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domingo, 21 de janeiro de 2024

Conhecereis a Verdade

 

Conhecereis a Verdade

DALL·E 2024-01-18 15.53.02 - A peaceful image of Jesus standing on a beach, with a serene blue and white background symbolizing the sky and sea. Jesus is depicted with a gentle an

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CONHECEREIS A VERDADE

Certa vez Jesus estava ensinando no templo e os fariseus começaram a retrucar o que ele dizia.

Dentre outras coisas, Jesus disse:

“Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos;

E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.”

Então os fariseus responderam: Somos descendência de Abraão, e nunca servimos a ninguém; como dizes tu: Sereis livres?

Jesus respondeu dizendo: “Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é servo do pecado.”

Nessa passagem Jesus deixa claro que a Verdade tem o poder de libertar o homem. É possível dizer que todo aquele que conhece e vive na Verdade, esse está livre, totalmente livre. Mas livre de que? Jesus comenta que a prisão que existe é a do pecado. Quem vive no pecado é servo do pecado, é vassalo do pecado… o pecado tem, portanto, o poder de nos aprisionar, enquanto a verdade tem o poder de nos libertar. O que seria o pecado? Como já explicamos no livro “Luminosofia: perguntas e respostas”, pecado é ir contra Deus… é viver em desarmonia com o universo, a vida e suas leis. Aquele que come demais, por exemplo, está cometendo “pecado”, pois passa mal e viola as leis da biologia do organismo. Aquele que comete excessos de todos os tipos está aprisionado a esses excessos, pois terá que lidar com as consequências de suas escolhas, está preso a elas.

Mas de que forma exatamente a Verdade pode nos libertar? Existe uma frase de sabedoria que diz assim: aquele que conta uma mentira está preso a ter que continuar insistindo naquela mentira, pois ninguém pode descobrir a verdade. A mentira, portanto, é algo que aprisiona aquele que se comprometeu com ela. Perdemos nossa liberdade de ser no instante em que optamos pela mentira, ou por viver em uma ilusão. Por exemplo, uma pessoa agride a outra pelas costas e a polícia vai investigar o autor da agressão. O agressor inventa uma estória qualquer tentando dissimular sua culpa. Dali para frente, o agressor terá que confirmar essa estória a todo momento; ele estará preso a insistir nessa estória falsa para sempre. O mentiroso estará sempre preocupado em criar estórias para esconder alguma coisa. No entanto, a pessoa sincera, que fala a verdade, não tem nenhuma preocupação, pois fala somente a verdade. E obviamente é muito mais simples falar a verdade do que ficar criando mentiras a fim de ocultar as coisas como são. A pessoa verdadeira não se preocupa em ficar dissimulando quem é, em ficar criando mentiras e insistindo nas mentiras. Mas o mentiroso nunca tem paz, pois cada mentira contada é sempre uma prisão de preocupações que ele mesmo se coloca a fim de manter a mentira. A verdade flui naturalmente dentro de nós… mas a mentira nos obriga a criar, dissimular, enganar, etc. E caímos nessa jaula para somente sair quando admitimos a verdade. Gandhi dizia que: “Assim como uma gota de veneno compromete um balde inteiro, também a mentira, por menor que seja, estraga toda a nossa vida”.

Por outro lado, muitas pessoas sentem-se bastante aliviadas quando param de mentir e dizem a verdade. Parece que, nesses casos, a verdade é um refrigério para a alma. A mentira parecia ser uma pesada carga a ser conduzida. Mas a verdade nos faz soltar essa carga emocional e caminhar livres. É como se a pessoa descarregasse todas as tensões e passasse e se sentir mais livre quando fala a verdade. Estar ao lado da verdade é sempre muito mais tranquilo.

No entanto, o ensinamento de Jesus não se restringe apenas a mentira contadas. Mas também e principalmente a pessoas que optaram por uma existência de mentiras, de ilusões. Por exemplo, uma mulher que vive um casamento de mentira e não separa apenas por causa dos filhos. Ela está infeliz no casamento, mas sorri para todos e finge estar bem, a fim de manter uma máscara social e não se comprometer. Quando o marido a toma nos braços, ela sente repulsa, mas não consegue terminar… então está presa nessa vida de mentiras, sem permitir que a verdade a liberte. Caso a moça tivesse coragem de largar a vida de mentira, ela iria se sentir livre… ao contrário de estar enjaulada num casamento forjado. Aqui observamos como a verdade poderia libertá-la… e como a mentira nos aprisiona em demasia.

No entanto, não basta apenas conhecer a verdade de forma intelectual, mas também viver dentro da Verdade. Aquele que vive com a verdade, jamais ficará encarcerado, pois a Verdade sempre nos traz a liberdade de ser. A verdade é uma vivência e não um saber intelectual. A verdade enquanto verdade está além da mente, além da razão, além do intelecto. Ela pode apenas ser experimentada, mas não podemos pensar sobre ela, posto que a mente humana não pode ainda alcançar o infinito. Não há nada mais livre do que o infinito. Tudo aquilo que é finito, é uma prisão, pois sempre estamos presos a um limite. Mas aquilo que não tem limites, é completamente aberto. Não há restrições ou fronteiras. Por isso, a verdade, para ser verdade, deve sempre ser ilimitada, não pode caber dentro de um limite.

(Hugo Lapa)

E-mail: portaldoespiritualismo@gmail.com

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