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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Diferentes naturezas de manifestações:Revista Espírita, janeiro de 1858

Revista Espírita, janeiro de 1858

Os Espíritos atestam a sua presença de diversas maneiras, segundo sua aptidão, sua vontade
e seu maior ou menor grau de elevação. Todos os fenômenos dos quais teremos ocasião de
nos ocupar, se relacionam, naturalmente, a um ou a outro desses modos de comunicação.
Cremos, pois, para facilitar o entendimento dos fatos, dever abrir a série de nossos artigos
pelo quadro das diferentes naturezas de manifestações. Podem ser resumidas assim:
1- Ação oculta, quando ela não tem nada ostensivo. Tais são, por exemplo as inspirações ou
sugestões de pensamento, as advertências íntimas, as influências sobre os acontecimentos,
etc.;
2- Ação patente ou manifestação, quando ela é apreciável de um modo qualquer;
3- Manifestações físicas ou materiais', são aquelas que se traduzem por fenômenos sensíveis,
tais como os ruídos, o movimento e o deslocamento de objetos. Essas manifestações não
comportam, muito freqüentemente, nenhum sentido direto; elas não têm por objetivo senão
chamar a nossa atenção sobre alguma coisa, e nos convencer da presença de uma força
superior à do homem;
4- Manifestações visuais ou aparições, quando um Espírito se revela à visão, sob uma forma
qualquer, sem ter nenhuma das propriedades conhecidas da matéria;
5- Manifestações inteligentes, quando revelam um pensamento. Toda manifestação que
comporte um sentido, não fora senão um simples movimento ou um ruído que acuse uma
certa liberdade de ação, responde a um pensamento ou obedece a uma vontade, é uma
manifestação inteligente. Ocorrem em todos os graus;
6- As comunicações', são as manifestações inteligentes que têm por objeto uma troca
seguida de pensamentos entre o homem e os Espíritos.
À natureza das comunicações varia segundo o grau, de elevação ou inferioridade, de saber ou
ignorância do Espírito que se manifeste, e segundo a natureza do assunto de que se trata.
Elas podem ser: frívolas, grosseiras, sérias, ou instrutivas.
As comunicações frívolas emanam de Espíritos levianos, zombadores e traquinas, mais
maliciosos do que maus, que não ligam nenhuma importância ao que dizem.
As comunicações grosseiras se traduzem por expressões que chocam as conveniências. Elas
não emanam senão de Espíritos inferiores, ou que não estão ainda despojados de todas as
impurezas da matéria.
As comunicações sérias são graves quanto ao assunto e à maneira que são feitas. A

linguagem dos Espíritos superiores é sempre digna e isenta de toda a trivialidade. Toda
comunicação que exclui a frivolidade e a grosseria, e que tem um fim útil, seja de interesse
privado, é, por isso mesmo, séria.
As comunicações instrutivas são as comunicações sérias que têm por objetivo principal um
ensinamento qualquer, dado pelos Espíritos sobre as ciências, a moral, a filosofia, etc. São
mais ou menos profundas e mais ou menos verdadeiras, segundo o grau de evolução e de
desmaterialização do Espírito. Para se retirar dessas comunicações um proveito real, é
preciso que sejam regulares e continuem com perseverança. Os Espíritos sérios se ligam
àqueles que querem se instruir e os secundam, ao passo que deixam aos Espíritos levianos o
cuidado de divertir, com gracejos, aqueles que não vêem, nas manifestações, senão uma
distração passageira. Não é senão pela regularidade e pela freqüência das comunicações, que
se pode apreciar o valor moral e intelectual dos Espíritos com os quais se conversa, e o grau
de confiança que merecem. Se é preciso experiência para julgar os homens, é preciso, talvez,
mais ainda para julgar os Espíritos.

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