a partir de maio 2011

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Emmanuel discorda de Kardec ou foram interpretações equivocadas?


Nosso irmão Sérgio Aleixo parece travar uma batalha para desacreditar o Chico Xavier e a obra que Emmanuel construiu por seu intermédio. O lado positivo disto é que seus argumentos nos convidam à reflexão e estimulam à pesquisa.
Quero aqui contribuir para que seus argumentos não fiquem sem uma contrapartida e para que nossos outros irmãos leitores possam refletir. Usei uma postagem feita pelo irmão Edson Rocha onde em 12 passos o Sérgio Aleixo pretendeu mostrar os erros e contradições entre Emmanuel e Kardec.
Para tanto, acrescento a esta lista de 12 passos os meus comentários que, em parte já foram feitos por outros irmãos. Desculpem se às vezes uso de ironia no texto quando me vejo diante de interpretações que me parecem tendenciosas demais, inapropriadas por erro de interpretação de texto ou, talvez, “intencionalmente equivocadas”.


KARDEC VS EMMANUEL EM 12 PASSOS
1.º Kardec diz que Marte seria ainda inferior ao nosso mundo, sem afirmá-lo em definitivo. Emmanuel afiança sem dúvidas que as coletividades daquele planeta, bem como as de Saturno, já haviam atingido melhor estado que as nossas, apesar de não haver coletividades nem em Marte nem em Saturno. (Cf. O Livro dos Espíritos, nota ao n. 188. Livro “Emmanuel”, Tarefa dos guias espirituais.)
1 - Não é Kardec quem diz e sim, segundo ele próprio, os Espíritos. Aliás, Kardec ao comentar o pensamento dos Espíritos a respeito de Marte na Rev. Espírita de março de 1858, usa o verbo ser no condicional: “seria”, mostrando tratar-se de uma suposição.
Na verdade na 1ª edição de O Livro dos Espíritos de abril de 1857, não há nenhuma nota de Kardec a respeito da superioridade da Terra em relação a Marte ou qualquer outra comparação entre os planetas do Sistema Solar. Esta nota aparece apenas na 2ª edição de junho de 1860. Muito provavelmente ele a colocou baseado nas informações que o espírito Georges (que considero um pseudossábio e acho que Kardec foi muito tolerante e generoso com ele publicando um monte de opiniões deste espírito, talvez para nos mostrar como não podemos dar ouvidos a qualquer espírito ou por respeito à Sra. Costel), passou por intermédio da médium Sra. Costel, as quais foram publicadas depois na Revista Espírita de 1860, outubro. São hilárias as descrições que este espírito faz da vida nos demais planetas do nosso sistema. Percebe-se que eram claramente influenciadas pela visão limitada e simplória que se tinha à época, sobre a estrutura e composição destes nossos parceiros siderais. Convido a lerem e perceberem a ingenuidade destas comunicações que, hoje, não passariam pelo crivo do bom senso de, sequer, um aluno do curso médio.

2.º Kardec esclarece que os espíritos exilados eram de uma esfera desconhecida, mais adiantada e menos material que a nossa, onde o trabalho do espírito já substituía o do corpo. Emmanuel diz que eram de um dos orbes do magnífico sol Capela, que, por sinal, não é uma estrela, mas um sistema de sóis, sem a presença, aliás, de qualquer planeta; ainda assim, Emmanuel informa que o planeta-natal dos exilados adâmicos “guarda muitas afinidades com o globo terrestre”. (Cf. A Gênese, XI, 36, ou 38, conforme a edição; XII, 22, ou 23, conforme a edição. A Caminho da Luz, cap. III.)
2 – Kardec no capítulo 18 de A Gênese afirma que a grande emigração a ocorrer aqui em nosso planeta, cujos tempos são chegados, é a dos que praticam o mal pelo mal, ainda não tocados pelo sentimento do bem, os quais, já não sendo dignos do planeta transformado, serão excluídos... (item 27, A Geração Nova). Portanto, por analogia, os que vieram para a Terra estavam nesta mesma situação, ou seja: o planeta de origem estava no período de transição e estes espíritos foram então excluídos.
Ora, é justamente isto que Emmanuel esta falando! Onde está a contradição?
Também não há consenso científico a respeito de não haver uma zona habitável naquele sistema de sóis (que continua sendo conhecido como Capela). Os cálculos sugerem a existência de uma zona habitável. Vejam a simulação deste sistema:
Este sistema consiste de duas estrelas principais girando uma em torno da outra a uma distância bem próxima (menor que a distância da Terra ao Sol) e outras estrelas (talvez 7) estas porém muito distantes das duas principais. As duas estrelas principais são gigantes amarelas sendo uma 9 vezes maior que o nosso Sol e a outra 12 vezes. Vide mais informações no site Zênite:    http://www.zenite.nu/15/0615.php
Então, apesar de o Sérgio Aleixo já ter afirmado que lá não existe planeta algum, (talvez ele saiba de algo que a comunidade científica não sabe) devemos ser prudentes e encarar apenas como sua opinião e não como um fato verificável.

3.º Os espíritos informam Kardec de que os exilados vieram para a Terra, simbolizados em Adão, apenas há seis mil anos. Emmanuel sentencia que o fato se verificou “há muitos milênios”. (Cf. O Livro dos Espíritos, 51. A Caminho da Luz, cap. III.)
3 - Nas questões 50 e 51 de O Livro dos Espíritos os espíritos falam que Adão não foi o primeiro homem a povoar a Terra e que aquele a quem denominamos Adão viveu por volta de 4000 anos antes de Cristo. Nesta questão 51 não se fala, de forma alguma, em exilados. (novamente, talvez só o Sérgio Aleixo tenha recebido esta informação e saiba algo que não sabemos).
Então Kardec comenta que: “...As Leis da Natureza se opõem à opinião de que o progresso da humanidade, constatado muito tempo antes de Cristo, tenha se realizado em alguns séculos, caso o homem tivesse aparecido na Terra somente a partir da época assinalada para a existência de Adão. Para muitos, Adão é considerado, e com muita razão, mais um mito, uma alegoria, personificando os primeiros tempos do mundo.”
Fica claro que Kardec, ou os Espíritos, jamais atribuíram o início da raça humana há 6000 anos e muito menos ele menciona nestas duas questões a vinda de exilados ao nosso planeta neste período. Pelo contrário Kardec é enfático em dizer que os sinais de progresso são constatados muito tempo antes de Cristo: não em alguns séculos como seria o caso da época assinalada para Adão. Ele irá desenvolver melhor este raciocínio em A Gênese quando trata da Raça Adâmica (A Gênese 38 a 42).

4.º Kardec ensina que espíritos verdadeiramente sábios nada predizem para épocas determinadas, e que a Terra passará a mundo regenerado sem que nada mude na ordem natural das coisas; nessa transformação, exteriormente, tudo se passará “como de hábito”, tão só mediante a gradual exclusão dos menos aptos para outras esferas. Emmanuel assegura apocalíptico, que os espíritos exilados para a Terra o foram num momento em que as lutas finais estavam por lá delineadas, da mesma forma que, segundo ele, estava acontecendo conosco relativamente às transições esperadas no século XX, o qual chamou “crepúsculo de civilização”, porque se daria naquele século, não noutro, o “desfecho” dos “acontecimentos espantosos” para a “divisão das ovelhas do imenso rebanho”. (Cf. A Gênese, XVI, 16; XVIII, 26. A Caminho da Luz, caps. 3 e 25.)
4 - Emmanuel não fixou data alguma. Mencionou que: “vive-se agora, na Terra, um crepúsculo ao qual sucederá profunda noite; e ao século XX compete a missão do desfecho desses acontecimentos espantosos”.
No cap. 18 de A Gênese o espírito Arago fala das eras e ciclos pelos quais passam os mundos, estrelas e nebulosas (galáxias), ciclos estes nos quais todos os participantes interagem, reagem uns sobre os outros. Nestes ciclos ocorrem os cataclismos em virtude destas influências recíprocas.
O capítulo 18 assim é iniciado: “São chegados os tempos... em que grandes acontecimentos se vão dar para a regeneração da Humanidade”. Os acontecimentos fazem parte do processo evolutivo. Não são catástrofes que levam à total destruição. Fazem parte da execução das leis da Natureza (análise das mensagens por Kardec no item 10). A Grande revolução acontecerá no mundo das ideias. Também haverá exclusão dos espíritos que praticam o mal pelo mal, ainda não tocados pelo sentimento do bem.
Não poderíamos inferir daí que este período a que A Gênese se refere como “são chegados os tempos” já estava se iniciando àquela época e que, agora, estamos vivendo o crepúsculo dos acontecimentos?

5.º Kardec recebe dos espíritos a resposta de que, sem prejuízo para a saúde, tudo é permitido, de que a carne, na nossa organização, nutre a carne. Emmanuel diz que “a ingestão das vísceras dos animais é um erro de enormes consequências”. (Cf. O Livro dos Espíritos, 722 e 723. O Consolador, 129.)
5 - Há alguma dúvida de que a ingestão de carne é um erro de enormes consequências? É ético comer carne? Não são conhecidos os grandes prejuízos que estamos causando ao planeta apenas com o consumo da carne?
Acho que o autor vive em um mundo sem consciência do impacto ambiental que a produção de alimentos para manter os rebanhos esta causando. Produção que daria para acabar com a fome no planeta, mas que ao ser destinada aos rebanhos transformam-se em alimento para apenas uma pequena parcela da população e isto ao custo de um impacto ambiental profundo no quesito terra, água, poluição, etc.
Então pergunto: Para o espírita é ético comer carne mesmo aprovado pelos espíritos, provavelmente pouco sábios, que não sabem que tudo pode ser lícito, mas nem tudo convém?

6.º Kardec leciona que devemos rejeitar a ideia de que dois espíritos, “criados um para o outro”, devem fatalmente reunir-se na eternidade. Emmanuel defende exatamente que, “criadas umas para as outras”, as almas gêmeas buscam, sim, a união perene na eternidade. (Cf. O Livro dos Espíritos, 303-a. O Consolador, 323.)
6 - Erro de interpretão de texto do autor do artigo, pois Emmanuel jamais mencionou que haverá união perene, o que ele disse foi: “a união perene é-lhes a aspiração suprema e indefinível”.
Emmanuel também não as classificou de metades eternas o que daria a impressão de serem incompletas uma sem a outra. É a esta ideia de metades eternas que Kardec se referiu como sendo a figura que representa a união de dois Espíritos simpáticos. Kardec pede que se rejeite a ideia de dois Espíritos criados um para o outro que se reúnam depois na eternidade.
Emmanuel diz que: “... cada coração possui no Infinito a alma gêmea da sua, companheira divina para a viagem à gloriosa imortalidade”. Ele também diz que “o primeiro instante da criação do ser está mergulhado num suave mistério, assim como também a atração profunda e inexplicável que arrasta uma alma para a outra, no instituto dos trabalhos, das experiências e das provas, no caminho infinito do Tempo”.
Emmanuel solicita então que sua tese sobre as chamadas “almas gêmeas” seja mantida em sua obra. Ele não esta, claramente, se referindo a espíritos simpáticos, mas sim à ação da lei da vida, que é o AMOR que, desde as manifestações humildes dos reinos da Natureza, produz atração entre os seres. Desde as atrações magnéticas na poeira cósmica; nas “precipitações” da química; nas combinações necessárias nos reinos: vegetal e animal. A atração por esta alma “companheira divina” vai sendo sublimada até que se irmane na conquista do amor divino quando este amor será sentido pela Humanidade inteira!

7.º Kardec explica que os espíritos puros não são seres à parte na criação, mas espíritos que chegaram à meta, depois de terem percorrido a estrada do progresso, e que, por essa forma, não há criações múltiplas, nem diferentes categorias entre os seres inteligentes. Emmanuel afiança que Jesus é uma exceção, sua evolução se verificou “em linha reta” (expressão rustenista para os que nunca encarnaram) e, por isso, condicioná-lo aos “meios humanos” é “paralelismo injustificável”. (Cf. A Gênese, I, 30; XV, 2. O Consolador, 243.)
7 - Não conheço a obra de Roustaing para saber se “em linha reta” significa realmente aquele que não reencarna. O que encontrei é, referindo-se a Jesus, “aquele que não encarnou e teve a sua evolução em linha reta.” Isto é muito diferente de dizer que “em linha reta” signifique o que não reencarna.
Então, linha reta, usada por Emmanuel pode ser realmente aquele espírito que sempre seguiu o caminho do bem conforme previsto na questão 120 e 124 do Livro dos Espíritos:
Perg:. 120. Todos os espíritos passam pela fieira do mal para chegar ao bem?
Resp.: “Não pela fieira do mal, mas pela da ignorância“.
Perg.: 124. Uma vez que há Espíritos que, desde o princípio, seguem o caminho do bem absoluto e outros o do mal absoluto, haverá, talvez, gradações entre esses dois extremos?
Resp.: “Sim, certamente, e constituem a grande maioria“.
Desta forma Jesus, como todos nós, foi criado simples e ignorante, mas teria podido fazer sua evolução seguindo o caminho do bem absoluto.

8.º Kardec, ainda em 1866, registra que a mulher está emancipada moralmente, e que decerto chegará à emancipação legal pela força mesma das coisas, até porque, segundo ele, os sexos só existem no organismo; são necessários à reprodução dos seres materiais, mas os espíritos, sendo criação de Deus, não se reproduzem uns pelos outros, razão pela qual os sexos seriam inúteis no mundo espiritual. Emmanuel, além de pregar almas gêmeas, afirma machista, que “o feminismo legítimo deve ser o da reeducação da mulher para o lar, nunca para uma ação contraproducente fora dele”. (Cf. Revista Espírita. Jan/1866. As Mulheres têm alma? O Consolador, 67.)
8 - Não sei como o autor considera Emmanuel machista quando no início deste mesmo item 67 de O Consolador que ele destacou, Emmanuel diz que a mulher sempre apresentou um coeficiente mais avançado de espiritualidade.
Aliás, esta questão se referiu ao movimento feminista da época com suas bandeiras políticas e sociais as quais Emmanuel disse “... pode ser um veneno para a mulher desavisada de seus grandes deveres espirituais na face da Terra. Se existe um feminismo legítimo, este deve ser o da reeducação da mulher para o lar...”
Pergunto então: pode ser; se existe – são afirmações?
Emmanuel se refere a todas as mulheres ou àquelas que, desavisadas, poderiam interpretar o movimento feminista como uma guerra onde suas importantes funções no lar, que também é responsabilidade do homem, como disse Emmanuel no mesmo trecho, fossem abandonadas e que colocariam a instituição da família em perigo?
Quem conhece a obra de Emmanuel sabe muito bem qual a sua posição sobre o sexo feminino e não fica distorcendo os fatos objetivando denegrir o pensamento desse nobre espírito.

9.º Kardec diz que a astrologia resulta numa crença vulgar, supersticiosa, ilusória e que a influência dos astros só pode existir na imaginação. Emmanuel assevera que “as antigas assertivas astrológicas têm a sua razão de ser” e ratifica a existência das “influências astrais”, assegurando que concorrem até para o nosso nascimento e que, se não forem favoráveis essas influências, compete-nos lutar contra elas. (Cf. A Gênese, V, 15. O Consolador, 140.)
9 - Não se trata aqui de horóscopos e sim de forças magnéticas que atuam em tudo e em todos. À época de Kardec não havia um bom conhecimento de como as coisas interagem umas sobre as outras. Mesmo assim vamos encontrar em A Gênese, Cap. XVIII item 8 o espírito Arago dizendo que as influências entre os astros afetam também a matéria orgânica e que esta, por sua vez, reage sobre o Espírito.
Então fica claro que Kardec se referia, no item 12 do capítulo V de A Gênese, às crendices ligadas às influência das constelações pelos nomes que a elas eram dados.
A não ser que, como o autor do artigo, consideremos Kardec um estúpido que não soubesse das influências que os fluidos exercem sobre as coisas. Ora, Kardec foi magnetizador! Acho que isto basta para deixar bem claro que ele não era um ignorante no assunto.

10.º Kardec ensina que não chamar nenhum espírito em particular é abrir a porta a todos os que querem entrar. Emmanuel declara não aconselhar a evocação direta e pessoal “em caso algum”. (Cf. O Livro dos Médiuns, 269. O Consolador, 369.)
10 - Aqui verificamos que o conselho de Emmanuel se mostra mais prudente. Basta uma leitura atenta e completa da resposta dada por ele.
É evidente que não estamos preparados para exercer a missão do Codificador em todos os seus complexos aspectos (para isto é que Kardec se preparou e encarnou).
Se evocarmos um determinado espírito, Isaac Newton, por exemplo, e ele nos disser que o entendimento da física que ele nos trouxe é que é o correto e que o átomo e as 4 forças que hoje aprendemos na física são o produto de crenças supersticiosas, qual o proveito disto?
Kardec já fez este estudo das comunicações e nos deu bases seguras para entendê-los. O que cabe ao homem descobrir não será dado por espírito algum. Não vamos esquecer que somos também espíritos.

11.º Kardec esclarece que não basta, nas reuniões espíritas, a presença material dos integrantes; que, para uma congregação em nome de Jesus, é necessário estarem reunidos espiritualmente, pela comunhão de intenções e de pensamentos, voltados ao bem. Para ele, o Espiritismo é o Cristianismo apropriado ao desenvolvimento da inteligência e isento dos abusos; para São Luís, é o Cristianismo da Idade Moderna. Emmanuel, mesmo ressaltando a “excelência” da codificação kardequiana, oferece como modelo para reuniões espíritas o que chamou “assembleias humildes e sinceras do cristianismo primitivo”, cujos mitos de fundação, aliás, ele mesmo se encarrega de estabelecer em romances históricos, pelos quais alguns espíritas, sem serem historiadores, se prestam hoje à temeridade de julgar a própria História. (Cf. O Evangelho Segundo o Espiritismo. XXVIII, 4 e 5. Revista Espírita. Jun/1865. Nova tática dos adversários do Espiritismo. Nov/1863. Dissertações Espíritas. A nova torre de Babel. O Consolador, 373. A Gênese, XIII, 13.)
11 - Aqui o Sérgio Aleixo se perdeu completamente. Confundiu tudo. Problema de interpretação de texto novamente.
Será que acha que Kardec preferia uma reunião que fugisse do espírito do Cristianismo primitivo. Kardec não as pautava pela simplicidade?
Como será que o Sérgio acha que deve ser uma reunião espírita? Será que ele quer estabelecer alguma forma nova? Lembro a ele que ainda podemos conhecer o que esta nos evangelhos; nas cartas de Paulo e demais do Novo Testamento bem como em outros livros e termos uma ideia de como agiam os primeiros cristãos. Alguns usam também os romances de Emmanuel e outros usam livros de historiadores (para alguns historiadores, aliás, Jesus nem existiu).
Igualmente, simplicidade nas reuniões espíritas não significa que não possamos usar recursos tecnológicos; refere-se à postura, respeito, comunhão de intenções e pensamentos voltados para o bem.

12.º Kardec leciona que toda teoria vinda dos espíritos mas em contradição manifesta com o bom-senso, com uma lógica rigorosa, com os dados positivos que possuímos, por mais respeitável que seja o nome que a assine, deve ser rejeitada, em harmonia com as instruções de Erasto e Santo Agostinho, que recomendam repelirmos o que nossa razão não aceite. Emmanuel, prefaciando André Luiz, lança um preventivo maquiavélico contra a possível rejeição do leitor aos conteúdos da obra: “Se a leitura te assombra, se as afirmativas do Mensageiro te parecem revolucionárias, recorre à oração e agradece ao Senhor o aprendizado, pedindo-lhe te esclareça e ilumine”. (Cf. O Evangelho Segundo o Espiritismo, Introdução, II. O Livro dos Médiuns, 230. Revista Espírita. Jul/1863. Sobre as Comunicações dos Espíritos. Grupo Espírita de Sétif, Argélia. O Livro dos Espíritos. Conclusão, IX. Missionários da Luz.)


12 - Este irmão tem realmente um problema sério de leitura e interpretação de textos. Não consegue avaliar um texto dentro do contexto. Sugiro-lhe que faça uma leitura atenta do livro Missionários da Luz e não menospreze a sugestão de Emmanuel para que recorra à oração e agradeça o aprendizado.
O volume de informações que foram trazidas por André Luiz em 1945 deve ter sido realmente revolucionário para os leitores da época. Principalmente por detalhar assuntos que não o estavam na Codificação. Devem ter causado, e ainda causam, um furor insano nos espíritas que, como o autor, não estão preparados para perceber a grandeza deste espírito em partilhar conosco seus aprendizados no mundo espiritual.
Portanto, esta certo Emmanuel em dizer que quando se fala no trabalho do esforço próprio, na responsabilidade pessoal, na luta edificante, no auto-aperfeiçoamento, não ocultamos a desagradável impressão. É disto que ele esta falando! Isto não significa que ele não queira que a obra seja contestada. Orar e agradecer é bem diferente do que lançar à fogueira.

Um abraço fraterno a todos
Claudio

12 comentários:

  1. Acompanho o trabalho de Sérgio Aleixo há um tempo e asseguro que o trabalho dele é sério, e que a batalha que ele trava é unicamente em favor de um Espiritismo criterioso e investigativo tal qual trabalhava Kardec.
    Primeiramente, chamo atenção para uma coisa: você acusa várias vezes Sérgio Aleixo de ter sérios problemas de leitura e interpretação de texto, sendo que o mesmo é PROFESSOR DE PORTUGUÊS E LITERATURA. Ora, seria o mesmo que acusar um matemático formado e graduado de não saber fazer contas! É acusação grave, ainda mais, se por acaso, não for uma pessoa da área.
    A questão capital, ao meu ver, é que a visão de Emmanuel é apenas a opinião de um único espírito. Enquanto Kardec, prudentemente, não acatava como verdade a visão de um só espírito, mas sim analisava as comunicações de diversos espíritos em diferentes lugares e sob diversos médiuns, o que lhe deu mais segurança para afirmar as coisas que ele afirmava. Portanto, até mesmo quando o que ele dizia era hipótese, é muito mais seguro do que uma opinião de Emmanuel. Além disso, é interessante como considera o argumento de Aleixo uma opinião, no caso, opinião isolada, mas não faz o mesmo olhar critico com Emmanuel, uma vez que toma o que ele disse sobre Capela como um fato (afinal, você está defendendo-o). Qual é a garantia de que o que Emmanuel tenha falado é uma verdade, uma vez que a ciência ainda não pôde aferir com certeza? Isso já é traço de pseudo-sabedoria: o espírito falar de coisas que ainda não está ao nosso alcance comprovar. Os Espíritos superiores que trabalharam na Codificação junto a Kardec NUNCA entraram em detalhes sobre esse assunto, nem mesmo Jesus, justamente porque eram espíritos superiores. É assim que eles agem, muito ao contrário do que Emmanuel age. Você cita o Espírito Georges, falando que o considera um pseudo-sábio (o que é provável), mas Emmanuel, que age semelhante, considera-o “nobre” Espírito. Onde está a coerência? E realmente: Kardec era educado e amigável com as comunicações de vida em outros planetas, mas sempre erigiu isso como hipótese, nunca como fato doutrinário e muito menos complementação doutrinário, o contrário que fazem com Emmanuel e André Luiz.

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    1. continuando...
      “Emmanuel não fixou data nenhuma”
      Você fala uma coisa, mas o texto que você coloca em seguida do Emmanuel diz exatamente o contrário! Ele fixou data sim, e essa data é o SÉCULO XX. Era preciso que ele também fixasse os minutos e segundos para que você considere uma data?. O Século XX TERMINOU e o que ele disse não se cumpriu na época que ele demarcou, pois o mal e o materialismo ainda são predominantes nesse mundo. Nem mesmo O Espírito de Verdade, que é Jesus, no tempo em que esteve aqui e através de Kardec, assinalou o século onde ocorreria a mudança da Terra. Então porquê Emmanuel quis fazê-lo? Se isso não é ser pseudo-sábio, então é Kardec que está errado, oras. O texto é claríssimo. Só não vê quem não quer.
      Sobre Almas-Gêmeas, quando você tenta defender Emmanuel, (principalmente no ultimo parágrafo) você falou, falou,, falou, tentou interpretar o que Emmanuel estava mesmo pensando (pois isso não está no texto) e sinceramente, acabei por não entender nada do que você quis dizer...
      Se não conhece a obra de J.B.Roustaing, aconselho a conhecer, para ficar ciente dessa questão, pois Emmanuel usa claramente um termo rustenista. “Caminhar em linha reta” é o espírito que evolui no plano etéreo, ou seja, ele evolui no mundo espiritual sem sofrer a ”queda” ou o “castigo da encarnação” de acordo com a crença rustenistas. Inclusive Aleixo fez uma palestra sobre esse assunto, com o tema: “O Primado de Kardec”. É um vídeo longo, mas vale a pena assisti-lo, é só pesquisar no Youtube.

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    2. Sobre o machismo: pois é, quanto mais se tenta defender Emmanuel, mais a coisa complica... Ora, se Emmanuel falou que a mulher têm um coeficiente maior de espiritualidade, então ele falou outra inverdade: tanto em questão doutrinária (aprendemos no Livro dos Espíritos que não é o sexo que determina o grau de maior ou menor “espiritualidade” do individuo, pois isso depende do ESPÍRITO que pode animar tanto um como outro) quanto em acontecimentos que podemos observar no dia-dia (Suzanne Richtofen têm um coeficiente maior de espiritualidade que Gandhi, então??)
      Sobre a 10ª questão, seu argumento é incabível. Dizer que o conselho de Emmanuel é melhor que o de Kardec não faz sentido nenhum, pois coloca Emmanuel como uma autoridade maior que o de Kardec. Que absurdo é esse? Kardec continua sendo o maior modelo de espírita que existe até hoje, e se não agirmos como ele agia, não poderemos nunca fazer Ciência espírita, e muito menos dar-lhe complementação. A superioridade de Kardec não é desculpa para não seguirmos ou fazermos o que ele fazia, MUITO PELO CONTRÁRIO!

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    3. continuando...
      “Há alguma dúvida de que a ingestão de carne é um erro de enormes consequências? “
      Segundo a Codificação, não existe dúvida alguma, pois a carne nutre a carne, senão, de outra forma, o homem pereceria. A Codificação em nenhum momento condena a ingestão da carne. Eu, inclusive, sou bióloga, e convenhamos: Seu argumento dos “problemas ambientais” causados pelo consumo da carne é totalmente incoerente, pois se fosse assim, então o vegetarianismo também seria um erro de grave consequências, ou você acha que a AGRICULTURA não causa impacto ambiental, meu amigo? Causa sim, e muito! É erosão no solo, perda de biodiversidade, desmatamento, desertificação, e até poluição na água e resíduos. Então segundo sua lógica, ninguém deveria comer mais nada, todo mundo iria morrer de fome! O problema não está no ALIMENTO, e sim no MAU USO E MÁ ADMINISTRAÇÃO que fazemos dos RECURSOS que temos à disposição. E isso, aliás, a Codificação carimba com maestria.
      E você está equivocado quando diz que André Luiz falou de assuntos que não estavam na Codificação. Todos os assuntos já tinham sido abordados, porém André Luiz os enquadra de maneira equivocada e ainda em muitas partes contradiz com o que há dito na Codificação. Como algo que contradiz pode complementar? Outra palestra de Aleixo, “Andreluizmo”, gira em torno desse tema. E mais uma vez, você toma a visão de um único espírito como fato doutrinário, sem confrontá-la com o método de Kardec. O que é um suicídio metodológico.

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  2. correção minha:
    "E realmente: Kardec era educado e amigável com as DESCRIÇÕES da vida em outros planetas, mas sempre erigiu isso como hipótese, nunca como fato doutrinário e muito menos complementação doutrináriA."

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  3. Flávia .obrigado por seus comentários,continue assim,caso queira saber temos varios videos e artigos de Sérgio Aleixo aqui no blog.
    abraços

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  4. O Claudio precisa ler com mais atenção!

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Fico com Kardec em 1000% o próprio emmanuel disse que se o que ele falasse divergir-se dos ensinamentos colhidos por Kardec, deveríamos ficar com Kardec

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  7. Acredito que Sergio Aleixo foi corajoso em demonstrar os erros de Emmanuel. Seu trabalho não foi o de desmoralizar quem quer que fosse, mas o de esclarecer que a Doutrina Espírita não se resume a Emmanuel, e sim à obra maravilhosa codificada por Allan Kardec. A divulgação do Espiritismo precisa de pessoas que não tem medo de expor o que pensam.

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  8. Seus argumentos para defender Emmanuel são frágeis e continuam carregados de contradições, fico com Sérgio Aleixo.

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  9. Também fico com Sérgio... É só lembrar da fábrica de suco de laranja que fica inviável ser diferente.

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