a partir de maio 2011

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Ver e não crer

A revista “Veja” trouxe anos atrás uma reportagem sobre o poderosíssimo telescópio “Hubble” que completava, na época, quinze anos de lançamento pela NASA, fotografando longínquos locais do Universo e ampliando o conhecimento do ser humano tão pequenino e, infelizmente, tão autocredor de sabedoria.
Esse fantástico telescópio trouxe para a Terra imagens distantes a 12 bilhões de anos-luz! Suas câmaras captaram 700.000 imagens e confirmaram algumas teorias importantes da Astronomia moderna.
Em comemoração a esses quinze anos do telescópio varrendo o espaço cósmico, a NASA divulgou algumas imagens impressionantes captadas por suas lentes. Entre elas, mostra a nebulosa da Águia que se apresenta como uma nuvem de poeira e gases que se estende por 9,5 anos luz (um ano-luz corresponde a um percurso de 9,5 trilhões de quilômetros)! A outra foto publicada traz a imagem de uma galáxia denominada de M51. Essas duas regiões do espaço são berços de estrelas novas que não param de nascer.
Na reportagem, a nebulosa da Águia se apresenta como uma imensa nuvem que se levanta levando em seus braços as estrelas recém-nascidas. Já por sua vez, a galáxia M51 apresenta–se como uma espiral luminosa a se espreguiçar pelo Universo infinito, esticando-se em direção a outras galáxias.
Dissemos essas palavras introdutórias que, na aparência, nada têm a ver com a Doutrina Espírita, mas que despontam como prova da existência de um Autor de toda essa perfeição, Autor esse sobre o qual o orgulhoso ser humano vive a exigir provas de Sua existência.
Será que essas imagens geradas pelo poderoso telescópio Hubble não servem como uma prova que atende ao axioma da própria ciência de que não existe efeito sem causa?
Ao constatar essa pequena parcela grandiosa da Criação, o ser humano não consegue dobrar-se diante da realidade, curvando-se no orgulho e reconhecendo que essa expansão ordenada do Universo necessita ter um plano inteligente que não pode ser obra de um mero acaso?
Tão somente pela questão de número 1 de “O Livro dos Espíritos”, Kardec revela toda a sua inteligência ao indagar aos Espíritos Superiores que coordenavam a obra da Codificação: que é Deus e não quem é Deus!
A resposta à questão de Allan Kardec deveria ser lida por todo cientista: “Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas”.
Eis aí ao alcance da mais precária inteligência, não embotada pelo orgulho e pela vaidade, a resposta simples às imagens captadas pelo telescópio Hubble.
É perfeito Carlos Torres Pastorino (Espírito) quando coloca no livro “Impermanência e Imortalidade”, psicografado por Divaldo Pereira Franco: “No princípio... a Terra era vazia e havia trevas sobre a face do abismo. (Gênesis, 1:1-2)... e Deus iniciou a Sua Obra, mais grandiosa do que aquela que conhecemos... Por mais que a inteligência humana recue na busca desse princípio, o primeiro momento desaparece no tempo e no espaço, sem qualquer concepção que possa apresentar um limite, perdendo-se no infinito que dimensiona a humana ignorância a respeito da Causalidade Absoluta”.
Mesmo apanhando num lapso de tempo e de espaço as imagens da Nebulosa da Águia e da galáxia M51 como dois berçários de novas estrelas como prova de que a obra da criação planejada não cessa, o pequeno homem do discreto planeta Terra não se dobra em seu orgulho e vaidade às provas confeccionadas pelo próprio ser humano, exigindo sempre novos fatos que vão além da sua capacidade de entendimento, para admitir a existência da Inteligência Suprema, causa primeira de todas as coisas!
Um outro questionamento suscitado pela referida reportagem da revista “Veja”, com as publicações belíssimas da Nebulosa da Águia e da galáxia M51, é a afirmativa de Jesus em João, capítulo XIV, vv. 1 a 3: “Não se turbe o vosso coração. Crede em Deus, crede também em mim. Há muitas moradas na casa de meu Pai; se assim não fosse, já eu vo-lo teria dito, pois me vou para vos preparar o lugar”.
Olhando as fotos espetaculares estampadas na reportagem de estrelas novas como que acolhidas em uma mão de nuvens e de uma galáxia espreguiçando-se no Universo infinito, qualquer inteligência mediana concluirá que o pequenino planeta Terra, com os seus orgulhosos habitantes, não é suficiente para representar toda a grandiosidade da obra da Criação! É necessário e indiscutível haver outros milhares de planetas habitados pelos mais diversos tipos de alunos que compõem a Obra perfeita de Deus.
Deixemos que Santo Agostinho encerre nosso artigo com a reprodução de um pequeno trecho de sua comunicação realizada em Paris, em 1862, contida no capítulo III do “O Evangelho Segundo o Espiritismo”: “Entre as estrelas que cintilam na abóbada azul do firmamento, quantos mundos não haverá como o vosso, destinados pelo Senhor à expiação e à provação! Mas também os há mais miseráveis e melhores, como os há de transição, que se podem denominar de regeneradores. Cada turbilhão planetário, a deslocar-se no espaço em torno de um centro comum, arrasta consigo seus mundos primitivos, de exílio, de provas, de regeneração e de felicidade”.





RICARDO ORESTES FORNI
iost@terra.com.br
Tupã, SP (Brasil)
http://www.oconsolador.com.br/ano8/364/ricardo_forni.html

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