a partir de maio 2011

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Lucifer

 Amigos,
Mais uma dúvida enviada por email para o ArteFolk. Esta diz respeito a uma figura já muito batida, muito desprezada e, também, muito temida por alguns.
Afinal, existe mesmo um Lúcifer?
A pessoa que me mandou a dúvida falou de Lúcifer como uma entidade criada para ser o contra-ponto a Deus, ou seja, enquanto Deus seria a personificação do bem, Lúcifer seria a personificação do mal.
Bom, minha opinião a respeito disso é a seguinte:
A ideia da criação de um ser que personificaria toda a maldade do ser humano não faz nenhum sentido, tanto quanto não faria a criação de um ser que personificasse toda a bondade do ser humano. Isso porque o ser humano não é, necessariamente, parâmetro para nada e, também, porque nenhum ser está fadado ao comodismo. Tudo evolui, tudo se modifica e tudo sempre tem um caminho a seguir, desde a mais simples partícula de poeira até a mais complexa galáxia. Nada é estático, tudo está em movimento, tudo vibra.
Mas nós podemos pegar a famosa história do “caído” e observarmos o quanto essa história tem fundamentos místicos e, aí sim, poderemos entender melhor um pouco essa figura controversa.
Lúcifer, segundo nos conta a mítica bíblica, era o anjo preferido de Deus. Isso em si já é um absurdo, se julgamos que Deus é justo ele não pode ter um preferido. A história conta, enfim, que Lúcifer tenta usurpar o trono de Deus e é renegado ao inferno, ou seja, ele “cairia” do céu e teria sua existência renegada a periferia do paraíso.
Lúcifer quer dizer “aquele que porta a Luz”. Luz, iluminar-se, sempre se referiu ao conhecimento. Aquele que tem muita luz é aquele que conhece muitas coisas, sejam profanas, sejam sagradas. A história de Lúcifer, como contada acima, tem muito mais um caráter político do que religioso: Aquele que conhece muito vai contra a igreja vigente da época. Abre sua mente, abre sua percepção, começa a entender que o encontro com Deus vai além da necessidade de um sacerdote e a “salvação” não depende do padre ou da igreja
Agora, nós podemos observar isso de uma forma mais ocultista também: Lúcifer é o portador do conhecimento. Seria, realmente, o antagonista da fé (Deus), já que para se ter fé é preciso que não se saiba. Fé quer dizer exatamente isso: Acreditar em algo que não se sabe se é real. A partir do momento que você se ilumina e passa a ter uma certeza “científica” daquilo, isso deixa a ser fé e passa a ser outra coisa. Se tivéssemos certeza que Deus existe assim como sabemos que o golfinho existe, não teríamos fé, simplesmente saberíamos de sua existência. O valor de nossa fé está exatamente em acreditar sem conhecer.
Uma vez ouvi de um irmão que Lúcifer é aquele espírito que nos recebe quando desencarnamos e nos mostra o que fizemos de errado em nossas vidas encarnadas (existiriam, então, vários Lúciferes). Ele aponta os erros que cometemos e nos mostra o que deveremos fazer para acertar isso. Pela nossa “raiva” em termos nossos defeitos desfraldados de forma tão nítida, acabamos (quanto espíritos e a ideia permanece depois do reencarne, de forma inata) culpando-o por nossa “desgraça”, ou seja, nosso reencarne (lembrem-se que o Espírito da Verdade já dizia que para um espírito, o ato de reencarnar é como o ato de estar preso em uma penitenciária, tolhido de sua liberdade e de sua plena capacidade) seria, de uma maneira egoísta, culpa de Lúcifer. Eu gosto, de certa forma, desta versão.
Outra coisa que podemos levar em conta:
Existe uma “hierarquia energética” entre os espíritos. O próprio Kardec nos conta isso quando fala que os espíritos se diferenciam pela sua moral e exercem influências uns sobre os outros. Então, se observarmos o lado negativo da energia, encontraremos representantes cada vez mais “baixos”, ou melhor, mais negativos até uma última linha, quando os espíritos ainda mais negativos estarão renegados a outras esferas, outros planetas. Estes últimos estão moralmente muito abaixo de nós mesmos (encarnados), ou seja, não tem nem noção do que é moralmente certo ou errado (como nós temos, de certa forma). Podemos assumir que esses espíritos, também, são Lúcifer.
Concluindo: Não acredito na versão bíblica (literalmente) sobre Lúcifer, mas acredito que esta seja uma versão metafórica do que é este espírito mesmo. Assim como muitas outras coisas, elas eram transmitidas de forma que as pessoas entendessem e, aparentemente, muita gente entende de uma forma completamente desconexa.
Abs.

http://www.artefolk.com.br/novo/lucifer/


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