a partir de maio 2011

domingo, 3 de novembro de 2013

Preguiça

Podem deixar de ser simpáticos um ao outro dois Espíritos que já o sejam?
– Certamente, se um deles for preguiçoso. (L.E., 303/a)(1)
O orgulhoso será castigado no seu orgulho, mediante a humilhação de uma existência subalterna; o mau rico, o avarento, pela miséria; o que foi cruel para os outros, pelas crueldades que sofrerá; o tirano, pela escravidão; o mau filho, pela ingratidão de seus filhos; o preguiçoso, por um trabalho forçado. (L.E., 399)(1)
Pois que lhes era facultada a escolha, por que preferiram uma existência que nenhum proveito lhes traria?
– Entre os Espíritos também há preguiçosos que recuam diante de uma vida de labor. 
Deus consente que assim procedam.
Mais tarde compreenderão, à própria custa, os inconvenientes da inutilidade a que se votaram e serão os primeiros a pedir que se lhes conceda recuperar o tempo perdido. 
Pode também acontecer que tenham escolhido uma vida útil e que hajam recuado diante da execução da obra, deixando-se levar pelas sugestões de Espíritos que os induzem a permanecer na ociosidade. (L.E., 574/a)(1)
Então, como o preguiçoso, lamentam o tempo perdido. Sabei que o Espírito não pode adquirir conhecimento e elevar-se senão exercendo a sua atividade.
Se adormece na indolência, não se adianta. Assemelha-se a um que precisa trabalhar e vai passear ou deitar-se, com a intenção de nada fazer.
Cada um terá que dar contas da inutilidade voluntária de sua existência, inutilidade sempre fatal à felicidade futura.
Para cada um, o total dessa felicidade futura corresponde à soma do bem que tenha feito, estando o da infelicidade na proporção do mal que haja praticado e daqueles a quem haja desgraçado. (L.E., 988)(1)
Sobre este tema, Cairbar Schutel, no livro Fundamentos da Reforma Íntima, dá-nos preciosa contribuição, nos itens 702 a 716, dos quais ressaltamos nesta oportunidade:
Vez ou outra, muitos encarnados encontram na preguiça um escape para suas pressões do cotidiano. O grande mal é torná-la uma praxe na existência material. (707)
É preguiçoso desde aquele que não quer trabalhar para sustentar-se e aos seus até o que não consegue organizar seu tempo para dar conta de tudo o que tem para fazer. Neste contexto está presente a preguiça mental. (709)
Somente compreendendo a importância do labor e do exercício do raciocínio, aceitando-os como atividades necessárias do corpo e do espírito é que poderá (ao ocioso) haver preciso combate à preguiça. (713)
O ocioso é um egoísta por excelência. Também o é o individualista, sob alguns aspectos. Pode o encarnado que se isola ser um trabalhador exemplar, mas a sua preguiça está concentrada em não ter paciência, nem vontade, para conviver com seus semelhantes. Não deixa de ser fruto da indolência a falta de gosto pela integração social ou familiar, visto que a convivência exige e demanda trabalho espiritual da resignação, atenção, zelo, solidariedade e outras virtudes que, ao preguiçoso, parecem insustentáveis. (714)
A preguiça não deve afetar a fé, porque, se tal ocorrer, tornar-se-á muito difícil reverter o ócio pela reforma íntima. Esta pressupõe ao menos a fé para que haja, em seguida, o fortalecimento da vontade. (715)
Também de Cairbar, no livro Conversando sobre Mediunidade, no capítulo IX, que trata dos sonhos, item “Lembranças e sentimentos”, temos:
Preguiça: frustração com a vida física, fuga, imagens relacionadas com isolamento, tentativa de afastamento de elementos que possam trazer reminiscências da vida material, à qual está inadaptado, decepção.
Na definição do Dicionário Lello Prático Ilustrado, a preguiça é vício que consiste na aversão ao trabalho, ao estudo, à vida ativa.

1. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos.

http://www.oclarim.org/site/

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