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domingo, 13 de outubro de 2013

Nos casos de obsessão, os passes ajudam, mas não bastam

Nos casos de obsessão, os passes ajudam, mas não bastam

Há em alguns setores do meio espírita quem entenda que no tratamento da obsessão basta assistir a algumas palestras e receber passes ao final da reunião, ideia essa que constitui, indiscutivelmente, grave erro.
É claro que palestras e passes são providências úteis, mas não bastam por si sós; é necessário algo mais.
O assunto foi tratado com bastante clareza por Allan Kardec no capítulo 28, itens 81 e seguintes, do livro O Evangelho segundo o Espiritismo, no qual se percebe a notória influência das experiências levadas a efeito na cidade de Marmande pelo grupo dirigido pelo Sr. Dombre.
No capítulo a que nos referimos, o Codificador reafirma a importância dos passes, mas acrescenta, como medidas importantes no tratamento, a doutrinação do agente causador da obsessão e a manifestação da vontade por parte do paciente, cuja decisão de se reequilibrar é fator primordial na evolução do tratamento desobsessivo.
Antes da publicação d´O Evangelho segundo o Espiritismo, em artigo publicado na Revista Espírita de 1862, Kardec referiu-se ao tema, ensinando que no tratamento das obsessões é importante que o paciente se esforce por adquirir a maior soma possível de superioridade por meio da vontade e da aquisição de qualidades morais.
Como se sabe, em um processo obsessivo é preciso que o paciente consiga dominar-se a si mesmo e, para isso, o recurso mais eficaz é a ação da vontade, secundada pela prece.
É-lhe, ainda, necessário pedir a seu anjo guardião e aos bons Espíritos que o assistam na luta, mas não basta solicitar que expulsem o mau Espírito. Lembrando a máxima “Ajuda-te, e o céu te ajudará”, deve pedir-lhes, sobretudo, a força que lhe falta para vencer as más inclinações, porque são elas que atraem os maus Espíritos, como a carniça atrai as aves de rapina.
Uma outra recomendação de Allan Kardec diz respeito à oração em favor do Espírito causador da obsessão, porque, segundo o Codificador, é possível, com paciência e perseverança, conduzir, na maioria dos casos, o Espírito a melhores sentimentos, transformando-o de obsessor em uma pessoa reconhecida.
De Kardec aos nossos dias, muito tempo se passou e obras inúmeras surgiram tendo por tema o tratamento da obsessão, em face do que se sabe hoje, com toda a certeza, que em um processo obsessivo ambos os litigantes são igualmente enfermos e merecem toda a nossa atenção e o nosso carinho, para que possam erguer-se e dar um novo rumo à história que originou o processo.
Cuidar apenas da pessoa que sofre o jugo obsessivo é um equívoco que não podemos permitir que ocorra em uma casa espírita bem orientada.

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