a partir de maio 2011

sexta-feira, 25 de maio de 2012

O ECLIPSE DA CRUCIFICAÇÃO DE CRISTO


 O Eclipse da Crucificação de Cristo
FONTE: O Globo – 1996 – Ronaldo Mourão

Se bem que o astrônomo inglês Roberdeau Buchanan, em The Mathematical Theory os Eclipses (1904), tenha utilizado a sua experiência como calculador de eclipses do Nautical Almanaque durante 23 anos, para afirmar que o escurecimento na Crucificação de Cristo não foi causado por um eclipse total do Sol, a questão tem sido periodicamente discutida no meio astronômico e religioso, como ocorreu recentemente, em dezembro de 1973, na revista cientifica Nature. Para Buchanan a hipótese do eclipse do Sol foi um argumento usado "por alguns ateus e outros que negam o escurecimento miraculoso da crucificação". A afirmativa de Buchanan de que um eclipse do sol não pode ter sido a causa do escurecimento está totalmente correta. De fato, os meses judeus são lunares, e começam sempre com a lua nova. Ora, a crucificação ocorreu em 14 de Nisã, ou seja 14 dias depois da lua nova, quando já era Lua cheia. Por outro lado, sabemos que o sacrifício de Cristo se deu durante o Passover, que pela tradição judaica, ocorre sempre na Lua cheia. Assim, como os eclipses do sol só acontecem na Lua nova, o escurecimento da crucificação não poderia ter sido causado por um eclipse do Sol.
Esqueceu Buchanan que nesse período é possível a ocorrência dos eclipses da Lua que só podem ocorrer justamente na Lua cheia. Como sugeriram os cientistas ingleses Colin J. Humpreys e W.G.Waddington, do Departamento de Ciências dos Materiais e Metalurgia da Universidade de Oxford, no artigo de Nature citado acima. A causa pela qual a Lua eclipsada é vermelha como o sangue é muito conhecida. Assim quando a Lua se encontra no interior do cone de sombra da Terra, a luz solar que nos alcança já foi refratada pela atmosfera terrestre é avermelhada por ter atravessado uma trajetória muito longa nas camadas gasosas da atmosfera, onde a dispersão preferencialmente dispersa os raios azuis deixando passar os vermelhos.
Na realidade, os eclipses estiveram sempre envoltos numa atmosfera tipicamente mística capaz de lançar maior mistério, valorizar os acontecimentos históricos e endeusar os governantes.
Antes de uma análise do que pode ter ocorrido no dia da morte de Cristo, seria conveniente uma consulta aos relatos da época.
"Desde a hora sexta até a hora nona se difundiram trevas sob toda a Terra"..., relata Mateus em seu Evangelho(27, 45-52). Tal idéia de um escurecimento no dia da crucificação de Cristo está registrado no Evangelho de Marcos (15, 33-38) e Lucas (23, 44-46). Este ultimo relata: Era então a hora sexta, e toda a Terra ficou coberta de trevas até a hora nona. Escureceu-se também o Sol; e rasgou-se pelo meio o véu do Templo"... Para alguns autores, esta afirmativa de que o sol teria escurecido sugere a ocorrência de um eclipse do Sol. Os defensores da idéia do eclipse solar citam os relatos de Joel (2, 30-31): "E darei a ver prodígios no céu e na Terra.
Todas as passagens dos Evangelhos permitem diversas interpretações, sem que o enigma do escurecimento seja definitivamente solucionado. Convém, no entanto, descrever o sistema de contagem de horas da época.
Na Palestina, o dia e a noite era dividido, respectivamente, em 12 partes iguais. Todavia, como não se dispunha de um meio de marcar as 12 horas do dia, adotava-se em geral a divisão do dia em quatro parte, denominadas pela hora inicial de cada uma. Assim, prima ( das 6 às 9 horas); hora terceira ( das 9 às 12 horas); hora sexta ( das 12 às 15 horas); hora nona ( das15 às 18 horas). Do mesmo modo, a noite era dividida em quatro partes, denominadas vigílias; a primeira começava as 18 horas; a segunda às 21 horas; a terceira à meia-noite e a quarta às 3 horas da madrugada.
A época citada só ocorreu um eclipse do Sol no ano 29 do calendário juliano, trata-se do eclipse de 24 de novembro. Talvez no futuro possa surgir as respostas a esses acontecimentos. 

PROJETO RELER

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