Controle as emoções
Aylton Paiva
Retratos da vida.
Josué acompanhava o amigo Pedro à banca de venda de revistas e jornais, ali na Avenida Paulista. O amigo cumprimentou o vendedor de forma amável e com um sorriso. O outro respondeu “entre os dentes”, com a “cara amarrada”, nem levantou a cabeça para dar-lhe a resposta. Solicitou o jornal que, diariamente, lia. O jornal foi atirado em sua direção, pelo vendedor com a mesma fisionomia fechada. Pedro pegou o jornal, estendeu a mão com o dinheiro para o pagamento e sorrindo, agradeceu e desejou um bom fim de semana para o mal humorado vendedor.
Josué, já irritado, indagou:
– Ele sempre está rancoroso e o trata de forma tão grosseira?
Pedro olhou para o amigo, visivelmente contrariado, sorriu e respondeu:
– Sim! Ele sempre apresenta esse mal humor…
– Mas, escute, e você sempre o trata com essa tranqüilidade e ainda com um simpático sorriso?
– Sim, procuro tratá-lo bem! – Pedro, mas ele é sem educação, grosseiro!
– Eu sei. Essa é a primeira parte da minha ação com ele. Ganhar-lhe um pouco de confiança. Depois vou observar como posso ajudá-lo; se o seu mal humor é leve ou ele sofre de distimia.
– O que é distimia?
– Ah! Distimia é uma doença nervosa que se caracteriza por depressão, baixa auto-estima e irritabilidade. O tratamento é feito com psicoterapia e até antidepressivos.
– E… se o mal humor for leve?
– Bem vou tentar ajudá-lo a se ajudar, na área do relacionamento humano.
– Só isso?
– Não! Vou, também, orar por ele, pois existem também influências psíquicas negativas que agem sobre as pessoas.
– Como você sabe disso?
– Sou espírita.
– E você, como lida com isso, não se sente ofendido ou com raiva, Pedro?
– Josué, sob esse aspecto, é, também, muito importante que a gente aprenda a controlar os sentimentos e emoções. Não posso deixar que o seu mal humor ou a sua distimia contaminem o meu dia, meu relacionamento com os colegas de trabalho, com os amigos, com os meus familiares; enfim, que sua conduta interfira desarmoniozamente em mim. Por isso, é importante que, quando temos um sentimento ou emoção que nos golpeie a sensibilidade, façamos uma análise desse estado emocional, não nos deixando ser envolvidos irracionalmente.
Dizem os Mentores Espirituais: “ As paixões são como um corcel, que só tem utilidade quando governado e que se torna perigoso desde que passe a governar.” (O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, Ed. FEB, questão nº 908)
– Não é fácil fazer isso.
– Josué, você tem razão. Não é fácil. Os sentimentos e emoções explodem espontânea e subitamente, com um corcel selvagem a galopar…
– Então, não falei?
– Sim, porém, é preciso “domá-los”, controlá-los a fim de que eles sejam úteis à nossa vida e não combustíveis para o nosso desequilíbrio mental, espiritual e físico.
– Olha que interessante, Pedro, na capa do seu jornal, a matéria principal: “Viva Cada Dia Melhor”! Vou pensar nisso!
– Sim Josué, pense e… pratique. Será muito bom para você, ou melhor, para nós essa prática.
Aylton Paiva (Lins/SP)
Agente fiscal de rendas aposentado,
ex-diretor da Câmara Municipal de Lins,
escritor e dirigente espírita em Lins/SP.
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