a partir de maio 2011

sexta-feira, 27 de abril de 2012

O QUE É VIDA?

Escrito por Nubor Orlando Facure

O neurocirurgião Nubor Orlando Facure, coordenador do Instituto Mente e Cérebro, em Campinas, SP, analisou alguns termos que foram veiculados exaustivamente na mídia em função da aprovação pelo Supremo Tribunal Federal de lei que autoriza a mulher à interrupção da gravidez de fetos anencéfalos.
 
O médico afirma que “o Supremo Tribunal sempre esteve à margem da sociedade brasileira, atuando acobertado pelo manto de uma magistratura tida como sábia, competente e presunçosamente suficiente”. Diante da evidência da mídia, segundo ele, “percebemos em seus pareceres que seus juízes utilizam de um texto rebuscado, hermético, com palavras bem escolhidas no que há de melhor no vernáculo, mas  quando se expõem na emissão de conceitos sobre a vida e de juízo de valores sobre a pessoa humana deixam muito a desejar”.
 
Vejamos o que diz o neurocirurgião Nubor Orlando Facure:
 
O que é vida?
 
Um dos grandes gênios da física quântica, Erwin Schrodinger, em 1943, nos deu uma definição de ordem física sobre a vida baseada em dois princípios que são fundamentais para se caracterizar um organismo como ser vivo: esse organismo precisa se reproduzir, transmitindo seus atributos aos descendentes e o desgaste do seu trabalho metabólico não pode produzir desarranjo entrópico. Seu gasto energético tem de ser reposto para manter o equilíbrio.
 
Como esses dois fundamentos são cumpridos nos organismos vivos?
 
Schrodinger nos propõe:
 
1 – A natureza da hereditariedade – os genes seriam um cristal aperiódico contendo um código de natureza probabilística.
2 – A termodinâmica dos seres vivos mantém a ordem a partir da desordem. O organismo se organiza internamente, criando a desordem no meio externo.
 
Quem é a pessoa humana?
 
A ciência irá aos poucos reunindo provas da necessidade de um elemento imaterial que como uma fôrma sustenta a forma do corpo físico. Paulo de Tarso falava de “corpo espiritual” e Claude Bernard em “ideia diretriz” sustentando a arquitetura material de todos os organismos. Esse “corpo mental” tem sido objeto de experimentação neurocirúrgica nos últimos anos e ele coincide, em parte, com os inúmeros relatos sobre “experiências fora do corpo” que a literatura leiga e especializada nos fornece aos milhares.
 
Mas isso ainda é pouco para responder por completo a extensão da nossa identidade como pessoa. No comando de toda maquinaria orgânica, especialmente cerebral, está atuando uma “entidade espiritual” que representa nossa mais nobre constituição. Somos Espíritos imortais percorrendo a fieira de vidas que se sucedem aos milhares, aperfeiçoando o corpo e burilando o espírito em direção à angelitude.
 
Espírito e matéria
 
Não existe a matéria isoladamente. Toda ela está sempre sustentada por um elemento imaterial que lhe concede a forma. E é esse “princípio imaterial”, que no decorrer de bilhões de anos, da origem ao “princípio inteligente” de onde, outros bilhões de anos adiante, iniciam nossos espíritos a sua jornada evolutiva.
 
Estamos mergulhados no pensamento de Deus e, em tudo, há vida espiritual, estando o Universo todo em sintonia com Ele.
 
O cérebro e a pessoa
 
Inúmeras falácias modernas atribuem nossa atividade mental exclusivamente ao nosso cérebro quando, na verdade, é a pessoa humana quem produz a mente usando o cérebro como instrumento.
 
Em primeiro lugar, todos sabemos que existe uma conectividade permanente entre o corpo e o cérebro, tanto através de informações conscientes como inconscientes. Num ambiente que sofre uma mudança de temperatura o nosso corpo informa ao cérebro a sensação sobre o calor que está ocorrendo no ambiente. De repente, a gente tira um agasalho e levanta para abrir uma janela ou ligar o ar condicionado. Ao nível inconsciente, sem participação do cérebro, nossas glândulas sudoríparas liberaram grande quantidade de suor.
 
O corpo mental
 
Nós temos um corpo de origem mental que tem pouco a ver com a atividade do cérebro. É fácil de ser percebido diante do espelho. A garota adolescente, ao se ver no espelho, não se identifica com a imagem que está sendo refletida, ela vê um corpo imaginário, quase sempre em desacordo com o que vê. Suas medidas são perfeitas, mesmo assim, a maioria das garotas na adolescência se sentem gordas diante do espelho.
 
Malformações fetais
 
As deformações congênitas do feto não excluem a existência de uma mente, já que ela pode expressar suas emoções pelo corpo físico, mesmo sem um mínimo de racionalidade nos moldes que a reconhecemos.

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