a partir de maio 2011

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Desprezo é a palavra correta

Para "variar" (sarcasmo), entrei numa pequena polêmica no Facebook, desta vez numa comunidade que discute os rumos do Espiritismo no Brasil, na tentativa de devolver à doutrina o seu caráter científico original. A polêmica inclusive foi meio boba, pois se deu com a simples utilização da palavra "desprezo" utilizada por mim para referir ao que deveria ser feito à influência de médiuns e espíritos deturpadores da doutrina. 

Alguns membros não gostaram da palavra, achando a "agressiva" ou "ofensiva". Creio não ter sido nada disso, pois não fiz nenhuma acusação falsa nem algum comentário grave. Apenas disse que tais personalidades deturpadoras mereciam o desprezo para que o Espiritismo pudesse reencontrar o seu rumo.

Rompimento gradual de alguns com o Espiritolicismo

Sem fazer qualquer acusação pessoal, tenho notado que muitos membros de comunidades espíritas, mesmo dispostos a romper com alguns dogmas e falsos profetas, decidem fazer de maneira gradual, e conservando um certo formalismo que inclui o que eles entendem como respeito e perdão aos deturpadores. 

E vários dos membros dessas comunidades ainda sonham em ver o Espiritismo como uma seita igrejista, mesmo longe das características impostas pela FEB, a grande responsável pela deturpação, fundada por antigos ex-católicos que mesmo saindo dessa crença, não abandonaram os dogmas pelos quais acreditavam. Há críticos da FEB que mesmo em renegar esta instituição, ainda exigem respeito a ela e a seus dogmas e ícones, mesmo contestando-os, o que me leva a entender uma ruptura gradual com o Espiritolicismo, ao invés da ruptura radical que deveria ser feita.

A natureza não dá saltos e mesmo entre os que se decepcionaram com os rumos do Espiritismo brasileiro, há os que ainda carregam cacoetes igrejistas, se esquecendo que o mundo espiritual, seus fenômenos e suas características necessitam de uma ciência destinada a estudar esses aspectos e que seria o Espiritismo, ainda entendido como uma igreja reencarnacionista, com Kardec transformado em um sacerdote, e não compreendido como o cientista que foi. 

Laicismo é palavra feia, segundo igrejistas

Muitos desses seguidores igrejistas anti-FEB sentem nojo ao ouvirem a palavra "laicismo" sem perceber que o Espiritismo ganharia muitíssimo se fosse laico. Classificam o Espiritismo como "cristão", não sabendo que esta palavra é invenção religiosa e se refere ao culto de adoração a Cristo. Não gosto da palavra "cristão" por entender que Jesus não foi feito para ser adorado e cultuado e sim estudado e seguido. Mesmo que Kardec admita a influência de Cristo no Espiritismo, essa influência não é a de um líder religioso e sim de um intelectual, um educador da humanidade.

Desprezando o Espiritolicismo e seus ícones

Voltando ao assunto original desta postagem, a palavra desprezo foi realmente a adequada, apesar de ter soado um pouco agressiva aos olhos de quem as leu. Desprezo significa "afastamento definitivo" e isso nada tem de agressivo. Devemos sim nos afastar da influência dos deturpadores do Espiritismo, sobretudo de Chico Xavier e Divaldo Franco, os mais influentes. 

Desprezá-los significa cortar o mal pela raiz, eliminando de vez a sua influência que tem sido mais nociva do que benéfica. Os que acham que o desprezo é ofensivo certamente esperam cortar o mal pelo caule, sem saber que a influência nociva voltará a crescer depois, como está sendo agora.

Kardec havia alertado, após as orientações dadas pelos espíritos, que se alguém, encarnado ou não, lançar mão de algum erro, deve se afastar desta fonte imediatamente e sem hesitação. No Espiritolicismo, observamos que quem erra uma vez, além de repetir tal erro, comete outros e ainda tem a cara de pau de espalhar o erro pelo mundo afora, como faz Divaldo Franco e muitos médiuns-palestrantes que se recusam a estudar para corrigir o erro metido para não lhes ferir o orgulho. Kardec estava certíssimo em alertar o afastamento de fontes que insistem no erro.

A palavra "desprezo" foi bem escolhida sim e nada tem de ofensiva. É um afastamento definitivo, decidido e sem hesitação. Mal sabem os que detestaram a palavra que o Espiritismo teria avançado muito na sua influência social se não fosse a intromissão desses católicos enrustidos, guiados por espíritos de índole duvidosa a estragar qualquer forma de compreensão racional da doutrina.

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