a partir de maio 2011

sábado, 13 de dezembro de 2014

NATAL – Uma Análise Espírita

  Natal... Época onde ocorrem mudanças de comportamento e gera diminuição de animosidade em alguns casos ocorre até perdão e paz entre conflitos antigos; o comercio estimula as compras nessa época do ano, dando a entender que estamos dessa forma comemorando do nascimento de Cristo. Nascimento esse que sempre esteve envolvido em controvérsias; para a maioria (principalmente no Ocidente) é vinte e cinco de dezembro, mas, há estudiosos que afirmam que é primeiro de Janeiro, outros dia seis do mesmo mês, para os chineses o natal seria em março, dando-nos  mostras de divergentes datas mas... Convergentes histórias.
  Existem diversas versões para a data  por exemplo conforme a Enciclopédia luso-brasileira de Cultura das Igrejas orientais, desde o século IV, celebravam a Epifania (“aparição” ou “manifestação”), em 6 de janeiro, cujo simbolismo referia-se ao mistério da vinda ao mundo do Verbo Divino feito homem. Em Roma, desde o tempo do Imperador Aureliano (274), o dia 25 de dezembro (solstício de Inverno, no calendário Juliano) era consagrado ao Natalis Solis Invicti, festa mitraica do “renascimento” do Sol. A Igreja romana não tardou em contrapor-lhe a festa cristã do Natale de Cristo, o verdadeiro “sol de justiça”. Esta festa pronto se estendeu por todo o Ocidente, não tardando também em ser adotada por todas as igrejas orientais.
  Outros pesquisadores afirmam que a data festiva foi um arranjo inventado devido à moralização das festas pagãs que eram realizadas entre 17 e 23 de dezembro pelos romanos, em homenagem ao Deus Saturno (festas Saturnais), também denominadas como as “festas dos escravos”, em razão de ser-lhes concedidas oportunidades de prazeres, aumento da quota de alimentos, diminuição dos trabalhos a que se encontravam submetidos especialmente nos campos. A igreja que enriqueceu através dos tempos pela incorporação de hábitos e costumes de varias culturas, como por exemplo, a árvore natalina é contribuição alemã do século VIII; o Papai Noel Também conhecido como São Nicolau, nasceu na Turquia no século IV; e os cartões de natal foram criados na Inglaterra, por volta do século XIX.
  Esses hábitos de enfeitar arvores ou  trocar cartões agregados a cultura natalina, conforme Carl Gustav Jung [i] em seu livro “A Natureza da Psique”  tem motivos específicos e estão armazenados em nosso inconsciente, o enfeite da arvore de natal por exemplo é um: “[...] arquétipo[ii] é natureza pura, não deturpada”  [iii], mostrando o olhar inconsciente do ato de presentear ou enfeitar a arvore no natal; Jung afirmava que: “Existem tantos arquétipos quanto às situações típicas da vida. Uma repetição infinita gravou essas experiências em nossa constituição psíquica, não sob a forma de imagens saturadas de conteúdo, mas a princípio somente como formas sem conteúdo que representavam apenas um certo tipo de percepção e ação. Quando ocorre uma situação correspondente a determinado arquétipo, esse arquétipo é ativado.” e complementa em sua obra “Os arquétipos e o inconsciente coletivo”:
  “[...] no fundo, o homem jamais soube o que significavam, e só recentemente a humanidade protestante percebeu que não temos a menor ideia do que quer dizer do nascimento virginal, a divindade de Cristo, e as complexidades da Trindade. Até parece que essas imagens simplesmente surgiam e eram aceitas sem questionamento, sem reflexão, tal como as pessoas enfeitam as árvores de Natal e escondem ovos de Páscoa, sem saberem o que tais costumes significam. O fato é que as imagens arquetípicas têm um sentido a priori tão profundo que nunca questionamos seu sentido real.” [iv]
  Em resumo, muitos esqueceram os por quês e os para quês  de seus atos no natal, enfeitam as arvores, trocam presentes e cartões, mas... Não fazem ideia dos reais motivos desses atos, suas representações, passam a executar atos mecânicos.
  Sob esse prisma percebemos e passamos a entender o porquê muitos perdões e reconciliações só ocorrem nessa data, e muitas vezes só perduram alguns meses.
  Mas, será que Cristo pregava esse tipo de atitude mecânica? Claro que não, a comemoração de nascimento (seja qual for a data), deve ser uma conscientização de nossos atos para com os outros, conforme a Doutrina Espírita, Jesus foi o divulgador da segunda revelação da lei de Deus, pois a primeira viera com Moisés, no monte Sinai, onde recebera a tábua dos Dez Mandamentos. Como Moisés misturou a lei humana com a lei divina, Jesus veio para retificar o que de errado havia, como é o caso de transformar a lei do “olho por olho” e a do “dente por dente” na lei do amor e do perdão. A sua pregação da boa nova veio ensinar ao homem a lei de causa e efeito e da justiça divina, quer seja nesta ou na outra vida, ou seja, a vida futura. Allan Kardec, com o auxílio dos Espíritos superiores, deu continuidade a esta grande obra de elucidação dos caminhos da evolução.
  Emmanuel no livro o Roteiro [v], o espírito afirma que antes de Cristo, a educação era lamentavelmente pobre, o cativeiro era lei, os pais podiam vender seus filhos etc. Jesus, entretanto começa uma nova era. Seus discípulos iluminados com sua divina influência consagram-se em serviços semelhantes; Simão Pedro  e os companheiros dedicam-se aos doentes e infortunados, instituem casas de socorro para necessitados  e escolas de evangelização para o espírito popular.   
  Avaliando sobre essa ótica Augusto Cury [vi] nos brinda com frase:
  “Ele (Jesus) foi o mestre da sensibilidade. Muitos queriam milagres, mas ele demonstrou que o maior milagre estava em descobrir os segredos das coisas simples e quase imperceptíveis. [...] Jesus contemplava tanto os elementos da natureza, como as sementes, as árvores, o tempo, os pássaros que os utilizava com maestria em suas parábolas para promover a arte de pensar. Ele foi o Mestre dos mestres da qualidade de vida porque sempre achou tempo para fazer das pequenas coisas um espetáculo aos seus olhos”. [vii]
  O Natal deve ser entendido como a lembrança dos ensinos de Jesus em cada uma de nossas ações. Esse ano, quando estivermos comemorando o nascimento de Cristo, que tenhamos consciência de nossos atos... Que nos lembremos dos ensinamentos de Jesus.
  Feliz Natal... E que os ensinamentos do “Mestre” dos mestres vos contaminem e perdure em vossas mentes não só no nascimento de cristo, mas por todos os dias.

Referencias Bibliográficas:
[i] Carl Gustav Jung (Kesswil, 26 de julho de 1875 — Küsnacht, 6 de junho de 1961) foi um psiquiatra suíço e fundador da psicologia analítica, também conhecida como psicologia junguiana.
[ii] Arquétipo é uma palavra que vem do grego arché que significa “princípio” e typos que significa “modelo”. Assim, originalmente arquétipo seria um modelo do princípio das coisas. * Os princípios devem orientar-se por um modelo e essa representação dos modelos são os chamados arquétipos. * Arquétipos  é uma impressão psicológica que daria à psique uma faculdade para formar sempre as mesmas imagens, ou para reagir de modo sempre semelhante a circunstâncias dadas.
[iii] Jung. Carl. G. A Natureza da Psique.  Tradução de Pe. Dom Mateus Ramalho Rocha, OSB . Cap. G. PATTER OS BEHAVIOR [FORMA COMPORTAMENTAL] E ARQUÉTIPO. Ed. Vozes. Petrópolis/RJ. 1971
[iv] Jung. Carl. G. Os arquétipos e o inconsciente coletivo. Tradução Maria Luíza Appy, Dora Mariana R. Ferreira da Silva Ed. Vozes. Petrópolis/RJ 2000. 
[v] XAVIER, Francisco C. O Roteiro, cap. 21. Ed. FEB. Rio de Janeiro. 1980.
[vi] Augusto Jorge Cury: médico, psiquiatra, psicoterapeuta e escritor de literatura psiquiátrica, pesquisador na área de qualidade de vida e desenvolvimento da inteligência, Cury teria desenvolvido a teoria da Inteligência Multifocal, sobre o funcionamento da mente humana no processo de construção do pensamento e na formação de pensadores.
[vii] CURY, Augusto. 12 semanas para mudar de vida. Ed. Planeta.  Rio de Janeiro. 1998.

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