a partir de maio 2011

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas


 “...Ela (SPEE) está chamada, disso estamos convencidos, a prestar incontáveis serviços para a constatação da verdade.” Allan Kardec¹

 O Centro Espírita é reconhecido por seus quatro aspectos - escola, oficina de trabalho, casa de oração e hospital – onde se reúnem os necessitados de todos o matizes  com o propósito de buscar o alívio para suas dores físicas e morais e respostas para seus questionamentos filosóficos. Aí encontram o Evangelho, o passe magnético, o atendimento fraterno, a água fluidificada e, quando se faz necessário, também a cesta básica, o agasalho etc. Há toda uma assistência social e moral ofertadas que visa à reintegração dos necessitados na sociedade, espiritualizando-os, educando-os e proporcionando-lhes condições sadias de vida.
    A terapêutica espírita conta ainda com importante ferramenta de auxílio, que são as reuniões de intercâmbio mediúnico, das quais os assistidos não participam, mas recolhem os benefícios da prática. A comunicabilidade entre os dois mundos, o físico e o espiritual, dá oportunidade aos seres desencarnados, àqueles vinculados, de entenderem que os processos de vingança ou a manutenção de ideias infelizes que se cristalizaram em suas mentes não lhes convêm, quebrando elos – a  chamada, obsessão. Importante ressaltar que o diálogo entre os dois mundos beneficia de maneira muito especial os reencarnados que se doam nessa tarefa, recolhendo valiosas experiências.
    Extensa literatura é oferecida a fim de remover conceitos inadequados, substituindo-os pelas lições cristãs clarificadas pelo Consolador. É pela leitura e consequente entendimento que a criatura vai se transformando, sensibilizando-se para realidades até então não percebidas. Passa a olhar de forma mais crítica e mais tolerante os acontecimentos do dia a dia,  esforça-se na tentativa de ver no semelhante um seu irmão; na dificuldade reconhece oportunidade de crescimento e, assim, transita no mundo com novas e melhores disposições. Já não se aflige a todo momento, não teme as situações aparentemente desfavoráveis.
    No ambiente do Centro Espírita lhe são concedidas, a título de crédito divino, oportunidades de servir. Em toda e qualquer atividade ali desenvolvida encontra nobres estímulos e se sente útil, feliz, estendendo esse auxílio para além das fronteiras do Centro.
    Vê brotar, no imo d’alma, como consta em o Evangelho Segundo o Espiritismo, a esperança e a fé.
    Vale ressaltar que a filosofia espírita torna o indivíduo responsável, liberando-o das tenazes da culpa paralisante e desmotivadora, habilitando-o a ser senhor de si mesmo.   
    Isso posto, seria muito simplista afirmar que o Centro  é apenas mais uma instituição religiosa a acenar com a supressão de inquietações e necessidades comezinhas.
  Ao fundar a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, Allan Kardec edificou uma escola para as almas, pois tomou como norte a proposta basilar do Espiritismo, que é nos dizeres de  Emmanuel²: movimento libertador de consciências e corações



 “...somos uma Sociedade de estudos e de pesquisas.” Allan Kardec
    
    Em 1º de abril de 1858, Kardec fundava a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas (SPEE), o primeiro Centro Espírita do mundo.
    Objetivando ter um espaço mais adequado para receber um número sempre crescente de pessoas interessadas no estudo e pesquisa da revelação trazida pelos espíritos, uma vez que esses estudos aconteciam em sua casa, que passou a não acomodar todos os interessados, aceitou a sugestão de alguns amigos instalando a Sociedade no Palais-Royal, Paris.
    Importante frisar que a Sociedade tinha por finalidade precípua o estudo e pesquisa dos fenômenos espíritas muito embora, pelo seu aspecto filosófico, esse estudo, o conhecimento deveria ter consequências ético-morais, pois que a  bandeira do Espiritismo foi desde o início “Fora da Caridade Não Há Salvação”, sem o quê todo o edifício da doutrina se desmoronaria.
    Kardec, com isso, instituía entre os adeptos da doutrina nova a formação de uma mentalidade cristã.
     Para os fins aos quais se destina a doutrina espírita, cuja proposta libertadora é que o homem alcance a perfeição possível, é necessário desenvolver  a capacidade de raciocinar e concomitantemente esculpir sentimentos.
    Vê-se bem que Allan Kardec teve muito mais trabalho do que se supõe, posto que não se limitou a codificar o Pentateuco, foi muito além, e todos os empreendimentos coordenados por ele em sua missão tiveram indiscutivelmente o traço de seu bom senso.
        No mesmo ano, seria fundada a Revista Espírita, empreendimento inovador que vinha solidificar a divulgação da doutrina. Tudo  contribuindo para que o conhecimento alcançasse o maior número possível de pessoas, nunca com o propósito de fazer proselitismo mas com a responsabilidade de não elitizá-lo. Ali compareciam pessoas com títulos de nobreza e homens do povo, todos animados pelo propósito  de saber.
    Hoje, ao adentrarmos um centro espírita,  mister se faz uma análise judiciosa do que procuramos ali encontrar, do que nos move naquela direção. A despeito de nossas múltiplas necessidades, não devemos olvidar que o Centro Espírita é meio de nos elevarmos a patamares mais altos de consciência.
    Com Jesus e Kardec: Trabalho, Solidariedade e Tolerância!
    
     Nossos votos de muita paz!

Rita de Cássia Oliveira das Mercês Minghin
Expositora Espírita em Avanhandava-SP 
Publicado na RIE – Fev/2012 

¹Revista Espírita, maio de 1858
²Missionários da Luz, pelo espírito André Luiz (prefácio
    

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