José Reis Chaves
Na sua essência, as religiões estão unidas. O que as separa são questões secundáriasUma doutrina que divide muito os cristãos é a Transubstanciação. Segundo ela, a Hóstia consagrada transforma-se no corpo real de Jesus. Os protestantes, espíritas e evangélicos creem que o pão do ágape que representa a chamada Santa Ceia de Jesus com seus apóstolos é o corpo simbólico de Jesus, ao que eles dão o nome de consubstanciação.
O mais importante é que haja o ágape, pois é o que o Mestre dos mestres recomendou com esta conhecida frase: “Fazei isto em memória de mim.” Em outras palavras, a refeição em conjunto entre os judeus simbolizava, e ainda simboliza, uma confraternização. E ela durou até o 4º século entre os cristãos. Por isso, o ágape, além de significar refeição, tem também o sentido de amor. E Jesus queria ser lembrado pelos seus seguidores com uma reunião desse gênero de confraternização. Isso é que é o mais importante do significado da Santa Ceia. De qualquer jeito, para católicos e outros cristãos, esse ritual lembra a Santa Ceia. E é essa prática de boa convivência entre as pessoas que o Nazareno queria e quer ser lembrado entre nós, com o que todos os cristãos estão de pleno acordo. Mas eles estão divididos por doutrinas, que, ao longo dos séculos foram criadas em torno do ágape em memória do Mestre da humanidade.
Outra grande verdade inquestionável é que Jesus, por ser um ser humano, é Filho de Deus. Um filho de Deus muito especial, pois é o maior ser humano que se encarnou na Terra. Por isso, foi enviado de Deus para nos trazer a doutrina de amor incondicional, ou seja, o Evangelho, denominado, também, de Boa Nova. E, por isso, Jesus é o Salvador, não de meia dúzia de seus irmãos humanos, mas de toda a Humanidade. E é Salvador nosso não com o derramamento de seu sangue, o que é repugnado por Deus, mas com sua doutrina evangélica. E vão sendo salvos aqueles que passam a vivenciar de fato o Evangelho, sem o que, mesmo que os inimigos de Jesus pudessem assassiná-Lo na cruz mais trezentas vezes, isso de nada adiantaria para a salvação dos que não vivenciam o Evangelho do excelso Mestre.
Creio que o que acabamos de dizer é uma grande verdade, que é aceita por toda a cristandade de todos os tempos, ou seja, que Jesus é Filho de Deus e nosso irmão maior, pois Ele é um ser humano perfeito, e é nosso Salvador com a nossa vivência do seu Evangelho. Com exceção dos dogmatistas, ninguém, pois, que se diz cristão, contesta essas grandes verdades, que unem católicos romanos e ortodoxos, cristãos coptas, nestorianos, medeanos, protestantes, espíritas, evangélicos etc.
Mas existem doutrinas secundárias, como propõe essa matéria, que separam os cristãos. E muitos nem sabem que elas existem, pois, por serem polêmicas, os líderes religiosos, que as conhecem, evitam falar nelas. E muitos deles mesmos têm dificuldades em crer nelas, mas não podem falar.
Realmente, os cristãos estão unidos pelas doutrinas mais importantes. Porém dividem-nos as doutrinárias secundárias criadas pelos teólogos!
José Reis Chaves (Belo Horizonte/SP)
estudou para padre na Congregação dos Redentoristas, é formado em Comunicação e Expressão na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. É Escritor, durante vários anos lecionou Português, Literatura, História, Geografia e Latim. É Teósofo, parapsicólogo, biblista, e ao longo de toda a sua vida, o autor vem desenvolvendo pesquisas sobre a Bíblia, as religiões e a Parapsicologia. Por último, passou a estudar o Espiritismo, Doutrina que assimilou com facilidade, tendo em vista o seu longo tempo de estudo da Bíblia, da História e da Teologia Cristãs. Aposentado, atualmente dedica-se ao trabalho de escrever e proferir palestras na área espiritualista, mas principalmente Espírita, por todo o Brasil.
É autor dos livros, entre outros: “A Reencarnação Segundo a Bíblia e a Ciência”,
“Quando chega a Verdade” e "A Face Oculta das Religiões.
http://amigoespirita.ning.com
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