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sexta-feira, 7 de março de 2014

Perfeição e aperfeiçoamento

O homem progredirá sempre e incessantemente, mas em quantidade finita; a soma de seus progressos não será jamais senão de uma perfeição finita, que não poderia atingir a Deus, o infinito em tudo. 
Não há, pois, injustiça da parte de Deus em que suas criaturas jamais o possam igualar. 
A natureza de Deus é um obstáculo intransponível a um tal fim do Espírito; sua justiça não poderia permiti-lo, porque se um Espírito atingisse a Deus, seria o próprio Deus. 
Deus faz bem o que faz e o homem é demasiadamente pequeno para se permitir pesar as suas decisões.
À medida que o homem avançar para a perfeição, seus olhos abrir-se-ão à luz, e a névoa que os cobre dissipar-se-á. 
Trabalhando seu melhoramento presente, chegará mais cedo do que se perdendo em conjecturas. (R.E., agosto de 1866, “Perfectibilidade dos Espíritos”)(1) 
A inferioridade das faculdades do homem não lhe permite compreender a natureza íntima de Deus. 
Na infância da Humanidade, o homem o confunde muitas vezes com a criatura, cujas imperfeições lhe atribui; mas, à medida que nele se desenvolve o senso moral, seu pensamento penetra melhor no âmago das coisas; então, faz ideia mais justa da Divindade e, ainda que sempre incompleta, mais conforme à sã razão. (L.E. 11)(2)
Todos os globos que se movem no espaço são habitados e o homem terreno está longe de ser, como supõe, o primeiro em inteligência, em bondade e em perfeição. (L.E. 55)(2) 
São de diferentes ordens os Espíritos, conforme o grau de perfeição que tenham alcançado. (L.E. 96)(2)
A alma que não alcançou a perfeição (relativa) durante a vida corpórea, pode acabar de depurar-se sofrendo a prova de uma nova existência. (L.E. 166)(2)
Todos os Espíritos tendem para a perfeição e Deus lhes faculta os meios de alcançá-la, proporcionando-lhes as provações da vida corporal. Sua justiça, porém, lhes concede realizar, em novas existências, o que não puderam fazer ou concluir numa primeira prova. (L.E. 171)(2)
Os Espíritos puros habitam certos mundos, mas não lhes ficam presos, como os homens a Terra; podem, melhor do que os outros, estar em toda parte. 
De todos os mundos que compõem o nosso sistema planetário, a Terra é dos de habitantes menos adiantados, física e moralmente, sendo-lhe Júpiter superior de muito, a todos os respeitos. (L.E. 188)(2) 
Não podendo os Espíritos aperfeiçoar-se, a não ser por meio das tribulações da existência corpórea, segue-se que a vida material seja uma espécie de crisol ou de depurador, por onde têm de passar todos os seres do mundo espírita para alcançarem a perfeição. 
Eles se melhoram nessas provas, evitando o mal e praticando o bem; porém, somente ao cabo de mais ou menos longo tempo, conforme os esforços que empreguem; somente após muitas encarnações ou depurações sucessivas, atingem a finalidade para que tendem. (L.E. 196)(2)
Toda virtude tem seu mérito próprio, porque todas indicam progresso na senda do bem. Há virtude sempre que há resistência voluntária ao arrastamento dos maus pendores. 
A sublimidade da virtude, porém, está no sacrifício do interesse pessoal, pelo bem do próximo, sem pensamento oculto.
A mais meritória é a que assenta na mais desinteressada caridade. (L.E. 893)(2)
O meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à atração do mal, consiste no: conhece-te a ti mesmo. 
Aquele que, todas noites, evocasse todas as ações que praticara durante o dia e inquirisse de si mesmo o bem ou o mal que houvera feito, rogando a Deus e ao seu anjo de guarda que o esclarecessem, grande força adquiriria, para se aperfeiçoar, porque Deus o assistiria. (L.E. 919)(2)

1. KARDEC, Allan. Revista Espírita.
2. ________. O Livro dos Espíritos


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