HERMES (ISSARRAR BEN KANAAN)
Como sociedade iniciática, a Maçonaria adota, para o ensino de suas doutrinas, um método diferente daquele geralmente usado pelos demais agrupamentos espiritualistas, assim como pela ciência clássica. Este método consiste na interpretação intuitiva dos símbolos oferecidos ao estudo de seus adeptos. É o denominado método iniciático, sistema tradicional, que se tornou o sistema maçônico, que dispensa magistérios, sendo eminentemente autodidático.
Corneloup, ao tratar dos símbolos e de sua interpretação escreveu que “o propósito de um símbolo é o de poder ser entendido de maneiras diferentes, de modo que um símbolo que só admitisse uma única interpretação não seria um verdadeiro símbolo”.
Tal é a opinião geral dos simbolistas. Além da interpretação pessoal que podemos dar a cada símbolo, este pode ter outras interpretações; sendo chamadas chaves, variam de acordo com as organizações que as utilizam.
Mas na verdade tudo é símbolo.
Descobri-los é tornar-se livre, e no entender de Nicola Aslan, é este o Segredo do Maçom, o Segredo Inefável.
Fundado no simbolismo, o ensino maçônico só pode ser autodidático e pessoal para cada Maçom. Será exclusivamente o fruto dos seus estudos e de suas próprias interpretações. As instruções e os conhecimentos adquiridos pela leitura hão de facilitar apenas as interpretações, enriquecendo a mente do estudante e aprimorando o seu intelecto e a sua personalidade.
Desta forma a instrução de um Maçom só pode depender dos elementos que busca e retira de toda a parte, podendo, por isso, ser considerado um eclético por excelência.
Com semelhante sistema de instrução, o Maçom distingue-se dos demais. Pesquisador solitário, não conhece nem lhe é permitido ser como um crente conformado; sabe que a Verdade em que se crê hoje, pode não ser a Verdade de amanhã.
Através da iniciação simbólica, simples imagem e encenação da Iniciação Real, a maçonaria facilita ao Iniciado os meios indispensáveis para fazê-lo entrar na posse de todas as suas faculdades, objetivando a iluminação interior, através da qual poderá alcançar a verdade divina, a Verdade de Deus e da Alma e possivelmente a natureza e a essência tanto de uma como da outra. E é isto que constitui a meta principal do ensinamento maçônico.
O método iniciático consiste, pois, em criar nos discípulos uma iluminação intelectual, essencialmente intuitiva, provocada pelos símbolos, cuja ação polarizadora permite estabelecer, paulatinamente, uma relação adequada entre a figura e a idéia, e também apreender os vários pontos de vista, unificando-os, descobrindo a unidade que os transcende, fazendo-os passar do conhecido ao desconhecido, do visível ao invisível, do finito ao infinito.
Os graus maçônicos são simplesmente os degraus do conhecimento a ser alcançado pelo Iniciado. A razão de ser destes graus é, pois, não somente um ajudar a descobrir a iluminação interior, mas ainda, como consequência natural, em transformar o Maçom em cidadão consciente, disciplinado e cumpridor de seus deveres, pedra polida para ser utilizada na construção do Templo ideal da Humanidade.
Escrito pelo Amad.'. Ir.'. Ricardo Brandão Boratto – Joaquim Nabuco, M.'.M.'., membro do quadro da Loja Thomas Kemphis, Or.'. de Brasília, DF.
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