Jesus e as Religiões?

Representante de Deus na Terra, segundo suas próprias revelações acerca de si mesmo, não se fez exceção aos demais.

 Ele que descera das Estrelas, sendo Espírito perfeito, fez-se, como se qualificou muitas vezes, “O filho do homem”.

Trabalhou pelo pão de cada dia, até o inicio de seu mandado de amor, como qualquer outro cidadão; sofreu todo tipo de perseguição e de ofensas mais que qualquer outro cidadão; e foi crucificado como um criminoso, sem nada dever...

Mas seu comportamento foi irrepreensível! Não lamentou um só momento pelas dores do caminho, mas seguiu firme até ao fim, resignado e sereno, mostrando ao homem como se deve proceder frente às adversidades da vida, se , de fato, quiser conquistar a plenitude espiritual.

Portanto, seu exemplo de vida, acima de tudo, deve ser o farol de todo aquele que queira vencer os obstáculos e vicissitudes do caminho, e a fé preconizada e vivida por Ele, o sustentáculo de quem espera a morada celestial.

Mas o que foi feito desse Jesus simples, humilde, amoroso, caridoso, fiel a Deus, como relata os Evangelhos? O que fizeram de seus ensinos, de seus exemplos?

Infelizmente, o que se recebe em algumas Denominações Cristãs, são ensinamentos contraditórios aos contidos nos Evangelhos... Dissimuladamente, é pregado um Jesus materialista e imediatista, amante das riquezas e impaciente com o pecador.

Mas, por que desse desvirtuamento de Sua mensagem?

A resposta encontra-se nas lutas que o evangelho travou ao longo do tempo para manter-se vivo.

Enquanto estava nas mãos dos cristãos primitivos, Seus exemplos de vida foram observados e preservados, mas com o passar do tempo, ouve uma tentativa de adaptação aos costumes e às conveniências de época, estabelecendo-se então, a partir daí, os dogmas e tantas outras coisas mais, que nada têm a haver com Sua mensagem primitiva.

Muito menos as guerras e os crimes praticados em Seu nome, ao longo da História, têm por base seus ensinos, mas sim, o orgulho e o egoísmo daqueles que assim procederam e procedem, até os dias de hoje, utilizando–se de Seu nome em busca de uma vã e tola supremacia religiosa, esquecendo–se do principal: ensinar aos fiéis a prática do Amor e da Caridade universais, bases fundamentais do Evangelho. Se já não se matam corpos como antigamente, “em nome de Jesus,” “matam-se almas”, por meio de esdrúxulas filosofias, que não se sabe como, têm por base os Evangelhos.

Mas a Misericórdia do Pai esteve e está sempre presente. Basta observarmos os grandes vultos que se fizeram atuantes, lutando pela preservação da essência da mensagem do Mestre: Francisco de Assis, Madre Tereza, Martim Lutero, Alan Kardec, Chico Xavier e tantos outros nomes que foram luminares no meio do povo, levando a consolação aos sofredores e exemplificando, em meio a muitos sacrifícios, o verdadeiro espírito cristão.

Acautelemo-nos contra os supostamente religiosos que se vestem de ovelhas, mas na verdade são verdadeiros lobos; contra aqueles que são túmulos caiados, exteriormente, mas por dentro guardam terrível podridão: “Pelo fruto conhece-se a árvore”.

Não nos esqueçamos de que Jesus jamais prometeu facilidades a seus discípulos, nem vida financeira farta pelo simples fato de tê-lo aceitado como Mestre. Pelo contrário, incentivou-os ao sacrifício pessoal, ao amor, à renúncia, ao perdão, prometendo-lhes recompensa, mas recompensa na outra vida: a espiritual!... Paulo morreu degolado, Pedro, crucificado, João, exilado... Paradoxalmente, ao que se ensina em alguns movimentos religiosos.

Não é nossa intenção condenar  essa ou aquela denominação dita cristã... Afinal cabe a cada um aceitar aquilo que melhor lhe convém. Entretanto o desvirtuamento dos ensinos do Mestre é evidente em alguns núcleos.

“A verdadeira religião é aquela que mais homens de bem e menos hipócritas fizer, isto é, pela prática da lei de amor na sua maior pureza e na sua mais ampla aplicação”. (O livro dos Espíritos).

Gilberto Pardim Milla.

Centro Espírita Orlando P. Gomes, Bairro Jardim Del Rey.

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