a partir de maio 2011

domingo, 21 de outubro de 2012

O Médium e a não profissionalização de sua faculdade


Conforme já sabemos, o espiritismo não é o “dono” da mediunidade, esta é inerente ao espírito e projetada ao corpo físico, como uma faculdade orgânica. Encontra-se em quase todos os indivíduos, como um meio imensurável de progresso.
Observando algumas palavras de André Luiz, psicografadas por Chico Xavier, poderemos compreender uma poderosa observação efetuada por este nosso irmão: “Deus ajuda a criatura através das criaturas”, e completamos, desencarnadas ou encarnadas, ou seja, vamos verificar que o intercâmbio estará presente em todas as etapas da natureza e em várias e diferentes condições vibracionais.
Haja vista, entre os espíritos já desencarnados médiuns também os há, que exercem fraternalmente o labor, facultando que entidades do mais alto, das esferas mais Elevadas possam também trazer palavras de consolo, orientação para àquelas que se encontram na retaguarda da evolução, ainda que o meio mais difundido seja o intercâmbio entre encarnados com os desencarnados.
Sem dúvidas, ainda que sabendo da ferramentaria disponível em suas mãos o médium transforma a mediunidade em poderoso instrumento de lamentáveis fatores de perturbação, tendo em vista o nível espiritual e moral daquele que se encontra investido de tal recurso. Não é uma faculdade portadora de requisitos morais, todavia a moralização do medianeiro fomenta sua liberação das influências dos espíritos inferiores e perversos, que se sentem, impossibilitados de causarem maior predomínio por faltarem os vínculos para a necessária sintonia.
A mediunidade não poderá ser utilizada como uma profissão naquele que já encontra-se revestido com ela, pois como processo de crescimento e purificação do próprio ser em caminhada estagiária no plano em que vive, deve ela sempre ser precedida do amor, da sintonia, buscando acima de tudo galgar mais profundos resultados. Vemos a medicina ser utilizada por médicos que visam simplesmente o ganho, todavia, dia chegará em que os médicos utilizaram esta faculdade para o bem maior, travando assim o aparecimento de uma medicina vibracional bem mais profunda e comprometida com a causa humana, conseguindo enfim, mais envolvida com o amor tratar do ser como um todo e não simplesmente corpo.
A mediunidade deve ser canalizada para fins nobres, evitando-se transformá-la em motivo de profissionalização ou espetáculos que buscam gerar emoções passageiras.
Independente da vontade de seu possuidor, funciona quando acionada pelos espíritos que a manipulam, sendo, portanto, credora de assistência moral.
O Livro dos Médiuns, nos orienta que mesmo que tentemos e não consigamos revelar nossa mediunidade de modo algum, devemos renunciar a ser médium. Mas esta referência se dirige a mediunidade em seu sentido restrito, ou seja, os efeitos físicos, psicografia, psicofonia.
Sabemos também que todos somos médiuns, pois todos sofremos influências dos espíritos e na seara do Cristo há muitas mediunidades, ainda que não sejam ostensivas, não são menos importantes.
Se não temos, pelo menos por enquanto, em nosso quadro de tarefas a mediunidade ostensiva, sejamos então médiuns do bem, das palavras de carinho, do consolo, da ajuda, do bom conselho, da caridade, pois mesmo ai, estaremos sendo envolvidos por aqueles do lado invisível que também trabalham para o engrandecimento da humanidade e o consolo dos corações aflitos.
Essa desistência a qual O Livro dos Médiuns se refere, é a desistência da prática mediúnica em si, mas não a desistência dos trabalho na seara do Pai, pois Ele nunca esquece de seus filhos, aqueles que não conseguem ver, poderão ouvir, aqueles que não conseguem psicografar, poderão ser oradores, enfim, outros sentidos nos serão emprestados para que nós possamos suprir nossas necessidades na evolução de nossos espíritos.
Quantos cursos ministrados nos Centros Espíritas, de onde, após sempre uma fase teórica de geralmente 06 meses a um ano, o aprendiz se encaminha com sintomas de mediunidade ou não para uma mesa mediúnica.
Deste ponto em diante, quando o aprendiz se exercita através da teoria e da prática, em contato mais direto e definido com a os espíritos, é que alguns conhecedores do assunto e nós também, consideramos curso de educação da Mediunidade, pois a palavra desenvolvimento está por nosso modo de ver mal empregada. Ocorre que em muitos Centros Espíritas, esse curso não tem duração definida, permanecendo o aprendiz, em insistência cansativa, sempre a ocupar o lugar de outro mais necessitado, e os anos se passam sem que sua mediunidade se aflore e apresente características ostensivas.
Aí, poderá vir a alegação de que ele é um trabalhador da Casa e não pode deixar a mesa para dar lugar a um outro ou até mesmo porque pode melindrar-se.
Nestes quadros vistos acima, nos orienta a Doutrina Espírita, que devemos ocupar este irmão, em outros pontos de trabalho do Centro Espírita, como por exemplo:
  • Passe
  • Visita fraterna
  • Acolhida à irmãos que vêem a Casa Espírita
  • Evangelização (Infantil, Mocidade, Adulta)
  • Doutrinação
  • Apoio nas reuniões mediúnicas.
  • Atendimentos fraternos na Casa
De fato, não faltam lugar para aqueles que querem realmente servir.
Então, se por acaso esta faculdade que nos impulsiona para a felicidade, não se aguçar, nas mais freqüentes que conhecemos: psicofônia e Psicografia, psicopictoriografia, tenhamos a certeza de que na Casa Espírita, há sempre lugar para médiuns- doutrinadores, evangelizadores, passistas, acolhedores, oradores, auxiliares, enfim, todos os trabalhadores e filhos de Deus.
Sempre há lugar para se praticar a fraternidade, humildade, caridade, comecemos por entender que o menor trabalho que nos for proporcionado é um trabalho importante na ajuda da construção de uma humanidade melhor e renovada.
Se estamos falando de trabalho de melhoramento moral, engrandecimento do espírito, este deve ser um trabalho que deverá durar realmente muitas e muitas encarnações, no reparo constante de nossos defeitos, faltas. Comparemos um profissional que investe anos e anos a fio para se formar num grande profissional e mesmo depois de 5,6,7 anos de estudo e muito trabalho em preparo à sua formatura, ele se forma. Isso não quer dizer que pára por aí, pois tudo evoluí e para ele poder acompanhar estas evoluções terá que se reciclar no estudo constante para poder estar sempre atualizado.
Imaginemos agora no que se diz respeito às Leis morais da vida, Leis de Deus, evolução do espírito, enfim, a busca da felicidade, a ajuda ao próximo, concordemos que este deve ser um trabalho-estudo sem tréguas, sem descanso, rumo a reforma íntima de cada um dos filhos de Deus. No que se diz respeito ao entendimento sobre o invisível, as leis da natureza, os acontecimentos, várias experiências reencarnatórias serão necessárias para o aprimoramento destes conhecimentos, possamos nos dedicar para o melhor aproveitamento dos desígnios de Deus.
Aluney Elferr Albuquerque Silva
Trecho do Artigo: Haverá tempo previsto para a educação do médium? – www.espirita.org.br

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