a partir de maio 2011

sábado, 12 de outubro de 2013

Violência e vingança

Toda palavra ofensiva exprime um sentimento contrário à lei do amor e da caridade que deve presidir as relações entre os homens e manter entre eles a concórdia e a união.
Constitui um golpe desferido na benevolência recíproca e na fraternidade.
Entretém o ódio e a animosidade.
A caridade para com o próximo é a lei primeira de todo cristão. (Ev. IX 4)(1)
Até agora os bens da Terra são açambarcados pelos violentos, em prejuízo dos que são brandos e pacíficos.
Quando a humanidade se submeter à lei de amor e de caridade deixará de haver egoísmo; o fraco e o pacífico já não serão explorados, nem esmagados pelo forte e pelo violento. (Ev. IX 5) (1)
O mundo está cheio dessas criaturas que têm nos lábios o sorriso e no coração o veneno.
São brandas, desde que nada as agaste, mas mordem à menor contrariedade.
A língua de ouro quando falam pela frente se muda em dardo peçonhento quando estão por detrás. (Ev. IX 6) (1)
A cólera é contrária à caridade e à humildade cristãs. (Ev. IX 9) (1)
Um Espírito pacífico, ainda que num corpo bilioso, será sempre pacífico.
Um Espírito violento, mesmo que num corpo linfático, não será brando.
Aquele que queira corrigir-se, sempre o pode. (Ev. IX 10) (1)
A vingança é um dos últimos remanescentes dos costumes bárbaros. É, como o duelo, um dos derradeiros vestígios dos hábitos selvagens.
A vingança constitui indício certo do estado de atraso dos homens que a ela se dão e dos Espíritos que ainda a inspiram.
A vingança é uma inspiração tanto mais funesta, quanto tem por companheiras assíduas a falsidade e a baixeza.
Aquele que se entregar a essa fatal e cega paixão quase nunca se vinga a céu aberto.
Quando ele é o mais forte, cai qual fera sobre o outro a quem chame de seu inimigo, desde que a presença deste último lhe inflame a paixão, a cólera, o ódio.
Porém, a mais das vezes assume aparências hipócritas, ocultando nas profundezas do coração os maus sentimentos que a animam.
Toma caminhos escusos, segue na sombra o inimigo, que de nada desconfia, e espera o momento azado para sem perigo feri-lo.
Esconde-se do outro, espreitando-o de contínuo, prepara-lhe odiosas armadilhas e, em sendo propícia a ocasião, derrama-lhe no copo o veneno.
Quando seu ódio não chega a tais extremos, ataca-o então na honra e nas afeições; não recua diante da calúnia e suas pérfidas insinuações, habilmente espalhadas a todos os ventos, se vão avolumando pelo caminho.
Em consequência, quando o perseguido se apresenta nos lugares por onde passou o sopro do perseguidor, espanta-se de dar com semblantes frios, em vez de fisionomias amigas e benevolentes que outrora o acolhiam.
Fica estupefato quando mãos que se lhe estendiam, agora se recusam a apertar as suas.
Sente-se aniquilado ao verificar que os seus mais caros amigos e parentes se afastam e o evitam.
O covarde que se vinga, assim, é cem vezes mais culpado do que o que enfrenta o seu inimigo e o insulta em plena face. (Ev. XII 9) (1)
Ela (a vingança) não só é um crime, mas incompreensão absurda. 
Na vingança existe algo de ímpio e de degradante para o Espírito. 
Enquanto uma alma conservar tal sentimento ficará nos porões do mundo dos Espíritos. (R.E., agosto de 1862, A vingança) (2)
Como Pai, corrige; mas, também, como Pai, Deus não se vinga. (R.E., maio de 1865, Deus não se vinga) (2)
Cairbar Schutel, no livro Reforma Íntima – Teoria e Prática da Evolução Espiritual, dá-nos alguns subsídios mais para reflexão sobre este tema. (itens 115 a 161)

1. KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 
2. ______. Revista Espírita.


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