a partir de maio 2011

domingo, 6 de outubro de 2013

Alfredo Bastos e a 15ª visita

Aos amigos que já estão acostumados com o nosso amigo espírito Alfredo Bastos, quero informar que estaremos passando para livro e também com o projeto de teatralização cinematográfica das sessões feitas, com a participação por dele, com um grupo de atores daqui de São Paulo.
O projeto é muito bonito e acredito que vai ser bem interessante.
Mas vamos a mais uma visita do nosso amigo espiritual, para a apreciação de todos.
Como sempre, aquela mesma turminha que todos já conhecem, na mediúnica daquele centro espírita, com os trabalhos dirigidos pelo amigo Jarbas.

JARBAS – Boa noite a todos os amigos aqui presentes. Na Paz e na tranquilidade dos espíritos amigos, iniciamos mais uma reunião, pedindo sempre a proteção de Jesus .
Como sempre, colocamo-nos a disposição dos amigos espirituais para que se manifestem, dentro daquele estilo da nossa casa que já é conhecido por todos, no exercício de um espiritismo alegre e descontraído.
ALFREDO BASTOS – “Boa noite Jarbas, boa noite amigos queridos, como vocês têm passado?”
NEUZINHA – Alfredo, seu sumido. Como é que você desaparece desse jeito?
LOURDES – Esse seu jeito de saudar a gente nas mediúnicas é inconfundível, Alfredo.
NEUZINHA – Pois é, mas a gente não entende como some desse jeito.
ALFREDO – Espírito que costuma visitar mediúnica com regularidade termina sendo transformado em mentor da casa ou sendo eleito um dos mentores. Aí tudo o que diz passa a ser absorvido como verdades absolutas e inquestionáveis, o que não é bom para o exercício do espiritismo com racionalidade.
CLÓVIS – Alfredo, você hoje já chega levantando uma questão que eu gostaria que fosse aprofundada. Em nós espíritas existe a concepção de que o Mentor da casa é um espírito sempre sábio, que nos passa ensinamentos e guia de conduta como a casa deve se conduzir. Qual a sua visão sobre isto?
ALFREDO – Vejo sempre como saudável a disposição dos espíritas se relacionarem mais proximamente com os espíritos, pois que, conforme vocês sabem, é o que tenho defendido desde a primeira vez que visitei vocês, todavia vejo também com reservas a forma como os espíritas concebem a figura que instituíram como sendo o Mentor da casa, aquele que traça as diretrizes e os métodos a serem seguidos, obedecido sem ser questionado, o que pode trazer conseqüências nem sempre compatíveis com os elementos básicos do Espiritismo.
JARBAS – Mas, Alfredo, o Mentor da casa não é um Espírito designado pela Espiritualidade Superior para tomar conta de um Centro Espírita, assim que ele é fundado, conduzindo todos os trabalhos numa linha de equilíbrio e sensatez?
ALFREDO – Você não acha que seria privilégio demais para as casas espíritas receberem Guardiões Especiais enviados pela Espiritualidade Maior, para conduzirem todas as atividades, garantindo todo o equilíbrio e sensatez?
Assim fosse, não existiriam centros espíritas falíveis, todos seriam equilibrados e sensatos.
Seria como admitir que o “Espírito” Santo estivesse sempre presente nas igrejas católicas e protestantes, garantindo-lhes lisura e altivez nas atividades delas.
Encontramos atitudes movidas pelas paixões humanas nos centros espíritas, como encontramos nas diversas igrejas.
JARBAS – Como você vê, então, o Mentor da casa espírita?
ALFREDO – De onde vem a atribuição que determina este ou aquele espírito para ser Mentor de um centro espírita?
Existe alguma autoridade que designa um determinado nome e o apresenta a vocês, dirigentes e trabalhadores da casa, como mentor?
Vocês sabem, ao menos, quem é o espírito, qual a sua história, quais as suas experiências e quais os seus qualificativos para tal tarefa?
NEUZINHA – Mas Alfredo, geralmente os mentores da casa são espíritos bons, que sempre trazem as melhores orientações para os trabalhadores dos centros.
ALFREDO – O fato do espírito ser bom, ou até apresentar-se como bom, não significa necessariamente que seja qualificado para tal tarefa.
Como você se sentiria numa mesa cirúrgica de um hospital, logo prestes ao efeito da anestesia, ao saber que o elemento que vai proceder a cirurgia é uma pessoa muito boa, que tem muito amor por você e pela sua família, muito caridosa, mas que nunca estudou medicina e que nunca fez cirurgia alguma?
Observa-se que muitas casas espíritas, ao receberem um espírito que traz a saudação “Que a Paz de Jesus esteja com todos, meus irmãos”, necessariamente é considerado um espírito “de Luz”, e que, depois de algumas mensagens bonitas, recebe a qualificação de mentor da casa.
Desta forma foram instituídos os mentores da maioria dos centros espíritas.
JULIO – Então você vê possibilidades de centros espíritas conduzidos por mentores que não têm preparo para orientar?
ALFREDO – Uma construção civil requer a orientação de um engenheiro civil, uma direção de centro cirúrgico requer um titular com formação em Medicina, uma direção espiritual de um centro espírita requer a coordenação de um espírito que conheça Espiritismo.
LOURDES – Mas o espírito que todos conhecemos como Mentor da casa não é necessariamente um espírito que conhece o Espiritismo?
ALFREDO – Não. Pode ser um espírito bom, o que não quer dizer que necessariamente conheça o Espiritismo.
NEUZINHA – Mas, Alfredo, um espírito que participa de uma mediúnica, às vezes até por dez, vinte anos ou mais, não já é espírita e conhece o Espiritismo?
ALFREDO – Não. Assim como muitos encarnados que durante anos freqüentam e até dirigem centros espíritas, mesmo tendo adquirido o rótulo de espíritas, não conhecem bem o Espiritismo, com os desencarnados ocorre a mesma coisa.
Já falamos aqui, em outras ocasiões, que o fato de ler alguns livros espíritas e possuir anos de vivência no centro, não significa que a pessoa necessariamente conheça o Espiritismo.
Com os espíritos desencarnados, mesmo sendo afinizados com a casa, ocorre o mesmo.
CLÓVIS – Amigo, agora você deixa a nossa cabeça meio que rodando, pois que temos uma respeito muito grande pelos que chamamos mentores da casa.
ALFREDO – Entendo. Todos devemos ter respeito pelos espíritos que de boa vontade emprestam os seus serviços a uma casa, mas são necessários indispensáveis cuidados ao determinarem o título de Mentor para um determinado espírito.
Há muitos espíritos que, embora bons, dão ao Espiritismo interpretações conforme a cultura que têm, a visão que têm, a interpretação que dão e a inteligência pessoal.
Por causa disto verificamos a obrigação dos trabalhadores se vestirem de branco, as toalhas brancas nas mesas, as palmas das mãos viradas para cima para receber o passe, a humildade aparente, o entendimento equivocado da disciplina, os rigores quanto a horários, a proibição de músicas, de aplausos e todo o elenco de proibições e obrigações presentes em muitas casas, além dos indispensáveis rituais que são praticados em muitas casas.
JARBAS – Será por essas razões que encontramos casas espíritas praticando o Espiritismo de maneiras diferentes?
ALFREDO – É exatamente por isto e pelas concepções dos elementos que constituem a sua diretoria.
Se o Mentor da casa, algum dia, sugere que as pessoas devem se levantar para fazer a prece, a casa espírita entende aquilo como orientação divina e passa a instituir que todos devem se levantar para tal procedimento.
Mulheres sentam-se de um lado e homens sentam-se do outro. Todos devem retirar os seus sapatos para o passe. Três dias sem práticas sexuais, antes de mediúnica. Eventos festivos baixam o padrão vibratório da casa. Não aplaudir ninguém para não incentivar a vaidade. Ojeriza ao dinheiro na casa espírita... e muitas outras recomendações que vão de encontro a essência espírita.
JÚLIO – A gente vê isto toda hora, em muitos centros espíritas.
ALFREDO – Um mentor de centro espírita que foi padre ou freira em encarnação passada, têm a tendência natural de orientar os seus membros conforme a cultura que tem, obviamente carregada de princípios católicos. O sexo é visto apenas para procriação e a sua prática fora disso é concebida como pecaminosa, o casamento é indissolúvel, a superioridade do homem à mulher, etc.
Há centros espíritas que fazem a prece da Ave Maria, citando-a como Mãe de Deus.
NEUZINHA – Há espíritos que são considerados orientadores de centros, que foram espíritas durante muitos aos, inclusive dirigentes da casa. Acreditamos que as experiências deles sempre acrescentam alguma coisa.
ALFREDO – Depende. O espírita que durante anos militou em um centro praticante de determinados rituais, ao desencarnar comunica-se na mediúnica, cita o “Que a Paz de Jesus esteja com todos”, vira mentor em muitas casas e naturalmente vai querer instituir na casa os mesmos conceitos espíritas ou “espíritas” que aprendeu enquanto encarnado.
Todos aceitam, porque ele é considerado o mentor da casa e não pode ser questionado.
A cabeça do espírito desencarnado é a mesma que ele tinha quando encarnado, com exceções, obviamente, daqueles que continuam estudando do lado de cá e se dispõem, humildemente, a rever conceitos e reciclar idéias.
JARBAS – Pelo que você nos diz, podemos chegar a conclusão de que os mentores que nos são apresentados não são tão mentores assim como nós espíritas imaginamos?
ALFREDO – É isso aí mesmo, Jarbas, não são tão mentores como vocês admitem. Repito que ser bom é uma coisa, ser conhecedor do Espiritismo como um todo é outra. Que não sejamos radicais e nem chatos nas nossas exigências, mas o bom senso recomenda que a casa espírita destina-se prioritariamente ao estudo do Espiritismo e, por conseqüência, que as suas práticas estejam enquadradas dentro dos postulados espíritas.
CELSO – (Participando pela primeira vez) – Irmão Alfredo, é a primeira vez que participo desta reunião...
ALFREDO – Por gentileza, Celso, se lhe for possível retirar o “irmão”, embora sejamos todos irmãos, filhos do mesmo Deus, creio ser de bom alvitre em apoio à campanha que todos devemos empreender para retirar o ranço religioso excessivo que emprestaram ao Espiritismo. Fique a vontade na sua pergunta.
CELSO – Agradeço, amigo. Os amigos daqui me têm falado de você, eu tenho lido os textos das reuniões anteriores que você participou e os seus conceitos vão ao encontro da visão que eu sempre tive do Espiritismo, embora eu tenha tido dificuldades em conviver com alguns espíritas quando as exponho.
Diante do que você cita, sobre os mentores dos centros, qual a melhor maneira da gente identificar a qualificação do mentor, quanto ao seu conhecimento e preparo para ser orientador de uma casa espírita?
ALFREDO – O Espiritismo recomenda-nos julgar as mensagens que chegam pelo conteúdo. Façam o mesmo em relação aos mentores.
CLÓVIS – Compreendo o questionamento do Celso e vejo que não é fácil avaliar e julgar um mentor. Se alguém numa mediúnica se atrever a questionar o que todos consideram como mentor da casa, com certeza passará a ser mal olhado pelos demais membros da casa e terá problemas.
ALFREDO – A responsabilidade e o compromisso à fidelidade ao Espiritismo com coerência devem ser atributos de conduta os quais o espírita não deve abrir mão nunca, mesmo que vão de encontro a outros participantes da casa. Quem se comporta, no meio espírita, abrindo concessões, procurando ser político para agradar a todos, omitindo-se em relação aos erros cometidos, acreditando estar sendo caridoso para com os demais, termina outorgando a si mesmo o título de estelionatário doutrinário.
JÚLIO – E qual seria mesmo, a sugestão, conforme o Celso pediu, para melhor identificarmos e julgarmos o conteúdo do mentor da casa?
ALFREDO – Revejam a questão 632 de O Livro dos Espíritos, quando Kardec lança a dúvida acerca do homem que, pensando que está fazendo o bem, termina fazendo o mal.
O Espírito o remete à base que é Jesus: “O que você quer que os outros lhe façam, faça então para os outros”, tudo está resumido ali.
Façam a mesma coisa.
Colocar um jarro de flores sobre uma mesma em um centro espírita faz mal a alguém? Pelo contrário, em várias espécies o agradável aroma enfeita o ambiente.
No entanto alguns diretores de centros proíbem veementemente o uso de flores.
CELSO – Mas isso não termina virando ritual?
ALFREDO – Quando vira ritual, aí sim, deve ser questionado. Se a casa faz questão de exigir as flores, assim como muitas fazem questão de exigir a música como fundo da prece, apagar a luz para a prece, que todos fechem os olhos para a prece... isto sim, é ritual e deve ser questionado. Mas as flores e a música sem o “TEM QUE TER” são agradáveis a todos, encarnados e desencarnados.
JULIO – Assisti a um seminário ministrado pelo Alamar, onde ele enfocou muito o problema dos espíritas confundirem o que ele chamou de “a coisa com o excesso da coisa”, naquele estilo descontraído dele.
Seria mais ou menos isto que você está nos dizendo, Alfredo?
ALFREDO – É exatamente isto, Júlio. No exemplo citado o fato de ter flores e músicas é algo que nada tem que possa ser proibitivo, mas quando excedem nas flores e na necessidade da música, aí sim instala-se o equívoco.
O problema não está na vaidade, mas no excesso de vaidade.
Não está em gostar dos bens materiais, está em se apegar apenas aos bens materiais.
Não está em elogiar alguém por um trabalho desenvolvido, está em tecer elogios como bajulação por interesses escusos.
Não está no dinheiro, está no mal uso que se faz do dinheiro.
JARBAS – Então, Alfredo, você recomenda mesmo que nós questionemos as recomendações e determinações dos que elegemos mentores?
CLÓVIS – Desculpe, Jarbas, desculpe Alfredo, mas há espíritos orientadores da casa que parecem ficar aborrecidos quando contrariados e quando não obedecidos em tudo o que estabelecem para a casa espírita.
ALFREDO – Respondendo ao Jarbas: Quando um mentor impõe ou determina algo numa instituição espírita, termina por identificar-se como um ser desqualificado para orientar uma casa espírita. Espírito evoluído não impõe e não determina coisa nenhuma.
O mesmo digo a você, Clóvis, respondendo à sua pergunta: Se se aborrece, também expõe a sua inferioridade.
Estão aí, então, exemplos de como avaliar a capacidade dos mentores, respondendo às perguntas formuladas anteriormente.
Sugiro que leiam o item 333 de O Livro dos Médiuns, acerca do rigor quanto a horários, exigido por alguns mentores e obedecido por muitos dirigentes.
Mas por hoje ficamos por aqui. Agradeço ao carinho de vocês e sugiro que continuem a fazer o Espiritismo bonito que vocês estão fazendo.
Sintam-se abraçados.        

E assim encerrou mais uma vez a participação do amigo Alfredo Bastos em mais uma mediúnica.
          Abração.

                           Alamar Régis Carvalho
       Analista de Sistemas, Escritor e Antares DINASTIA

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