vida que tem, ou ela nunca terá sentido.
Para que você vive? Qual razão lhe faz acordar todos os dias?
Na questão 920 de “O Livro dos Espíritos”, Allan Kardec pergunta: O homem pode gozar de completa felicidade na Terra? O obtêm como resposta:
- “Não, por isso que a vida lhe foi dada como prova ou expiação. Dele, porém, depende a suavização de seus males e o ser tão feliz quanto possível na Terra”.
Fica evidente que compete a cada um edificar a própria felicidade, afinal ela é subproduto de uma vida reta e pautada pelas bases sólidas das diretrizes apontadas por Jesus e assim, encontrarmos algo pelo qual valha a pena acordar todos os dias, além da graça e beleza natural da vida.

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