a partir de maio 2011

segunda-feira, 26 de março de 2012

Demoniomania, obsessões & loucura

ROGÉRIO COELHO
rcoelho47@yahoo.com.br 
Muriaé, MG (Brasil)

Amiúde se confunde obsessão com loucura
“(...) Em toda obsessão, simples ou subjugadora, como quer que se apresente, a trama dos destinos se situa no passado espiritual dos litigantes[1] em forma de fatores causais.” - Manoel Philomeno de Miranda[2]

Em todas as épocas e em todos os lugares, existiram loucos e obsidiados... No tempo em que Jesus aqui esteve, Ele fez inúmeras curas de casos de loucura e/ou obsessão na Judeia. Sua influência sobre os obsessores era tão exuberante, tão ostensiva quão incoercível que os fariseus, Seus ferrenhos inimigos, chegaram a afirmar que Ele tinha parte com “Belzebu”
[3].
Todas essas demoniomanias, obsessões e loucuras de hoje e de todos os tempos foram exaustivamente estudadas por Allan Kardec e, em consequência disso, os meios ensinados pelo Espiritismo (quando bem e devidamente aplicados), bastam para conhecer e fazer cessar esses fenômenos anômalos.
Segundo o ínclito Mestre Lionês[4], “(...) Está provado pela experiência que os Espíritos malévolos agem não só sobre o pensamento, mas também sobre o corpo, com o qual se identificam, e do qual se servem como se fosse o seu; que provocam atos ridículos, gritos, movimentos desordenados, ten­do todas as aparências da loucura ou da monomania. Encon­trar-se-á a explicação no nossoO Livro dos Médiuns, no ca­pítulo da Obsessão. É bem, com efeito, uma espécie de loucura, uma vez que pode se dar esse nome a todo estado anormal em quem o Espírito não age livre­mente; neste ponto de vista, a embriaguez é uma verdadeira loucura acidental.
É preciso, pois, distinguir a loucura patológica da loucura ob­sessional. A primeira é produzida por uma desordem nos órgãos da manifestação do pensamento. Notemos que, nesse estado de coisas, não é o Espírito que está louco; ele conserva a plenitu­de das suas faculdades, assim como a observação o demons­tra; somente, o instrumento de que se serve para se manifestar, estando desorganizado, o pensamento, ou antes, a expressão do pensamento é incoerente.
Na loucura obsessional, não há lesão orgânica; é o próprio Espírito que está afetado pela subjugação de um Espírito es­tranho, que o domina e o dirige. No primeiro caso, é preciso tentar curar o órgão enfermo; no segundo, basta livrar o Espí­rito enfermo de um hóspede importuno, a fim de lhe devolver a liberdade. Os casos semelhantes são muito frequentes, e, amiúde, se toma pela loucura o que não era em realidade senão uma obsessão, para a qual seria preciso empregar meios mo­rais e não duchas. Para os tratamentos físicos, e, sobretudo pa­ra o contato dos verdadeiros alienados, frequentemente, tem sido determinada uma verdadeira loucura ali onde ela não existia.
O Espiritismo, que abre horizontes novos a todas as ciên­cias, vem, pois, também clarear a questão tão obscura das en­fermidades mentais, assinalando-lhe uma causa a qual, até es­te dia, não se teve em conta; causa real, evidente, provada pela experiência, e da qual se reconhecerá mais tarde a ver­dade. Mas como fazer admitir essa causa por aqueles que são muito prontos a enviarem aos hospícios quem tenha a fraque­za de crer que temos uma alma, que essa alma desempenha um papel nas funções vitais, que ela sobrevive ao corpo e po­de agir sobre os vivos?! Para o bem da Hu­manidade, as ideias espíritas fazem mais progressos entre os médicos do que se poderia esperar, e tudo faz prever que, em futuro pouco distante, a medicina sairá, enfim, da rotina ma­terialista.
Os casos isolados de obsessão física ou de subjugação, es­tando averiguados, compreende-se que, semelhante a uma nu­vem de gafanhotos, um bando de maus Espíritos pode se abater sobre certo número de indivíduos, apoderar-se deles e pro­duzir uma espécie de epidemia moral... A ignorância, a fraque­za das faculdades, a falta de cultura intelectual lhes dão natu­ralmente mais ação; por isso maltratam, de preferência, certas classes, embora as pessoas inteligentes e instruídas deles não estejam isentas. Provavelmente, como disse Erasto, é uma epi­demia desse gênero que reinava no tempo do Cristo, e da qual frequentemente se falou no Evangelho.  Mas por que só a Sua palavra bastava para expulsar o que eram chamados então de demônios? Isso prova que o mal não podia ser curado senão por uma influência moral; ora, quem pode negar a influência moral do Cristo?! Entretanto, dir-se-á, empregou-se o exorcismo, que é um remédio moral, e nada produziu.  Se nada produziu, é que o remédio nada vale, e que é preciso procurar um ou­tro; isto é evidente. Estudai o Espiritismo, e compreender-lhes­-eis a razão.  Só o Espiritismo, assinalando a verdadeira cau­sa do mal, pode dar os meios de combater os flagelos des­sa natureza. Mas, quando dissemos para estudá-lo, enten­demos que é preciso fazê-lo seriamente, e não na esperança de aí encontrar uma receita banal para o uso do primeiro que chegue”. 
Segundo o nobre Espírito Manoel P. de Miranda[5], “(...) Auto-obsessões, obsessões e subjugações são capítulos que merecem da patologia médica estudo simultâneo, à base dos postulados do Espiritismo. A reencarnação é a chave para a explicação dos seus enigmas.
Ao lado das terapêuticas valiosas, ora aplicadas nos obsessos de vário porte, impõem-se os recursos valiosos e salutares da fluidoterapia e das expressivas contribui­ções doutrinárias da Terceira Revelação, que traz de volta os insuperáveis métodos evangélicos de que se fez expoente máximo Jesus, o Divino Médico de todos nós.
O amor e a prece, o perdão e a caridade, a tolerância e a confiança, a fé e a esperança não são apenas virtudes vinculadas às religiões passadas, porém, insubstituíveis va­lores de higiene mental, de psicoterapia, de laborterapia, que se fazem de urgência para neutralizar as ondas cres­centes do ódio e da revolta, da vingança e da mágoa, da intolerância e da suspeita, da descrença e da desesperança, que irrompem e se instalam no homem, tudo avassalando intempestivamente.
A Doutrina Espírita dispõe de valiosos tesouros para a aquisição da felicidade na Terra e depois da desencar­nação. Conhecê-la e praticar-lhe os ensinos representa uma ensancha ditosa para aqueles que aspiram a melhores dias, anelam por paz e laboram pelo bem”.

 

[1] - As técnicas para lidar-se com obsessões estão estudadas nos livros: “Nos Bastidores da Obsessão” e “Grilhões Partidos”, respectivamente, editados pela FEB e pela LEAL. Psicografados por Divaldo Franco.
[2] - FRANCO, Divaldo. Tramas do destino. 2. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 1981, p. 20.
[3] - Mateus, 12:24.
[4] - KARDEC, Allan. Revue Spirite. Abril de 1862. Araras: IDE, 1993. p. p.112-113.
[5] - FRANCO, Divaldo. Tramas do destino. 2. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 1981, p.p. 14 -15.
http://www.oconsolador.com.br 

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