a partir de maio 2011

terça-feira, 1 de julho de 2014

Amar a Deus não é amar a lei.

Estivemos constantemente dizendo que única lei de Deus é amar a Deus sobre todas as coisas. 
A segunda lei, parecida com essa, é amar ao próximo como a si mesmo. Pois o próximo é Deus emanado. É o filho de Deus.
Mas qual o significado de amar a Deus sobre tudo, e porque esse mandamento é desprezado pelos seres humanizados que dizem buscar a Deus?
Primeiro, vou explicar porque esse mandamento é desprezado. Juntando estas informações, ao que está escrito na carta aos Romanos, de Paulo, será possível entender porque Deus escolhe pela fé, e não pelos “bons procedimentos”. 

Esse mandamento é desprezado porque o ser humanizado adepto do pensamento religioso não o vê como um mandamento, isto é, uma lei universal.  Mas sim como um conselho, ou um caminho, para atingir um outro objetivo. A sua finalidade não é amar a Deus. Sua finalidade é atingir esse outro objetivo. 

Quando o Ego Humano adquire a informação de que existe um Deus, o seu trabalho é perseguir uma forma racional de utilizar essa informação para a sua própria satisfação. É sempre nesse sentido que a razão humana trabalha. Pois a função da mente é, a todo momento,  oferecer ao Espírito algo em troca do amor de Deus. Algo que lhe satisfaça, não só materialmente. Mas algo que o faça também sentir-se vitorioso, sentir-se elogiado ou sentir-se famoso. Pois tudo isso, embora não sejam bens materiais, são bens mundanos.
Nisso consiste a prova do Espírito.
E a forma que ele se satisfaz com essa informação, é quando a mente adquire a posse de uma sabedoria que indique bons e maus procedimentos. 
É dessa forma que muitas religiões foram instituídas, partindo de ensinamentos espiritualistas, para práticas humanas (Deve-se fazer isso, não deve-se fazer aquilo). Paulo de Tarso ensina estas coisas aos Romanos sobre as leis da sua época. Mas o fundo do ensinamento vale para as leis de qualquer época.

Ao longo do tempo, a lei evoluiu. Ela se tornou mais racional.
Mas o que mudou do tempo de Paulo, para os dias de hoje? 
Nada, pois a lei continuou sendo lei. Práticas que devem ser adotadas, e práticas que não devem ser adotadas. 
Assim fica explicado o verdadeiro objetivo do ser humanizado. Ser um cumpridor das leis mundanas. Isso é, ser um cumpridor das práticas que sejam boas para ele. Mas buscando ser apenas um cumpridor da lei dos bons procedimentos, despreza a verdadeira lei de amor a Deus, que consiste também no desapego de todas as leis (que é deixar de cumprir a lei por obrigação, ou não acusar o próximo de não cumpri-la). E engana a si mesmo e aos outros, dizendo que ama a Deus sobre todas as coisas, quando está apenas amando a si mesmo, fazendo o que acha certo. E fazendo o que acha certo, crê na sua recompensa, quando o que o espera, realmente, é o destino dos hipócritas e dos “professores da lei”, mencionados por Cristo nos evangelhos.

Assim dizem e ensinam uns aos outros: “Amemos a Deus, e amemos ao próximo, para cumprir a lei de Deus e o mundo seja melhor”. Quando deveriam dizer: “Amemos a Deus, para que Deus seja amado”.
Pois apenas essa deveria ser a finalidade. O resto, ou seja, “o que acontece no mundo”, deve ficar no mundo. Pois o Espírito leva, do mundo, apenas o aprendizado de amor a Deus.
As leis de Deus não garante ao ser humano bens mundanos. Mas garante ao Espírito a paz, a felicidade, e a vitória sobre o humanismo, que é o seu objetivo.

Paulo ensina que aquele que cumpre a lei somente por achar que ela deve ser cumprida, isto é, porque o raciocínio diz que é moral cumprir, e imoral descumprir, está debaixo da lei, mas não debaixo da graça (que é a entrega e confiança absoluta a Deus). E estes, pela própria lei serão julgados, pois ao fazerem dessa forma, isto é, ao apontar o moral e o imoral nos atos exteriores de outros seres humanos, condenam a si mesmos. 
Eis a armadilha, ou o paradoxo da lei. Fazer com que aqueles que à ela se entregam, à ela fatalmente descumpram.
Desse modo, não é que a lei seja aniquilada. Mas ela é estabelecida no seu verdadeiro sentido, que é o sentido espiritual. E não o seu sentido mundano.

Se isso tudo é verdade, pergunta-se: Qual é então a função da lei? Para que Deus prescreve ao ser humanizado normas de conduta? 
Em uma palavra: Prova. A lei existe para provar o ser humano, no sentido de ver se ele se apega a lei, ou se buscará amar a Deus sobre todas as coisas. Ou seja, para ver se ele consegue colocar o amor a Deus acima da sabedoria do bem e do mal. 
Dito de outro modo, para ver se a atitude do Espírito encarnado será igual a do Publicano, ou igual a do Fariseu, na parábola de Cristo, onde ambos oram a Deus ao mesmo tempo. 
(Lucas 18:9-14)
O que Deus quer saber, não se o humano executará aquilo que a sua mente aceita como bem ou mal. Até porque, quando o ser humano pensa ser livre e autônomo em agir positivamente ou negativamente contra outro ser humano (que é filho de Deus), engana-se. Pois Deus é o único que age, em nome da justiça. O ser humanizado, exteriormente, apenas cumpre a Sua ordem, ou seja, apenas faz acontecer a justiça de Deus. Ele pode fazer isso consciente, ou seja, sabendo que a sua própria ação é a ação de Deus, ou inconsciente, ou seja, crendo-se senhor da própria vida. De um modo ou de outro, a vontade de Deus está sendo realizada, uma vez que Deus está em tudo.

Tendo isso sido compreendido, a pergunta seguinte é: O que significa, então, amar a Deus?
Amar é Deus, enquanto encarnado, é dizer “louvado seja Deus” para tudo o que acontece na vida, sem exigir explicação. Essa é a única forma de driblar as proposições da mente egoísta, que bombardeia o Espírito de provas e tentações. Mas não é o simples fato de dizer, mas sentir. Sentir-se harmonizado com o acontecimento presente, que é a ação de Deus. 
Se Deus é tudo, e tudo é Deus, amar a Deus é amar o todo. Não ver distinção em nada que existe. 
Quando o raciocínio humano (o ego), por sua própria natureza, separa alguma coisa do todo, para julgá-la, e dar a isso uma avaliação de bom ou ruim, bem ou mal, bonito ou feio, ele está propondo ao Espírito algo em troca do amor de Deus. Está propondo a sabedoria das coisas. E essa é a prova do seu egoísmo. Cabe ao Espírito não acreditar no que a mente lhe sopra aos ouvidos. Mas apenas observar e utilizar a sua fé para dizer: louvado seja Deus. 
Quando o Espírito acredita no julgamento que a mente faz, sobre qualquer coisa que exista, é como se ele estivesse julgando Deus. 
O trabalho que o Espírito vem fazer nesse planeta, em essência, é libertar-se do saber. Pois qualquer coisa que o ser humanizado afirme saber estará, através desse saber, julgando, questionando ou avaliando algo que foi criado pela inteligência suprema. 
Mesmo as coisas que para o ser humano são “horrorosas”, “hediondas”, “macabras”, ele deveria se abster de julgá-las.  Pois Deus, sendo a causa primeira de todas as coisas, e não podendo portanto existir nada que preceda a Deus na criação do universo, e no modo que e esse universo funciona, certamente criou todas essas coisas. Embora o Espírito tenha responsabilidade sobre o fato de tais coisas acontecerem, todas elas já estavam desenhadas na mente de Deus, desde a eternidade. E todas essas coisas horrorosas que a mente humana julga de tal maneira, nunca deixarão de existir, no laboratório do universo. O que prova que são perfeitas, porque existem.
Visto esse assunto de forma superficial, sem aprofundá-lo adequadamente, parece algo muito simples amar a Deus. Tão simples que até incomoda a razão. Evolução espiritual deve parecer ser algo difícil, complexo, que só se aprende adquirindo muita sabedoria e conhecimento intelectual. 
Ao contrário, a sabedoria e o intelecto (ou seja, a posse de verdades) são os maiores obstáculos do Espírito, para o exercício do auto-conhecimento. 
Seu objetivo (nada fácil) é então libertar-se de tudo o que não deixa ele fazer o simples. Ou seja, libertar-se das posses, desejos e paixões da vida humana. A única forma de fazer isso, é observando a própria mente. Não se prendendo às armadilhas que ela cria, a cada minuto da encarnação, para prender o Espírito à vida mundana.


Sejam felizes! 
Abraços!


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