ROGÉRIO COELHO
rcoelho47@yahoo.com.br
Muriaé, MG (Brasil)
Em todas as épocas e em todos os lugares, existiram loucos e obsidiados... No tempo em que Jesus aqui esteve, Ele fez inúmeras curas de casos de loucura e/ou obsessão na Judeia. Sua influência sobre os obsessores era tão exuberante, tão ostensiva quão incoercível que os fariseus, Seus ferrenhos inimigos, chegaram a afirmar que Ele tinha parte com “Belzebu”[3].
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Amiúde se confunde obsessão com loucura
“(...) Em toda obsessão, simples ou subjugadora, como quer que se apresente, a trama dos destinos se situa no passado espiritual dos litigantes[1] em forma de fatores causais.” - Manoel Philomeno de Miranda[2]
Em todas as épocas e em todos os lugares, existiram loucos e obsidiados... No tempo em que Jesus aqui esteve, Ele fez inúmeras curas de casos de loucura e/ou obsessão na Judeia. Sua influência sobre os obsessores era tão exuberante, tão ostensiva quão incoercível que os fariseus, Seus ferrenhos inimigos, chegaram a afirmar que Ele tinha parte com “Belzebu”[3].
Todas essas demoniomanias, obsessões e loucuras de hoje e de todos os tempos foram exaustivamente estudadas por Allan Kardec e, em consequência disso, os meios ensinados pelo Espiritismo (quando bem e devidamente aplicados), bastam para conhecer e fazer cessar esses fenômenos anômalos.
Segundo o ínclito Mestre Lionês[4], “(...) Está provado pela experiência que os Espíritos malévolos agem não só sobre o pensamento, mas também sobre o corpo, com o qual se identificam, e do qual se servem como se fosse o seu; que provocam atos ridículos, gritos, movimentos desordenados, tendo todas as aparências da loucura ou da monomania. Encontrar-se-á a explicação no nossoO Livro dos Médiuns, no capítulo da Obsessão. É bem, com efeito, uma espécie de loucura, uma vez que pode se dar esse nome a todo estado anormal em quem o Espírito não age livremente; neste ponto de vista, a embriaguez é uma verdadeira loucura acidental.
É preciso, pois, distinguir a loucura patológica da loucura obsessional. A primeira é produzida por uma desordem nos órgãos da manifestação do pensamento. Notemos que, nesse estado de coisas, não é o Espírito que está louco; ele conserva a plenitude das suas faculdades, assim como a observação o demonstra; somente, o instrumento de que se serve para se manifestar, estando desorganizado, o pensamento, ou antes, a expressão do pensamento é incoerente.
Na loucura obsessional, não há lesão orgânica; é o próprio Espírito que está afetado pela subjugação de um Espírito estranho, que o domina e o dirige. No primeiro caso, é preciso tentar curar o órgão enfermo; no segundo, basta livrar o Espírito enfermo de um hóspede importuno, a fim de lhe devolver a liberdade. Os casos semelhantes são muito frequentes, e, amiúde, se toma pela loucura o que não era em realidade senão uma obsessão, para a qual seria preciso empregar meios morais e não duchas. Para os tratamentos físicos, e, sobretudo para o contato dos verdadeiros alienados, frequentemente, tem sido determinada uma verdadeira loucura ali onde ela não existia.
O Espiritismo, que abre horizontes novos a todas as ciências, vem, pois, também clarear a questão tão obscura das enfermidades mentais, assinalando-lhe uma causa a qual, até este dia, não se teve em conta; causa real, evidente, provada pela experiência, e da qual se reconhecerá mais tarde a verdade. Mas como fazer admitir essa causa por aqueles que são muito prontos a enviarem aos hospícios quem tenha a fraqueza de crer que temos uma alma, que essa alma desempenha um papel nas funções vitais, que ela sobrevive ao corpo e pode agir sobre os vivos?! Para o bem da Humanidade, as ideias espíritas fazem mais progressos entre os médicos do que se poderia esperar, e tudo faz prever que, em futuro pouco distante, a medicina sairá, enfim, da rotina materialista.
Os casos isolados de obsessão física ou de subjugação, estando averiguados, compreende-se que, semelhante a uma nuvem de gafanhotos, um bando de maus Espíritos pode se abater sobre certo número de indivíduos, apoderar-se deles e produzir uma espécie de epidemia moral... A ignorância, a fraqueza das faculdades, a falta de cultura intelectual lhes dão naturalmente mais ação; por isso maltratam, de preferência, certas classes, embora as pessoas inteligentes e instruídas deles não estejam isentas. Provavelmente, como disse Erasto, é uma epidemia desse gênero que reinava no tempo do Cristo, e da qual frequentemente se falou no Evangelho. Mas por que só a Sua palavra bastava para expulsar o que eram chamados então de demônios? Isso prova que o mal não podia ser curado senão por uma influência moral; ora, quem pode negar a influência moral do Cristo?! Entretanto, dir-se-á, empregou-se o exorcismo, que é um remédio moral, e nada produziu. Se nada produziu, é que o remédio nada vale, e que é preciso procurar um outro; isto é evidente. Estudai o Espiritismo, e compreender-lhes-eis a razão. Só o Espiritismo, assinalando a verdadeira causa do mal, pode dar os meios de combater os flagelos dessa natureza. Mas, quando dissemos para estudá-lo, entendemos que é preciso fazê-lo seriamente, e não na esperança de aí encontrar uma receita banal para o uso do primeiro que chegue”.
Segundo o nobre Espírito Manoel P. de Miranda[5], “(...) Auto-obsessões, obsessões e subjugações são capítulos que merecem da patologia médica estudo simultâneo, à base dos postulados do Espiritismo. A reencarnação é a chave para a explicação dos seus enigmas.
Ao lado das terapêuticas valiosas, ora aplicadas nos obsessos de vário porte, impõem-se os recursos valiosos e salutares da fluidoterapia e das expressivas contribuições doutrinárias da Terceira Revelação, que traz de volta os insuperáveis métodos evangélicos de que se fez expoente máximo Jesus, o Divino Médico de todos nós.
O amor e a prece, o perdão e a caridade, a tolerância e a confiança, a fé e a esperança não são apenas virtudes vinculadas às religiões passadas, porém, insubstituíveis valores de higiene mental, de psicoterapia, de laborterapia, que se fazem de urgência para neutralizar as ondas crescentes do ódio e da revolta, da vingança e da mágoa, da intolerância e da suspeita, da descrença e da desesperança, que irrompem e se instalam no homem, tudo avassalando intempestivamente.
A Doutrina Espírita dispõe de valiosos tesouros para a aquisição da felicidade na Terra e depois da desencarnação. Conhecê-la e praticar-lhe os ensinos representa uma ensancha ditosa para aqueles que aspiram a melhores dias, anelam por paz e laboram pelo bem”.
[1] - As técnicas para lidar-se com obsessões estão estudadas nos livros: “Nos Bastidores da Obsessão” e “Grilhões Partidos”, respectivamente, editados pela FEB e pela LEAL. Psicografados por Divaldo Franco.
[2] - FRANCO, Divaldo. Tramas do destino. 2. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 1981, p. 20.
[3] - Mateus, 12:24.
[4] - KARDEC, Allan. Revue Spirite. Abril de 1862. Araras: IDE, 1993. p. p.112-113.
[5] - FRANCO, Divaldo. Tramas do destino. 2. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 1981, p.p. 14 -15.
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