a partir de maio 2011

sábado, 23 de julho de 2011

O dogma da comunhão dos Santos e a Doutrina dos Espíritos


JOSÉ REIS CHAVES
jreischaves@gmail.com
Belo Horizonte, MG (Brasil)
     


O contato com os Espíritos dos mortos é do tempo do homem das cavernas. Os fenômenos de casas assombradas são espíritas. E o verbo aparecer trata geralmente de aparições de Espíritos dos mortos, inclusive do de Jesus.
Os fenômenos espíritas necessitam de médiuns (xamãs, pajés, canalizadores etc.). Na Bíblia são os profetas, videntes e pitonisas (1 Samuel capítulo 28; e 1 Samuel 9:9). Moisés (não Deus) proíbe o contato com os Espíritos dos mortos (Deuteronômio capítulo 18). Ora, se ele proibiu esse contato, é porque ele existe! E observemos que Moisés fala de Espíritos dos mortos e não dos diabos!
O Espiritismo sempre incomodou os líderes religiosos, pois, para que aconteça um fato espírita, tem que haver a presença dum médium especial, o que lhe traz muito prestígio. E como nem todo líder religioso é um médium especial, os médiuns passaram a ser vítimas de inveja por parte dos líderes religiosos. Por isso e outras coisas mais, surgiram os ataques caluniosos e odiosos contra os médiuns e sua doutrina. Santa Joana D’Arc é um exemplo disso. No Brasil, até a década de 1940, os espíritas eram presos. Os adversários do Espiritismo chamavam-no de feitiçaria, magia, ocultismo e de seita reencarnacionista, como se a reencarnação fosse uma crença exclusiva do Espiritismo, quando ela é universal e bíblica. E a maioria dos católicos de hoje crê nela. Mas agora inventaram que o Espiritismo não é cristão! Eis alguns documentos papais contra o Espiritismo: “Supermae”, de Leão X, em 1514 e 1521; “Bula Céu e Terra”, de Xisto V, em 1586; “Summis Desiderantes Affectibus”, de Inocêncio VII, em 1484; “Bula Deus Onipotente”, de Gregório XV; “Bula Incrustabilis”, de Urbano VII, de 1631. Até 1950, no Brasil, a CNBB excomungava os espíritas. Hoje tenho dois amigos, um arcebispo da Igreja e outro pastor presbiteriano, que fazem palestras em casas espíritas! E os padres não atacam mais o Espiritismo, exceto uma minoria de fundamentalistas.
As manifestações dos Espíritos no princípio do cristianismo (1 Coríntios, capítulos 12, 13 e 14) passaram a ser atribuídas ao Espírito Santo trinitário instituído no Concílio de Constantinopla (381). Na Bíblia, ele é o conjunto dos Espíritos humanos. Paulo diz que nosso corpo é santuário dum Espírito Santo (1 Coríntios 6,19). Kardec tem o Espírito Santo como o conjunto dos Espíritos bons. São Jerônimo, na Vulgata Latina, menciona Espíritos bons (santos) e maus (atrasados).
Uma corrente de teólogos da ortodoxia católica da Igreja Primitiva instituiu a Doutrina da Comunhão dos Santos, ou seja, a da Igreja militante (da Terra); a Padecente (do Purgatório); e a Triunfante (dos Céus). Essa doutrina pneumática (espírita) prega a colaboração recíproca entre os Espíritos desencarnados de lá e os encarnados de cá. Mas ela encontrou resistência de alguns teólogos judaizantes. Por isso, foi transformada em dogma pela Igreja. E, praticamente, na mesma época (4º século), a Igreja transformou também em dogmas as doutrinas, igualmente polêmicas, do Espírito Santo e da ressurreição da carne. Então, no Credo Católico, passou-se a dizer em todas as missas, numa espécie de lavagem cerebral: “Creio no Espírito Santo, na Comunhão dos Santos, na ressurreição da carne (houve um avanço, pois hoje se diz dos mortos) e na vida eterna. Amém”.
Mas pela Bíblia, a ressurreição é do Espírito. E nós já estamos na vida eterna (sempiterna), que é do Espírito imortal, e não do corpo mortal, que retorna ao seu pó para sempre! 
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