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sábado, 26 de outubro de 2013

QUAIS OS CUIDADOS QUE O MÉDIUM QUE FRACASSOU COM SEUS DEVERES TEM QUANDO RETORNA AO PLANO ESPÍRITUAL - Por Mario Aversa



Quais os cuidados que o médium que fracassou com seus deveres normalmente tem, quando retorna ao plano espiritual? Como é feita a preparação, no mundo espiritual, das tarefas mediúnicas?

- As respostas para estas dúvidas são explanadas de forma brilhante nos livros do Espírito Manuel Philomeno de Miranda, que escreve através da psicografia de Divaldo Pereira Franco. Ele nos apresenta numerosos casos dessa preparação pré-reencarnatória do médium e as conseqüências de não segui-la, isto é, sua falência moral no retorno ao mundo espiritual. Seu livro "Tormentos da Obsessão" é especialmente voltado para esse tema.


Há ainda a obra "Os mensageiros", pelo Espírito André Luiz, psicografado por Chico Xavier, que traz nos primeiros capítulos, em minudências, os bastidores, as conversas de espíritos que fracassaram e porque fracassaram, e como se encontram do outro lado da vida.




Como se sabe, a mediunidade é uma faculdade humana generalizada, que todos temos, variando em graus na população segundo suas predisposições orgânicas, e se expressa pela capacidade maior ou menor de perceber um Espírito comunicante (desencarnado ou encarnado emancipado). O médium propriamente dito é aquele que costumeiramente chamamos assim por possuir uma faculdade bem caracterizada, possibilitando uma comunicação fluente do Espírito comunicante.




Do ponto de vista espírita, o médium é uma pessoa como todas as outras, mas que se comprometeu em particular nessa área da atividade humana. O objetivo da prática mediúnica sempre será, diante da Consciência Cósmica, ajudar, entregar-se, renunciar ao próprio conforto para permitir a comunicação do espírito encarnado ou desencarnado. Essa atividade de caridade benevolente terá sua expressão máxima nas modestas salas de desobsessão, onde a fama e prestígio não chegam, porém onde o médium exercita todo seu potencial do bem.


                                                    

Philomeno de Miranda faz uma análise geral da origem espiritual dos espíritas e dos médiuns em particular. De um modo geral, o espírita de hoje foi o falido de ontem em outras expressões de crenças. Após muito errar e se comprometer em outras religiões, seja deturpando-as ou atacando-as, imploraram uma existência de renovações, em busca de uma doutrina mais racional como é o caso do Espiritismo. Talvez com a mensagem clara, precisa, confortadora e responsabilizadora da Doutrina Espírita, poderiam encontrar-se a si mesmos e libertar-se das próprias paixões e vícios. A mediunidade seria o instrumento ideal de dedicação ao próximo. No livro "Tormentos da Obsessão", páginas 258 a 264, o venerando Espírito Eurípedes Barsanulfo dialoga com um espírita (e médium) que estava encarnado e foi desdobrado no sono físico. O apóstolo de Sacramento relembra-o das responsabilidades contraídas antes de reencarnar e que agora estavam sendo barateadas pelas frivolidades mundanas: "Você partiu desta Colônia com um programa de ação espiritual muito bem delineado, no qual foram investidos muitos valores, e o atendeu por bom período da existência física. Abeberando-se na inexaurível fonte do Espiritismo, saciou a sede de informações e despertou para a tarefa que deveria realizar. A mediunidade franqueou-lhe o acesso à Espiritualidade que jamais deixou de regatear-lhe auxílio e apoio. Agora, quando a notoriedade o alcança, facultando-lhe ensejo para ampliar o campo de serviço e dedicação a Jesus e à Sua Doutrina, você começa a comprometer-se com a frivolidade e o mundanismo".


Por vários motivos, médiuns deixam-se levar pela presunção, pela fama, pelo orgulho, pela vaidade, pelas paixões, pelos impulsos sexuais desequilibrados, pela busca do prazer pelo prazer, pelos vícios de toda ordem, etc., comprometendo-se mais uma vez gravemente diante das Leis de Deus. Sem perceber, tornam-se alvo fácil de obsessores, sejam inimigos do passado, sejam parasitas que se aproveitam da situação para alimentarem-se. Sua vida torna-se cada vez mais perturbadora. Quando desencarnam (geralmente antes do planejado), deparam-se com uma realidade que sua ingenuidade hipócrita não supunha. Portadores de numerosos distúrbios psiquiátricos, com a mente infestada de clichês mentais e associados a obsessores, são arrastados a regiões tormentosas que eles mesmos inconscientemente procuram, incapacitados de elevar o pensamento a Deus e pedir socorro. Os que isso conseguem, são imediatamente atendidos pelos Espíritos do Bem, que aguardavam esse momento oportuno para auxiliarem.

O número de casos semelhantes a estes foi tão grande, que Eurípedes Barsanulfo rogou a Jesus a permissão de criar um Nosocômio especial para esses Espíritos (espíritas, médiuns) perturbados e falidos. Hoje, um grande número de pacientes nesse estado recebem um tratamento especial, com carinho, amorterapia, musicoterapia, fluidoterapia, laborterapia e outras técnicas especiais, como cirurgias no perispírito, desintoxicação mental dos clichês, desobsessão, etc., sempre estimulando que o paciente recupere a si próprio e sinta-se capaz de ajudar.

Assim sendo, vários são os cuidados com médiuns falidos no plano espiritual. Precisamos todos nós, agora, refletirmos sobre nossa própria existência observando nossa função, traçarmos uma linha de conduta ideal e, finalmente, abraçarmos essas atividades de total renúncia em favor do próximo.



O que é telecinesia para o Espiritismo? E a leitura do pensamento?- Telecinesia significa o movimento de objetos à distância, aparentemente sem forças mecânicas.

Telepatia significa a permuta de pensamentos entre encarnados.
Esses termos são largamente usados em ciências respeitáveis como a Parapsicologia; nesse sentido, antes de tudo, recomendamos que você procure fontes na Parapsicologia para conhecer outras descrições ou explicações para o fenômeno.
Para o Espiritismo, a telecinesia pode ser explicada principalmente pela Teoria das Manifestações Físicas (O Livro dos Médiuns, capítulo 4 da 2ª parte, Allan Kardec). Apesar de ser teoricamente possível um magnetizador encarnado exteriorizar sua energia vital (fluido elétrico animalizado, fluido nervoso) para envolver um corpo sólido e movimentá-lo à distância, é muito difícil isso ocorrer e raros relatos foram feitos. Quase sempre (senão sempre), há a interferência dos Espíritos desencarnados, através de um fenômeno mediúnico de efeitos físicos. O mecanismo pelo qual isso ocorre está explicado no capítulo citado e também no cap. 19 do mesmo livro. O Espírito manifestante ( costumeiramente chamado de "Espírito Batedor" por produzir esse tipo de fenômeno) direciona seu pensamento para o médium e para o objeto alvo (uma mesa, por exemplo); os fluidos espirituais vibram-se e o perispírito do médium capta essa informação; esta é decodificada e reage sobre o corpo orgânico do médium que passa a secretar os fluidos animalizados; estes se combinam com os fluidos espirituais do desencarnado e vão envolver o objeto alvo, modificando-lhe as propriedades para fazer batidas (médium tiptólogo), movimentar (médium motor, de translação) ou transportar a grandes distâncias (médium de transporte). Interessante observar que o médium mesmo pouco interfere na direção do movimento em si, sendo esses fenômenos geralmente espontâneos e quase sempre à revelia do médium.

    
A telepatia, na Doutrina Espírita, faz parte do capítulo das Evocações (cap. 25 de O Livro dos Médiuns) e da Emancipação da Alma. Quando um Espírito (encarnado ou desencarnado) pensa, imediatamente envia ondas de fluidos que vibram na direção desejada além de plasmá-lo, tomando até uma forma (Obras Póstumas, Allan Kardec, Fotografia e Telegrafia do Pensamento). Os desencarnados, mesmo os inferiores, em geral possuem facilidade de captar essas ondas e imagens, pois sem o corpo grosseiro limitador as sensações, possuem o perispírito que pode ser sensível a essas vibrações. Já os encarnados são incapazes de percebê-las devido ao direcionamento das sensações aos sentidos limitados do corpo físico. Em alguns casos, porém, o perispírito pode expandir-se e desprender-se parcialmente do corpo (emancipação) e o encarnado então adquire a capacidade parcial de captar essas ondas fluídicas de informações. Se um desencarnado lança um pensamento e o encarnado-alvo capta, dependendo de sua possibilidade mediúnica, este pode sentir apenas uma inspiração ou até ter seu corpo físico governado pelo emissor. Se um encarnado for o emissor para outro desencarnado, e o receptor possuir condições emancipatórias e quase mediúnicas, poderá compreender o pensamento enviado. Neste caso, configura-se a telepatia. Kardec estuda o fenômeno junto com as Evocações porque estas são, na verdade, um chamamento direcionado mais intensamente do pensamento para um Espírito alvo. Se ocorrer uma evocação recíproca entre encarnados, poderá ocorrer a telepatia:



"65- Duas pessoas evocando-se reciprocamente, poderiam transmitir-se os seus pensamentos e corresponder-se? - Sim, e essa telegrafia humana será um dia um meio universal de correspondência."



Dessa maneira, os dois fenômenos discutidos são dependentes dos fluidos e do perispírito. Para melhor aprofundar nesse assunto, também recomendamos "A Gênese", de Allan Kardec, cap. 14. De qualquer forma, esses estudos apenas ressaltam a importância da vigilância do nosso pensamento num sentimento cristão, pois tudo que emitirmos trará suas consequências boas ou ruins, positivas ou negativas, e o primeiro afetado será sempre nós mesmos.




Mario Aversa, é espírita, médium, palestrante, e professor, ministra cursos da Doutrina Espírita, é colaborador deste Blog.
Mario Aversa (Facebook)

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